domingo, 30 de julho de 2017

DINHEIRO NOS OPRIME.


Dizia um companheiro de luta há muito tempo, que nossas emoções diárias, 90 % (noventa por cento), estava concentradas no dinheiro. E ironizava dizendo que estávamos o tempo todo pensando em um papel pintado.


O dinheiro pouco, nada ou muito nos guia nas nossas relações humanas diárias, seja na família, com amigos, na sociedade.
Com pouco dinheiro não conseguimos nos deslocar o suficiente para até para visitarmos amigos, membros da família, consumir os alimentos necessários para nossa vida, morar com dignidade, ter assistência medica de qualidade, comprar até os remédios para as doenças que surgem pela falta de dinheiro. 
Com pouco dinheiro nossas “contas” de água, luz, cartões de credito, nosso “credito”, acaba, gerando em nós um sentimento de culpa, impotência, por não cumprir nossos compromissos.
Com pouco dinheiro as relações familiares se destroem, nos tornamos brutos, agressivos com os mais próximos, a razão, a tranquilidade desaparece.
Com pouco dinheiro o desprezo surge até daqueles que diz que nos amava, “irmão desconhece irmão”.

 O dinheiro gera a violência, os assaltos, as drogas, a prostituição, os cracudos, os assassinatos dos nossos jovens, a intranquilidade social. Como são as emoções destes seres humanos que “vivem” estas situações acima descritas? Esta situação é parte da sociedade que estamos vivendo, não são marginais, não está à margem, são a parte de dentro da nossa sociedade, do nosso dia a dia, estes são frutos do dinheiro. 
Com nada de dinheiro somos considerados um nada. Um ser desprezível, incompetente.
Uns dizem que MORRA! Não serve pra nada. 



Os seres humanos com nada de dinheiro nasceram, tiveram infância, adolescência, tornaram-se adultos, sem nada de dinheiro. Perambulam aos milhões pelas ruas do planeta, diariamente. Mas o dinheiro os tornou um “nada”. Estes também fazem parte da sociedade humana, não está à margem, é parte de nossa sociedade. Querendo nós ou não. São frutos do dinheiro. Que emoções esses seres humanos tem por não terem nada de dinheiro?
Os que têm um pouco mais de dinheiro desprezam os que têm pouco e os que não têm nada. Querem que esses morram, são um câncer, seres desprezíveis. Se utilizam dos que pouco dinheiro tem para os serviços de limpeza em suas residências, das cagadas que fazem diariamente. Dizem os com pouco dinheiro não pode ir à mesma praia, pois esta pertence a eles seres divinos, com seus uísques e possuem carros da Wolkwagem, Renalt, BMW e outras luxurias. De vez enquanto vai a Miami, ver o Mikey Mouse. Vivem a serviço dos que tem muito, muito dinheiro, que um dia acham que irão conseguir ter. Muitos parasitam nas repartições publicas, uns são corruptos, fazem uns desviosinhos, mas são moralistas, contra a corrupção. Que merda nasceram aqui nas terras dos índios, negros e dos favelados, da ralé.
Vivem em seus casulos com medo, frequentam shopping, tem TVs a cabo, compram “roupas de marcas”, tem seus carros, andam exibindo-se o tempo todo, buscando prestígios a qualquer custo. Pensam com isso são verdadeiramente felizes. E quando perdem estes pequenos privilégios, ficam com pouco dinheiro, enlouquecem, uns se suicidam, drogam-se, o prestígio o status está se perdendo.
Que emoções esses seres humanos com pouco mais de dinheiro tem dos que tem pouco?

E os que têm muito, muito dinheiro. Estes a tentação do dinheiro, das riquezas os domina.
Estes corrompem o poder de seus países de origem, os governos de muitos países, os estados, jogam bombas em outros países para roubar suas riquezas, são proprietários de grandes bancos, empresas multinacionais, vendem armas mundo afora, drogas, parasitam em seus castelos, aviões, jogam na bolsa de valores, desprezam a todos os outros seres humanos.


Eles ditam o comportamento, o pensamento da humanidade, o que deve ser consumido e o que consumir, para que prevaleçam seus ganhos cada vez maiores de dinheiro.

O seu muito, muito dinheiro desemprega milhões de seres humanos outros bilhões passam fome, envenenam os alimentos, poluem os rios, mas isso não importa, dominamos, temos muito dinheiro.
Que emoções esses seres humanos com muito, muito de dinheiro tem? 
O dinheiro adoece as nossas emoções, quando toda nossa existência de vida esta voltada para esse papel pintado.
Na atual conjuntura da vida do planeta podemos viver sem dinheiro, claro que não, mas podemos transformar essa sociedade, onde as emoções da vida não seja toda ela com base no papel pintado.
Certamente que temos que lutar e muito para transformar esta sociedade, mas reflitamos sobre o que estamos fazendo conosco, no nosso dia a dia. O que buscamos? Quanto desgaste desnecessário conosco e com os outros seres humanos, principalmente os mais próximos.
Não tenho ilusões de que os que dominam com dinheiro irão espontaneamente abrir mãos dos seus privilégios. Mas podemos começar a defender outros valores verdadeiramente humanos, com certeza com isso estaremos elevando o nível de consciência nossa e de outros.
E nos organizarmos em cima desses valores humanos. 
Aos nos submetermos a isso, o dinheiro, empobrecemos nossa alma, nossas emoções, nos afastamos de Deus, do amor, dos valores de solidariedade, da família.
O dinheiro nos oprime.

Aylton Mattos

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