sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

"Governo prepara pacote para taxação de grandes fortunas, diz Gleisi"

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27/02/2015


Vermelho - 27 de fevereiro de 2015 - 9h53

Gleisi afirmou que o ministro Nelson Barbosa confirmou a medida em reunião com senadores


Vermelho - 27 de fevereiro de 2015 - 9h53

O governo da presidenta Dilma Rousseff prepara um pacote para taxar as grandes fortunas. A medida, que é uma reivindicação das centrais sindicais e movimentos sociais com alternativa para conter as contas públicas e não sacrificar os trabalhadores, foi confirmada pelo ministro Nelson Barbosa (Planejamento), na quarta-feira (25), em uma reunião no Planalto com a bancada do PT no Senado.

Gleisi afirmou que o ministro Nelson Barbosa confirmou a medida em reunião com senadores Gleisi afirmou que o ministro Nelson Barbosa confirmou a medida em reunião com senadores.

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), em entrevista à Folha de S. Paulo, afirma que Barbosa disse que haverá ação sobre os mais ricos. “Nós colocamos que essas medidas eram importantes, que achávamos que deviam ser feitas algumas adequações [nos ajustes já anunciados], mas que seria muito importante que tivéssemos também medidas que atingissem quem tem renda maior na sociedade, seja na área de impostos ou outras medidas”, afirmou a senadora.

Segundo ela, Nelson Barbosa afirmou aos senadores que o governo está “estudando e vai haver medidas que vão atingir o andar de cima”.

Reforçando o compromisso de amplo diálogo, os ministros têm mantido as conversas com diversos setores para ouvir suas propostas e reivindicações. Além de Barbosa, o Planalto escalou mais quatro ministros para conversar com os senadores na reunião: Carlos Gabas (Previdência), Pepe Vargas (Relações Institucionais), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) e Manoel Dias (Trabalho).

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Porsche desmoraliza o Judiciário


Por Altamiro Borges

Os ilustres membros do Judiciário – o mais hermético dos poderes da República e também o mais corrupto, segundo vários estudos –, adoram os holofotes midiáticos. No geral, prevalece uma relação promíscua entre estes dois aparelhos de hegemonia na sociedade. Os juízes nunca investigam os barões da mídia, nunca punem os impérios midiáticos nos casos de desrespeito à Constituição e ainda garantem sentenças favoráveis ao setor – como agora, na condenação do blogueiro Miguel de Rosário, perseguido pelo censor Ali Kamel, diretor de jornalismo da poderosa Rede Globo. Na outra ponta, os veículos de imprensa não acionam suas equipes de “jornalistas investigativos” para apurar denúncias de irregularidades no Poder Judiciário. Há uma relação de sedução e medo entre estes dois aparatos. Muito raramente ela é quebrada, como agora com a patética história do juiz Flávio Roberto de Souza, flagrado ao volante de um luxuoso Porsche apreendido do empresário-trambiqueiro Eike Batista.

A cena ocorreu na manhã desta terça-feira (24), no Rio de Janeiro. O juiz Flávio Roberto de Souza, titular da 3ª Vara Federal Criminal, foi visto dirigindo o Porsche Cayenne, avaliado em R$ 495 mil, que pertencia a Eike Batista. O veículo tinha sido apreendido pela Polícia Federal no início de fevereiro como parte das investigações sobre os crimes financeiros cometidos pelo empresário. O juiz exibicionista, responsável pelos processos contra o ricaço, agora será alvo de investigação da Corregedoria do Tribunal Regional Federal. Apesar do flagrante, Flávio Roberto de Souza ainda tentou posar de inocente. “É uma situação normal. O carro ficou guardado em local seguro, longe de ser suscetível a qualquer dano”, justificou-se à imprensa. Mas ninguém parece que acreditou muito na sua “história” – nem mesmo seus compadres do Poder Judiciário.

