domingo, 25 de outubro de 2015

MORALIZAR SEM MUDAR É CONVERSA PARA INGLÊS VER E COMPRAR – PAULO BRANCO FILHO


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Paulo Branco Filho
Em períodos de vacas gordas, onde o Brasil crescia e aumentava sua autoestima mundo a fora, o projeto de um Estado forte era pouco discutido ou criticado. A oposição pouco ousou em falar de um projeto neoliberal vendo o sucesso que o Brasil fazia dentro e fora do país. Limitavam-se apenas em golpear o governo, pelo velho e conhecido truque da direita no Brasil: apontar a corrupção. Através das mídias tradicionais, exploram ao máximo o assunto, como se fosse uma novidade no país e exclusivo de um único partido. Transformaram-na, mais uma vez, em palavra chave, na tentativa de guiar os rumos do país para o lado de lá, o lado que interessa aos estrangeiros e a uma pequena parcela da sociedade, a elite.
Depois de superar duas crises mundiais, a atual chegou com força no nosso país. A esquerda discute soluções, como a taxação das grandes fortunas, a volta da CPMF para quem recebe mais de dez salários mínimos. A direita apenas aproveita o momento para endossar a derrubada do governo. Até por que, as medidas adotadas por esse governo são exatamente o que a direita faria.
Aproveitando a fragilidade do momento, os entreguistas entram em ação: fazem tabelinha com empresas norte-americanas, utilizam a força da grande mídia, aproveitam-se do elitismo e da falta de visão nacionalista e humanista do judiciário. Falo isso me referindo principalmente a paralização dos investimentos da Petrobrás. Ludibriam o povo com a Lava-Jato, alegando uma tentativa de moralizar o país. Se houvesse realmente boa intenção, a reforma política estaria circulando na capa dos jornais, a mídia debateria o tema em horário nobre da televisão, Eduardo Cunha já estaria preso com a mesma velocidade com que os petistas foram.
Mas isso não interessa ao lado de lá. Batem na Petrobrás, alardeiam as descidas na Bolsa induzindo a mente dos brasileiros a achar que privatizar a Petrobrás é a solução para o país. Aos que estão sendo levados por essa maré, ressalto que o Brasil só criou tantas oportunidades, só teve tantos investimentos em educação, esporte, cultura e na ampliação de empregos, por conta desta empresa. Foi ela que em muitos momentos de crise arcou com a inflação e assegurou o emprego de muita gente.
Agora eu pergunto: a quem interessa bloquear os recursos da Petrobrás em investir nas grandes empresas brasileiras, consequentemente impossibilitando-as de investir no país? Ao capital estrangeiro e a oposição entreguista, que precisa de um país fraco, com a imagem da empresa degradando-se.
Não quero dizer que os casos devam deixar de ser apurados. Mas, não vai ser entregando serviços ao capital estrangeiro nem deixando o país parado, aumentando cada vez mais o número de desempregados, a solução. Mais uma vez, repito: Lava Jato sem reforma política é querer secar no molhado. É preciso mudar o sistema que favorecem esses acordos espúrios e não apenas jogar para plateia.
Como o Impeachment, estimulado pela direita, tende a naufragar com o enfraquecimento de Eduardo Cunha, as forças do lado de lá ficaram acuadas. Mas, a estratégia de derrubar o governo pela ineficiência econômica, trabalha pelas beiradas a todo vapor. Ver bloqueado os recursos da Petrobrás era tudo que a oposição queria, pois induz cada vez mais o governo a uma única saída: entregar de bandeja as nossas riquezas aos abutres de plantão.
Vale lembrar que o que é nosso serve para nos tirar do sufoco, sustentar os momentos de crise e principalmente desenvolver o país e o povo. E, isso a Petrobras fez como ninguém e só continuará fazendo sendo nossa.
Reativa-la é o ponto de partida para sairmos dessa.
https://pablogomes.wordpress.com/

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