sexta-feira, 17 de julho de 2015

Ciro Gomes integra ‘força-tarefa’ para afastar risco de fechamento da CSN

14-11-14- Geral da CSN- P. Dimas (17)
Conversas: Ações do MPF mobilizam diretores de peso da CSN a negociarem em Volta Redonda


Matéria publicada em 17 de julho de 2015, 13:00 horas


Ex-ministro e ex-governador esteve duas vezes em Volta Redonda, junto com outros executivos da siderúrgica

Volta Redonda –  O ex-governador do Ceará e ex-ministro da Fazenda (governo Itamar Franco) e da Integração Nacional (governo Lula) Ciro Gomes esteve duas vezes nas últimas semanas em Volta Redonda, na qualidade de diretor da CSN, onde responde pela ferrovia Transnordestina.
Na visita mais recente, esteve, junto com o diretor de Relações Institucionais da empresa, Luís Paulo Barreto, e o diretor de Produção, Enéas Garcia Diniz, no gabinete do prefeito Antônio Francisco Neto (PMDB), para uma visita descrita como “de cortesia”.
No entanto, o motivo da visita de Gomes e Barreto a Volta Redonda, segundo fontes ouvidas pelo DIÁRIO DO VALE, seria o início de uma missão: tratar com o Ministério Público Federal sobre a ação em que o órgão pede que sejam suspensas as atividades das linhas de sinterização da empresa, alegando descumprimento de medidas previstas em um Termo de Aditamento de Conduta (TAC) que vai vencer em 4 de outubro.
O risco da paralisação
O peso político e executivo da “força-tarefa” formada pela CSN para cuidar do caso se explica: caso a Justiça decida atender ao pedido feito pelo MPF, a Usina Presidente Vargas vai simplesmente precisar parar completamente de operar.
As linhas de sinterização produzem, a partir de minério de ferro, a matéria-prima usada nos altos-fornos junto com o coque para fazer o gusa, ferro fundido que depois é transformado em aço na aciaria, para ser laminado.
Em resumo, sem sinterização, a coqueria não faz sentido e os altos-fornos, a aciaria e a laminação não têm com o que trabalhar.
Para piorar, alguns equipamentos da CSN – como os altos-fornos, que não funcionam sem sínter – simplesmente não podem parar, sob pena de risco de danos irreversíveis.
Os empregados de siderúrgicas sabem disso, e em todas as greves realizadas em usinas, se mobilizam para manter os equipamentos essenciais funcionando, de modo que, terminado o movimento, a produção possa ser retomada sem maiores traumas.
 Desastre econômico e social
No que diz respeito a Volta Redonda e região, o encerramento da produção da CSN seria desastroso: só na usina, há 22 mil empregados – 11 mil diretos e 11 mil em terceirizadas.
Uma enorme quantidade de outras empresas fornece produtos à siderúrgica ou depende do aço produzido na Usina Presidente Vargas para sua própria produção, sem contar o impacto gerado nos setores de comércio e serviços pelo desaparecimento desses 22 mil postos de trabalho.
Uma fonte próxima à CSN comentou que a empresa, evidentemente, está em busca de garantir a continuidade de suas operações em Volta Redonda por motivos econômico-financeiros, já que a usina gera uma parcela considerável do caixa do grupo, mas também se preocupa com o desastre que a interrupção de seu funcionamento causaria.
Uma indicação de que a sociedade local está ciente dos riscos de fechamento está na atitude de ambientalistas e moradores de bairros afetados por poluição do ar: eles assinaram, no dia 7 de julho, na Cúria Diocesana, um manifesto defendendo que a CSN mantenha a cadeia produtiva sem degradar o meio ambiente. O texto diz ainda que estudos e tecnologias já disponíveis no mercado comprovam a possibilidade de manutenção da produção de modo sustentável, assim como defende a abertura de diálogo com a empresa.
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