A trajetória de Eduardo Cunha está adquirindo grande semelhança com a de outro político de direita que chegou a ser o homem mais temidos dos Estados Unidos, no início dos anos 1950.
Por Maringoni, no Facebook
Trata-se do senador republicano Joseph McCarthy (1908-1957), de triste memória.
McCarthy era um parlamentar apagado, até sentir para onde sopravam os ventos da Guerra Fria. Logo descobriu o filão ruidoso do anticomunismo como passaporte para o poder e a fama.
Tornou-se celebridade instantânea ao fazer denúncias de infiltração vermelha na imprensa, nos meios culturais, na Universidade, no Departamento de Estado e nas Forças Armadas.
Homofóbico, atacou várias personalidades por seus comportamentos públicos e privados. Montou o Comitê de Atividades Antiamericanas – espécie de CPI – no Senado, e humilhou dezenas de depoentes com seu verbo rasgado. Em Hollywood e em várias empresas foi montada uma “lista negra”, que apontava roteiristas, diretores e produtores suspeitos de simpatias comunistas.
Quem estivesse ali arrolado tinha o desemprego como destino certo.
Macartismo passou a ser sinônimo de anticomunsimo e perseguição.
Poucos conseguiram erguer a voz para se opor a seu dedo em riste. Um deles foi o jornalista Edward R. Murrow, que o desmascarou em uma série de reportagens de TV na rede CBS. Seu combate foi retratado no filme “Boa noite, boa sorte” (2005), dirigido por George Clooney.
A histeria durou quatro anos. Em 1954, seus ataques a altos escalões do poder público passaram da conta. Houve casos de suicídios e de vidas arruinadas por sua agressividade, até então amplamente apoiada por setores da mídia. Várias das acusações provaram-se falsas.
Começou a perder apoio e aliados dentro e fora do Congresso, chegando a receber uma moção de censura no Senado.
Desmoralizado, McCarthy tornou-se uma figura evitada até mesmo por seus pares. Embora o anticomunismo tenha seguido em frente como arma política nos EUA, sua carreira entrou em decadência, como um pária político e personagem a ser esquecido.
A decadência de Eduardo Cunha – que também se acha o homem mais poderoso do país – está começando.
A torcida é para que não pare por aqui.
Confira o artigo original no Portal Metrópole: http://www.portalmetropole.com/2015/07/a-semelhanca-entre-eduardo-cunha-e.html#ixzz3gO59jQdu
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