domingo, 25 de outubro de 2015

ESTRATÉGIA DE MOSCOU ATRAPALHA A ALIANÇA DE WASHINGTON COM ESTADO ISLÂMICO


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Pablo Gomes
Um dos principais objetivos de Washington na Síria é dividi-la em várias mini-regiões, fazendo as chamadas “zonas seguras”, que seria mais ou menos uma confederação. Desta forma, a  Síria não se transforma num risco geopolítico para a hegemonia de Washington e ao mesmo tempo não traz nenhum risco militar para Israel, principal aliado dos EUA. Essa estratégia, que faz parte do plano imperialista de Washington no Oriente Médio, vai totalmente de encontro ao plano de Moscou.
Para conseguir atingir a Síria, Washington repetiu o mesmo plano de sempre: demonização e dominação. Primeiro, usou a imprensa para demonizar o governo Sírio. Depois, com apoio da CIA e do Pentágono, armou “rebeldes moderados” na região. Esses rebeldes é nada menos que membros do Estado Islâmico.
Diferente de Washington, o plano de Moscou é integrar o continente e criar uma grande zona de comércio que vai de Lisboa até Vladivostok. Essa zona de comércio enfraquece o domínio político de Washington. É por isso que Moscou tem sido constantemente demonizado por mentiras espalhadas pelas porta-vozes da aristocracia do ocidente.
Ao mesmo tempo que Washington bombardeia o Oriente Médio com o pretexto de destruir o Estado Islâmico (que ele mesmo ajudou a criar), Moscou tenta combater o terrorismo do EI (porque é uma pedra no caminho de seus interesses econômicos) pedindo colaboração de líderes sauditas, iraquianos, iranianos, sírios e até curdos. A imprensa ocidental tem tentado esconder essas negociações porque mostraria Putin  como um pacifista que está tentando destruir o Estado Islâmico. E isso com certeza não é o que a imprensa mentirosa e corrupta na Europa e nos EUA quer que o povo fique sabendo porque Washington quer que o mundo acredite que Putin é um novo Hitler.
Em junho deste ano, Putin se encontrou com o príncipe saudita e Ministro da Defesa, Mohammad bin Salman, para tratar da criação de uma força de coalizão para combater o terrorismo na região do Oriente Médio e encontrar uma solução para a crise política na Síria. Semanas depois, Putin também esteve com outros líderes árabes para tratar do mesmo assunto. No entanto, o que aparenta é que em nenhuma das conversas ficou decidido qual seria o destino do presidente Sírio Bashar al-Assad . Até agora ainda não está claro se Putin apoiaria ou não a saída de Assad do poder, já que isso poderia ser uma faca de dois gumes para Moscou. Enquanto a saída de Assad representa vitória aos planos de Washington, a crise na Síria atrapalhará ainda mais os planos econômicos de Moscou na Europa.
Por outro lado, Washington quer caos. Tanto para expandir o domínio militar na região quanto para dar lucro às empresas de armas americanas. Moscou não ganha com o caos. Nem financeiramente nem politicamente. Moscou, inclusive, corre o risco de ter terroristas violentos como o EI na fronteira da Rússia a qualquer momento.
E a aproximação de Putin com líderes árabes tem a ver com essa preocupação. Se Moscou conseguir fazer um acordo produtivo com a Arábia Saudita, parte do orçamento do país destinado aos grupos terroristas e jihadistas diminuiriam gradativamente, enfraquecendo o Estado Islâmico e dando espaço para que as forças curdas e iraquianas que estão combatendo o EI pudessem obter maiores sucessos. Na verdade, o Estado Islâmico já está começando a ser acuado pelas forças de oposição, veja   https://www.facebook.com/tOPeTEGZ
Isso não é uma notícia boa para Washington.
E Washington está perdendo esse jogo porque até a Europa— que enfrenta uma crise de refugiados que estão vindo de todas as partes da Síria, Iraque e Afeganistão—não quer mais o caos batendo à sua porta. Se Putin for inteligente agora, aproveitará a crise de refugiados que até a imprensa internacional já não consegue mais esconder, para trazer a Europa para o seu lado.
O Estado Islâmico não é bom nem para os países árabes, nem para a Rússia e muito menos para a Europa ocidental. O Estado Islâmico só é útil para o criminoso e diabólico império americano porque cria instabilidade e abre espaço para mais invasões americanas na região. Esse tem sido o principal objetivo de Washington com o apoio obscuro ao EI, veja    http://www.judicialwatch.org/wp-content/uploads/2015/05/Pg.-291-Pgs.-287-293-JW-v-DOD-and-State-14-812-DOD-Release-2015-04-10-final-version11.pdf
Se Putin conseguir convencer a União Europeia que a crise no Oriente Médio é insustentável e que todo o continente corre risco, Moscou terá tempo de barrar Washington na execução de seu plano diabólico de dividir a Síria em “zonas livres e seguras”. A Síria dividida será um ninho de terroristas assim como aconteceu com o Iraque e o Afeganistão.
A crise de refugiados é uma jogada infalível que se Moscou souber usar, derrubará Washington pelas beiradas.
E acredito até que poderá ser um xeque-mate.
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