Segundo matéria da Folha, “o caso do Porsche criou mal-estar entre juízes e desembargadores federais. Desembargadores do TRF ouvidos pela Folha e que pediram que não fossem identificados dizem que o juiz feriu regras da Lei Orgânica da magistratura, do Código de Processo Civil e da Lei de Improbidade Administrativa. Nenhuma delas prevê explicitamente uso de bens apreendidos por magistrados. Há entendimento de que o juiz não pode ‘ter à sua disposição os bens de um réu’. Quando um bem é apreendido, o juiz deve eleger um ‘fiel depositário’ para resguardá-lo e impedir sua deterioração. Souza solicitou ao Detran, no dia 11, que o Porsche e um Hilux, também de Eike, ficassem à disposição do juízo. À garagem do condomínio em que mora o juiz, além do Porsche, foi levado uma Land Rover de Thor, filho de Eike”. 

Para Eliana Calmon, ex-corregedora nacional da Justiça – que ficou famosa por denunciar a existência dos “bandidos de toga” e até se aventurou na política, mas foi derrotada na eleição para o Senado na Bahia –, o flagrante do juiz ao volante do Porsche mancha a imagem do Judiciário. “Considero este caso extremamente grave. A conduta do juiz é absurda e desmoraliza o Poder Judiciário... Isso deixa o juiz em situação de suspeição e atenta contra a credibilidade da Justiça, que deve ser preservada”, afirma. O mesmo juiz já havia chamado a atenção ao criticar o réu fora dos autos. Em novembro passado, ele afirmou que Eike Batista nutria o "sonho megalomaníaco de se tornar o homem mais rico do mundo”. Pelo jeito não era só o empresário-trambiqueiro que nutria este sonho. Quantos outros juízes não ambicionam os holofotes da mídia e a riqueza?

Richa vira alvo de intensos protestos no Paraná; mídia esconde rebelião ...

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Nossa banca no Cachambi

Intervenção de Lula no ato em defesa da Petrobrás.

Sonegação da Globo e o escândalo HSBC


Por Joaquim de Carvalho, no blogDiário do Centro do Mundo:

Desde que estourou o escândalo da lista do HSBC em Genebra, Suíça, a pergunta que não quer calar é: a Globo está lá? O jornalista Fernando Rodrigues, do UOL, que recebeu uma cópia da relação através do ICIJ, siga em inglês para Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, da qual ele faz parte, pode vir a responder. Mas, como anunciou, não quer se precipitar, para não correr o risco de expor algum correntista que tenha conta legítima, ou seja, que não seja abastecida com dinheiro ilícito.

A suspeita de que a Globo faz parte do elenco desses correntistas faz todo sentido. Segundo o ex-funcionário do HSBC que vazou a relação, o banco se especializou em facilitar as coisas para correntistas que queriam lugar seguro para esconder o dinheiro do imposto que era sonegado no país de origem.

O coordenador do projeto que se seguiu ao vazamento (SwissLeaks), Serge Michel, diz: “O que descobrimos nos documentos do SwissLeaks é que o banco, para proteger ainda mais seus clientes, visto que a Suíça já não oferecia as vantagens do passado, propôs a eles novas modalidades offshore”. Michel cita as Ilhas Virgens Britânicas como um dos locais preferidos dos sonegadores.

A Globo aportou lá, em 1999, com a criação da Empire Investment Group Ltd., uma empresa que existe apenas no papel e tinha como endereço uma caixa de correio, como comprovei quando estive no país. No caso da empresa da Globo, a caixa número 3340 era dividida com a Ernst & Young, a consultoria de negócios que deu suporte para a Globo abrir e manter a companhia de papel.

Em 2013, o mesmo ICIJ trouxe a público um relatório com detalhes de 130 mil contas em paraísos fiscais. O escândalo ficou conhecido como Offshore Leaks.

base de dados disponível no site oficial contém informações sobre dez localidades, incluindo as Ilhas Virgens Britânicas, as Ilhas Cook e Singapura.

Nos dados relacionados ao Brasil, aparece um correntista com apenas o registro do endereço, sem nome de pessoa jurídica ou física, na avenida Atlântica, 2266, apartamento 302.

