sexta-feira, 29 de julho de 2016

Papa denuncia guerras movidas por lucros e para dominar povos


Ao falar a jornalistas sobre o assassinato do padre
Jacques Hamel numa igreja francesa por um jovem terrorista, o papa Francisco disse que essa guerra não
 tem nada a ver com nenhuma religião
Durante viagem de Roma para Cracóvia na Polônia onde participará até o próximo domingo (31) da Jornada Mundial da Juventude, o papa Francisco deu aos jornalistas uma importante declaração ao ser perguntado sobre o assassinato na terça-feira (26) de um padre católico na França assumido pelo Estado Islâmico. “Vivemos uma terceira guerra mundial a pedaços. Não se trata de uma guerra de religiões”, afirmou, deixando claro que não há uma guerra entre religiões ou religiosos.
“Há uma guerra por interesses, por dinheiro, pelo lucro, há uma guerra pelos recursos naturais, há uma guerra pelo domínio dos povos. Essa é a guerra que há. Alguém pode pensar que estou falando em guerra de religiões. Não. Todas as religiões queremos a paz. Os que querem as guerras são outros. Entendido?”, declarou enfaticamente o sumo pontífice sincera e visivelmente enojado com a manipulação que os gananciosos senhores da guerra e seus homens da imprensa fazem com as religiões e mostrando que onde há contradição não é entre catolicismo e islamismo ou entre outras quaisquer religiões, mas entre os que acham que ganância é bom e os que sofrem sob a dominação dos gananciosos.
O papa Francisco falou com tristeza da morte do padre Jacques Hamel: “ele é um, mas quantos cristãos, quantos inocentes, quantas crianças...” disse, referindo-se aos milhares de homens, mulheres e crianças imigrantes mortos nos últimos tempos em função dos deslocamentos forçados que são obrigados a sofrer por verem seus países devastados por guerras desiguais e injustas, e acrescentou: “Pensemos na Nigéria, por exemplo... Ah! Mas ali é a África... Não devemos ter medo de dizer a verdade. O mundo está em guerra por que perdeu a paz. A verdadeira palavra é guerra.”
O conflito provocado por potências ocidentais em países do Oriente Médio e da África responsáveis pela grande onda de imigração vitimando milhares de pessoas tem comovido o papa Francisco que disse recentemente “abram suas portas e seus corações aos imigrantes”.
Há pouco tempo no Vaticano o papa afirmou que “para construir o diálogo e conseguir a paz é preciso ter coragem. Muito mais do que para fazer a guerra. É preciso coragem para dizer sim para a reunião e não ao confronto; sim ao diálogo e não à violência; sim às negociações e não à hostilidade; sim para respeitar os acordos e não às provocações; sim à sinceridade e não à hipocrisia. Para estes valores, é necessária uma grande força de espírito.”
Sábias palavras as do sumo pontífice. Antes de tudo, um homem de caráter.
ROSANITA CAMPOS
http://www.horadopovo.com.br/

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