domingo, 14 de junho de 2015

Papa rejeita tutela de Obama e se encontra com Vladimir Putin




Ao recepcionar o presidente russo, Vladimir Putin, no Vaticano na quarta-feira (10), o papa Francisco o presenteou com a medalha de “Anjo da Paz” que “supera todas as guerras” e “fala sobre a solidariedade entre todos os povos” – semelhante à entregue, há dias, ao presidente palestino Abbas.
Na véspera, em entrevista, o embaixador dos EUA no Vaticano havia dito esperar do papa “uma postura mais dura” com Putin, sobre a questão da Ucrânia. Em fevereiro, o papa chamou o conflito na Ucrânia de “fratricida”, contrariando a versão de Washington
O porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov classificou de o encontro de “uma conversação profunda e detalhada que durou mais de uma hora”, em que foram discutidos “vários assuntos globais, incluída a crise ucraniana, assim como os valores universais e humanitários que unem em muitos aspectos tanto o mundo católico como o ortodoxo e outras religiões”.
Ao final do encontro o presidente russo e o papa trocaram presentes. Putin entregou ao papa um painel com a imagem da catedral de Cristo Salvador de Moscou e vários tomos da Enciclopédia Ortodoxa. Ao presentear a delegação russa, Francisco disse: “Esta medalha, que foi produzida por um artista do século passado, representa um anjo que traz a paz, a justiça e a solidariedade e a protege. E esse texto tem uma reflexão sobre como o Evangelho nos traz a luz e a alegria na vida, e contém pensamentos geopolíticos acerca de nós e de nossas vidas”.
“O Santo Padre ressaltou a importância de nos engajar em um esforço significativo e sincero para alcançar a paz (na Ucrânia). Foi acordado sobre a importância de reconstruir um clima de diálogo, e que todas as partes se comprometam a aplicar os acordos de Minsk”, aponta o comunicado divulgado ao final da reunião.
Segundo o porta-voz russo, Putin manifestou satisfação de ter se reunido com o papa, a quem considera como um “homem de muita consistência”, tendo “apreciado a oportunidade de poder falar com ele em um ambiente benevolente e construtivo”. Em 2013, o papa Francisco enviou carta a Putin, na véspera do G-20, pedindo sua ajuda por uma solução não-militar na Síria. Putin levou a carta à cúpula, defendendo que “precisamos ouvir o papa”. O líder russo também tem denunciado a situação dos cristãos no Oriente Médio, que vêm sendo perseguidos e mortos.
A visita de Putin à Itália, logo após a reunião do G7 em que Obama ameaçou a Rússia com mais isolamento e mais sanções, se deu num clima descontraído, com o presidente russo se reunindo com o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, e tendo recebido manifestações contra as sanções de um amplo espectro, desde comunistas até a Liga Norte e a Força Itália. No encontro, Renzi fez questão de assinalar que a Rússia irá sediar o próximo grande evento internacional, a Copa de 2018. Ele e Putin visitaram o Pavilhão Russo na Expo 2015 de Milão, na véspera do “Dia da Rússia”.
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