Cúmulo da coincidência: o prédio é vizinho ao edifício onde Roberto Marinho tinha um tríplex em 2004, vendido ao bicheiro Anísio Abrahão David, patrono da escola de samba Beija Flor.

Vizinho também do prédio onde mora a funcionária da Receita Federal que fez desaparecer o processo em que os três filhos de Roberto Marinho eram responsabilizados penalmente pela sonegação de mais de R$ 615 milhões, em valores de dezembro de 2006.

O inacreditável é que, aparentemente, é coincidência mesmo. Liguei para o apartamento 302 da avenida Atlântica 2266, e atendeu um homem com sotaque estrangeiro que se apresentou como Joseph. Ele diz que ali funciona a Norwell do Brasil Ltda, uma empresa com negócios na Índia e no Quênia, segundo uma página na internet.

Joseph, que não quis dizer o sobrenome, ficou com o número do meu celular, e disse que o administrador entraria em contato. Ainda não recebi o telefonema.

A Receita Federal também não respondeu a um pedido de entrevista para explicar a situação da Globo em relação ao Fisco. A explicação da assessoria de imprensa é que a Receita não comenta casos de contribuintes, para proteger o sigilo fiscal.

Nem para dizer que providências a Receita tomou no caso da acusação de sonegação? – questionei.

— Nem para isso, respondeu a assessora Denise Naves.

A íntegra do processo de sonegação da Globo se tornou conhecida quando o site O Cafezinho, de Miguel do Rosário, obteve uma cópia e a colocou na internet.

Mas a Receita Federal remontou o processo, como é correto no caso de autos desaparecidos, e deu sequência ao trâmite determinado pelo auditor fiscal Alberto Zile, que recomendava a denúncia por crime contra a ordem tributária cometido pelos irmãos Marinho?


O site da Receita informava até pouco tempo atrás que o processo estava num trâmite bem demorado. Tinha começado em 2006 e, em 2014, oito anos depois, o trâmite continuava, sem chegar a lugar nenhum.

O que sabemos sobre o desfecho do processo é o que a Globo diz: em 2010, se beneficiando dos descontos do Refiz, recolheu o DARF.

Mas cadê o DARF?

A Polícia Federal abriu e fechou o inquérito um ano depois, num procedimento absolutamente sigiloso, sem mostrar o DARF.

Graças ao vazamento do processo de sonegação, sabe-se que a data de investigação da Receita coincide com o desfecho de uma investigação na Suíça (sempre lá) que apurou corrupção na Fifa.

Em carta rogatória, o juiz de instrução do cantão de Zug, da Confederação Helvética (o antigo nome da Suíça), pediu ao Supremo Tribunal Federal que localizasse e interrogasse, na presença de agentes suíços, os senhores Marcelo Campos Pinto e Fernando Viegas Rodrigues Filho.

Pediu também que a justiça no Brasil requisitasse documentos da TV Globo relacionados ao contrato de aquisição dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002.

Marcelo Campos Pinto é quem representou a TV Globo e uma de suas subsidiárias no Exterior, a Globo Overseas, na assinatura do contrato com a intermediária da Fifa (ISL) para a compra dos direitos da Copa.

Fernando Viegas Rodrigues Filho é um dos destinatários de um comunicado do Banco Central à TV Globo, autorizando a remessa de 221 milhões de dólares para a compra da Empire nas Ilhas Virgens Britânicas.

Hoje se sabe que era um negócio de mentirinha, para enganar o Fisco e sonegar impostos, mas à época o Banco Central aceitou formalmente o argumento de que a remessa era para “fins de investimento brasileiro no exterior”.

A realidade é que a própria Globo tinha aberto a Empire nas Ilhas Virgens Britânicas, para que ela ficasse com os direitos de transmissão da Copa. Ao simular a compra da empresa, trouxe os direitos, sem recolher impostos no Brasil.

O então presidente do Supremo, Maurício Corrêa, hoje falecido, atendeu ao pedido da justiça suíça. Os papéis da TV Globo e os depoimentos dos dois executivos foram enviados para o cantão de Zug em janeiro de 2005.

