quarta-feira, 22 de junho de 2016

PILANTRA QUE ROUBAVA PETROBRÁS COM EIKE EM 2002 VOLTA AO LOCAL DO CRIME



Em março de 2002, o então presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, Pedro Parente, esteve à frente do acordo assinado com a MPX, empresa de Eike Batista, para a implantação da Usina Termoceará. Pelo acordo, a MPX receberia pelo menos US$ 334 milhões em cinco anos e se tornaria proprietária da usina. Caso a receita da Usina não atingisse US$ 5 milhões mensais, a Petrobrás deveria efetuar pagamento de contribuição de contingência para garantir essa receita mínima. Por proposta do então diretor de Gás e Energia, Ilso Sauer, a Petrobrás promoveu um processo de arbitragem chegando-se a um acordo, quando já haviam sido pagos US$ 122 milhões em contribuições de contingência. A Petrobrás pagou ainda US$ 127 milhões pela Usina. Portanto, a Petrobrás pagou US$ 249 milhões à MPX. A proposta de Sauer reduziu o prejuízo da empresa.

“Será uma empresa séria [..] com a melhor administração que podemos ter neste país”

Petrobrás “será séria” sem os ativos e sem pré-sal, diz Parente
Tão “séria” quanto o acordo que patrocinou em favor da MPX para implantar a TermoCeará lesando a Petrobrás em US$ 249 milhões
Pedro Parente, indicado pelo presidente interino Michel Temer para presidir a maior estatal brasileira, declarou em entrevista ao “The Wall Street Journal”, na sexta-feira (17), que a Petrobrás “será uma empresa séria [..] com a melhor administração que podemos ter neste país”. E completou: “eu não teria vindo para cá, senão com uma visão para trabalhar na recuperação da grandeza desta empresa”.
Em março de 2002, Parente, então presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, esteve à frente do acordo assinado com a MPX, empresa de Eike Batista, para a implantação da Usina TermoCeará, com garantia de um preço mínimo de energia de R$ 148,68 (equivalente a US$ 58,67) por um período de cinco anos. Pelo acordo, a MPX receberia pelo menos US$ 334 milhões e se tornaria proprietária da usina, conforme carta da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet) dirigida ao atual presidente e demais membros do Conselho da estatal, questionando a indicação de Parente para a presidência da Companhia.
Durante a vigência do contrato, caso a receita da Termoceará não atingisse US$ 5 milhões mensais, a Petrobrás deveria efetuar pagamento de contribuição de contingência para garantir essa receita mínima.
Por proposta do então diretor de Gás e Energia, Ildo Sauer, a Petrobrás promoveu um processo de arbitragem chegando-se a um acordo, quando já haviam sido pagos US$ 122 milhões em contribuições de contingência. A Petrobrás pagou ainda US$ 127 milhões pela Usina. Portanto, a Petrobrás pagou US$ 249 milhões à MPX. A proposta de Sauer reduziu o prejuízo da empresa.
PRÉ-SAL
Na entrevista ao jornal estrangeiro, Parente voltou a defender a venda de ativos e o projeto serrista – aprovado no Senado com o apoio de Dilma e que está em tramitação na Câmara - que retira da Petrobrás a exigência que seja operadora única e que tenha uma participação de pelo menos 30% de qualquer projeto nos campos do pré-sal.
Usando o mesmo “argumento” de Serra, disse que a opção de explorar é melhor do que a obrigação porque a Petrobrás “não tem” condições de arcar com a participação em todos os campos. “A empresa hoje não tem condições de explorar todos os campos do pré-sal. Isso é fato. E o direito de escolha é importante para otimizar a utilização de recursos. Nossa visão é favorável [à mudança do modelo] porque achamos que não apenas atende interesses da empresa como também o melhor para o país”, disse.
Ora, ninguém defende que Petrobrás opere todos os campos do pré-sal ao mesmo, até porque seria burrice. Pretender explorar tudo ao mesmo tempo só se fosse para exportar óleo cru, o que seria um desserviço para o país. Pelo contrário, a exploração tem ser feita de forma racional e planejada, visando uma política de desenvolvimento, senão o petróleo acaba em dois tempos.
Segundo o ex-presidente da norte-americana Bunge no Brasil e presidente do Conselho da BM&FBovespa, o objetivo é transformar a estatal em uma empresa mais enxuta e lucrativa, além de entregar o pré-sal para as múltis, ele defende a continuidade da política de “desinvestimento” definida no governo afastado. Ele informou que a Petrobrás recebeu três ofertas de compra da BR Distribuidora, sem mencionar, no entanto, algum modelo de venda.
Conforme Parente, a Petrobrás está em negociação com a gestora canadense Brookfield Asset Management para vender a Nova Transportadora do Sudeste, unidade de dutos de gás natural.
No dia 15 de junho, foi confirmada a continuidade do processo de venda de 100% da Liquigás, subsidiária da Petrobrás de engarrafamento, distribuição e comercialização de gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha.
O presidente da estatal não descartou novas demissões, além das já feitas com terceirizados e através do programa de demissão voluntária de empregados efetivos da empresa.
VALDO ALBUQUERQUE
http://www.horadopovo.com.br/


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