sexta-feira, 8 de julho de 2016

Ministro de Temer defende criação de plano de saúde “baratos” para poder aliviar o SUS


“Estou ministro da Saúde, não do Sistema Único de Saúde”, disse Ricardo Barros, ao elogiar as empresas de convênios

O ministro interino da Saúde, Ricardo Barros, continua mostrando que tem lado, o dos planos de saúde no caso, na última quarta-feira (6), ele defendeu a criação de convênios mais baratos “para gerar mais conforto para a população que quer em plano de saúde mais não pode arcar com os custos”. Ele também defende que o plano tenha menos serviços de atendimento obrigatórios.
Barros, que teve financiamento dos planos de saúde em suas campanhas eleitorais em 2014 e 2006, já havia afirmado que o país não conseguiria mais sustentar direitos básicos dos cidadãos, como o acesso universal à saúde. Defendendo a privatização, afirmou que o governo federal não teria condições de sustentar os direitos que a Constituição garante.
Quando questionado sobre porque não melhorar o sistema público, em vez de incentivar a população migrar para a saúde privada Barros afirmou, “estou ministro da Saúde, não ministro do Sistema Único de Saúde. O SUS é uma boa parte do que fazemos, mas não é só”. Em entrevista o ministro já havia dito que “ninguém afirmou que a saúde tem de ser bancada apenas pelo governo”.
Para ele, as críticas da população sobre qualidade dos serviços dos planos privados e descumprimento de contrato, não são um problema porque “a adesão dos planos é voluntária, ninguém fica obrigado”.
Ele quer que estes planos reduzam a demanda pelo SUS, porque, como havia afirmado, “quanto mais gente puder ter planos, melhor, porque vai ter atendimento patrocinado por eles mesmos, o que alivia o custo do governo em sustentar essa questão”.
Enquanto isso, nada se fala sobre a regulamentação dos planos suplementares, e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão que deveria regular o setor age mais como um defensor dos planos. Neste ano reajustou os convênios individuais e familiares em até 13,57%, maior aumento desde que a agência foi criada, e mais do que o dobro da inflação do ano passado. A ANS usou de justificativa o índice alto com os custos do setor, como “investimento em novas tecnologias”.
Segundo a ANS, os planos de saúde perderam 951 mil clientes. O setor tem atualmente 48.490 milhões de beneficiários em planos de assistência médica.
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