segunda-feira, 15 de maio de 2017

GENERAL AMERICANO EXPÕE O ROUBO E O INTERVENCIONISMO DOS EUA PELO MUNDO.


"fui um quadrilheiro, um gangster para o capitalismo".
GENERAL SMEDLEY DARLINGTON BUTLER *

Passei 33 anos e quatro meses no serviço ativo, como membro da mais ágil força militar do meu país - o Corpo de Fuzileiros Navais. Servi em todos os postos, desde segundo-tenente a general. E, durante tal período, passei a maior parte de meu tempo como guarda-costas de alta classe, para os homens de negócios, para Wall Street e para os banqueiros. Em suma, fui um quadrilheiro, um gangster para o capitalismo. [...]Eu ajudei a estuprar meia dúzia de repúblicas da América Central em prol dos lucros de Wall Street [...] Ajudei a "limpar" a Nicarágua para os interesses da casa bancária internacional dos Brown Brothers, em 1909-1912. Trouxe a luz à Republica Dominicana para os interesses açucareiros norte-americanos em 1916. Ajudei a fazer de Honduras um lugar "adequado" às companhias frutíferas americanas, em 1903. Na China, em 1927, ajudei a fazer com que a Standard Oil continuasse a agir sem ser molestada. Durante todos esses anos, eu tinha, como diriam os rapazes do gatilho, uma boa quadrilha. Fui recompensado com honrarias, medalhas, promoções. Voltando os olhos ao passado, acho que poderia dar a Al Capone algumas sugestões. O melhor que ele podia fazer era operar em três distritos urbanos. Nós, os fuzileiros navais, operávamos em três continentes.

"A guerra é apenas uma extorsão. Uma extorsão é melhor descrita, creio, como algo que não é o que parece ser para a maioria das pessoas. Somente um pequeno grupo que está por dentro sabe o que significa. Ela é conduzida para o benefício dos muito poucos à custa das massas.

Eu acredito numa adequada defesa da costa e mais nada. Se uma nação vem até aqui para lutar, então nós lutaremos. O problema com os Estados Unidos é que quando o dólar só rende 6% aqui, então fica-se inquieto e vai-se para o exterior a fim de conseguir 100%. Em seguida, a bandeira segue o dólar e os soldados seguem a bandeira.

Eu não iria para a guerra de novo, como eu fui, para proteger algum investimento nojento dos banqueiros. Existem somente duas coisas pelas quais nós deveríamos lutar. Uma é a defesa de nossos lares e a outra é a Declaração de Direitos. Guerra por qualquer outra razão é simplesmente uma extorsão.

Não existe uma trapaça no saco de extorsões para a qual a gangue militar esteja cega. Ela tem seus “homens-dedo” para apontar inimigos, seus “homens-músculo” para destruir inimigos, seus “homens-cérebro” para planejar os preparativos de guerra, e um “Grande Chefe” Super-Nacionalista-Capitalista.


Pode parecer estranho que eu, um militar, adote tal comparação. A exatidão me compele a isso. Eu passei trinta e três anos e quatro meses no serviço militar ativo como um membro da mais ágil força militar deste país, o Corpo de Fuzileiros Navais. Eu servi em todos os postos comissionados desde segundo-tenente a general-de-divisão. E durante este período, eu passei a maior parte do meu tempo sendo um homem-músculo de alta classe para o Big Business, para Wall Street e para os banqueiros. Em resumo, eu era um extorsionário, um gângster para o capitalismo.

Eu suspeitava, nessa época, que era apenas parte de uma extorsão. Agora eu estou certo disso. Como todos os membros da profissão militar, eu nunca tive um pensamento meu próprio até que deixei o serviço. Minhas faculdades mentais permaneceram em animação suspensa enquanto eu obedecia às ordens dos superiores. Isto é típico com qualquer um no serviço militar.

Eu ajudei a fazer o México, especialmente Tampico, seguro para os interesses das empresas de petróleo americanas, em 1914. Eu ajudei a fazer do Haiti e de Cuba lugares decentes para que os rapazes do National City Bank arrecadassem rendimentos. Eu ajudei a estuprar meia dúzia de repúblicas da América Central em prol dos lucros de Wall Street. O registro de extorsões é grande. Eu ajudei a purificar a Nicarágua para a casa bancária internacional dos Brown Brothers em 1909-1912 (onde eu tinha ouvido esse nome antes?). Eu trouxe luz na República Dominicana para os interesses dos usineiros americanos em 1916. Na China, eu ajudei para que a Standard Oil seguisse seu caminho sem ser molestada.

Durante aqueles anos, eu participei de uma expansão da extorsão. Olhando para trás, sinto que poderia ter dado a Al Capone umas poucas sugestões. O melhor que ele pôde fazer foi operar suas extorsões em três distritos. Eu operei em três continentes.”


* Transcrito de um discurso do general em 1933

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