quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Uma semana histórica: mais forte são os poderes do povo



Milhares de pessoas cercaram o Congresso em manifestação contra a proposta de Emenda Constitucional nº 55, antiga PEC 241, que congela por 20 anos os gastos públicos

É mais fácil 313 deputados deixarem rapidamente de serem deputados, do que essa infâmia grassar
Foram sete dias de um final de ano, que levaram um governo impopular – e seu círculo de ladrões - à bancarrota, se é possível falar nesses termos de uma trupe que, tal como a anterior, já entrou falida moralmente no Planalto.
Primeiro, a cúpula máxima (?) do Planalto – Temer, Geddel, Padilha e outros menos afortunados – foi apanhada quando se ocupava em garantir um apartamento, ilegal e cheirando à propina, para o insigne articulador governista, sujeito conhecido pela riqueza de seus argumentos em prol do governo...
Que governo? Qualquer um, leitor, onde haja uma boca solta às custas do povo. No caso atual, é só o que esse governo tem.
Depois, houve até manifesto de apoio ao nababo, quer dizer, ao elemento que queria plantar um sub-sub-Taj Mahal numa área que viu passar Ruy, mestre Pastinha, Castro Alves e mestre Bimba.
Temer manteve o sujeito. E ele caiu 24 h depois.
“Mais forte são os poderes do povo”, dizia o filósofo cearense, lá de Quixeramobim, e baiano por adoção, Antonio Conselheiro.
Aí, houve o caso da intentona dos ladrões pela anistia do seu roubo. Articulada pelo sr. Maia, pelo PMDB e pelo PT, na manhã de quinta-feira, dia 24, parecia que propina, evasão de divisas, corrupção (e, se bobear, estupro e homicídio, passando pela pedofilia) iam deixar de ser crimes.
Isso, poucas horas depois que uma comissão especial aprovara o projeto de iniciativa popular para instituir medidas contra a corrupção.
O plano acordado na reunião com Maia, disse um deputado petista à imprensa, era derrubar no plenário o projeto, horas antes aprovado pela comissão especial, e enxertar a “anistia” para o caixa 2 de políticos. Em suma, usar um projeto contra a corrupção, proposto por mais de dois milhões de brasileiros, e transformá-lo em um projeto de anistia aos corruptos. O deputado petista, bem entendido, não estava denunciando, apenas informando à mídia do que viria a seguir.
Também não deu certo. A intentona não durou nem 12 h. No domingo, apavorado com a repulsa da população, Temer, entre Maia e Calheiros, jurou que, se a anistia passasse, ele a vetaria - antes que ele mesmo fosse vetado como presidente, mas isso ele não disse.
“Mais forte são os poderes do povo.”
Na madrugada da quarta-feira, dia 30, a bandidagem que prospera na Câmara, na calada da noite, aprovou um pacote contra a corrupção que é um pacote de proteção à corrupção .
Dizem alguns que, além do embuçamento pela noite, esperavam que, com as atenções da população voltadas para outros assuntos – do triste acidente com o avião em que viajava o time da Chapecoense até o julgamento da mulher que esquartejou o marido – eles acharam que passaria despercebido.
A nós fica difícil acreditar nessa versão, pois ela supõe a existência de 313 débeis mentais perfeitos, consumados e sem retoque na Câmara de Deputados. Convenhamos que achar 313 imbecis completos – e, ao mesmo tempo, corruptos – no mesmo lugar, não é fácil. Mas, nos últimos tempos, aconteceram tantas coisas que nunca vimos, que não nos atrevemos a afastar a hipótese. Pode ser.
É óbvio que é mais fácil 313 deputados deixarem rapidamente de serem deputados, do que essa infâmia grassar.
Por quê?
Ora, porque “mais fortes são os poderes do povo”.
Porém, a coroação desses sete dias de luta intensa aconteceu na terça-feira.
Havia milhares de pessoas cercando o Congresso. A proibição de entrar naquela que, antigamente, era chamada “a Casa do Povo”, agora quase totalmente antidemocrática, fez com que o sr. Renan Calheiros, com seus 12 processos nas costas, se desmanchasse em frouxos de risos.
Votava-se a Proposta de Emenda Constitucional nº 55 (PEC 55), antiga PEC 241, que congela por 20 anos os gastos do governo com o povo, ao mesmo tempo que deixa sem limites os gastos com juros, isto é, as transferências estúpidas de dinheiro público aos bancos, fundos estrangeiros e outros parasitas que amealham juros à custa da desgraça do povo.
Os risos de Renan acabaram rapidamente, diante da intervenção da presidente da Confederação das Mulheres do Brasil, Gláucia Morelli . Que, para calar uma só mulher, Calheiros tenha chamado a polícia, apenas revela que Gláucia representava os milhares que não puderam entrar – e os milhões que lutam contra um governo e uma política que PT, PMDB e outros lavajatistas instalaram no país. Uma política que, resumidamente, consiste em arrancar o couro do povo, em roubar a sua propriedade e o seu dinheiro, para beneficiar um punhado minúsculo de sanguessugas e bandidos.
Independente do resultado de terça-feira, é óbvio quem acabou na rua da amargura política. Como disse Jesus Cristo aos fariseus:
Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da cólera vindoura?” (Mateus 3:7)
Mais forte são os poderes do povo.
Esta página é uma homenagem aos que combateram nestes sete dias, preparando-se para maiores combates, muito maiores ainda.
C.L.

http://www.horadopovo.com.br/

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