Um dos advogados relacionados no caso para defender a Globo e os executivos é Rodrigo Ferrante Perez, filho de uma das mais conhecidas autoras de novela da TV Globo, Glória Perez.

(Glória Perez também é moradora do prédio onde Roberto Marinho tinha o tríplex, hoje em nome do bicheiro Anísio da Beija Flor, naquele miolinho já famoso da avenida Atlântica).

Procurei Rodrigo Perez, mas ele disse não se lembrar dessa ação. Ficou de levantar informações e entrar em contato.

Alguns meses depois que a documentação seguir para Zug, na Suíça, a Receita Federal iniciou a auditoria na Globo, que terminou com a conclusão de que a TV cometeu fraude e simulação, com o objetivo de não pagar impostos no Brasil.

Na mesma época, tinha início o inquérito do mensalão, que terminou com parte da cúpula do PT na cadeia, sete anos mais tarde.

A denúncia do procurador-geral Antônio Fernando Barros e Silva de Souza diz que, além das operações ilícitas envolvendo o PT e o Banco Rural, a investigação revelou práticas fraudulentas envolvendo o mesmo banco e dezesseis pessoas físicas e jurídicas, entre elas a Globo Comunicações e Participações.

Não é novidade que esse fato passou longe dos debates dos ministros do Supremo Tribunal Federal, durante o julgamento do mensalão. Mas chega a ser escandaloso que a investigação, contida num inquérito paralelo no Supremo, seja mantida até hoje sob mais absoluto sigilo.

Quem prática fraude bancária, como denunciou o Ministério Público Federal nesse caso do mensalão, ou é apanhada na sonegação, como ficou comprovado no processo da Receita, pode ter seu nome relacionado em qualquer lista de correntistas suspeitos.


O mundo está superpovoado? Não. E isso será ruim para o futuro







O mundo está superpovoado.  As ruas estão entupidas, o trânsito está sempre irritantemente congestionado, e as pessoas estão vivendo — tanto figurativa quanto literalmente — uma em cima das outras.  É raro você encontrar um espaço livre para sequer dar uma volta com seu cachorro.
Certo?

Errado.

O mundo não está de modo algum superpovoado.  Ao redor do globo, há enormes espaços de terra totalmente desabitados. Canadá, Austrália, África, Rússia, EUA e Brasil possuem uma inacreditável quantidade de espaços abertos e não-povoados.  [No Brasil, apenas 0,2% do territórioestá ocupado por cidades e infraestrutura].  Com efeito, toda a população do planeta caberia confortavelmente no estado americano do Texas.  [E se toda ela fosse para o estado do Amazonas, a densidade populacional seria equivalente à da cidade de Curitiba].

Sendo assim, por que tantas pessoas ainda acreditam tão piamente nesse mito do superpovoamento?  A razão é simples: a maioria delas — especialmente aquelas que têm tempo e predisposição para reclamar do excesso de pessoas — vive em áreas de alta densidade populacional, as quais não são uma amostra nada representativa da real situação do mundo. 
Essas áreas de alta densidade populacional são chamadas de 'cidades', e o motivo pelo qual as pessoas vivem em cidades — não obstante suas constantes lamúrias — é que há enormes benefícios gerados quando um grande número de pessoas convive em proximidade.

É muito conveniente viver em um local repleto de pessoas simplesmente porque cada uma dessas pessoas tem o potencial de ofertar vários bens e serviços para você.  Quanto mais pessoas à sua volta, maior a oferta de pessoas dispostas a fazer coisas como lavar e passar suas roupas, consertar seus sapatos, consertar seu carro, cozinhar suas refeições, oferecer variadas opções de entretenimento, curar uma eventual doença, e, talvez ainda mais importante, oferecer a você um emprego que remunera bem. 

Tente viver isolado do mundo, no meio do mato, e você descobrirá quão "simples" é se alimentar, subsistir e sobreviver a problemas de saúde.  A divisão do trabalho significa que, quanto mais pessoas houver por perto, mais fácil será satisfazermos nossos desejos e necessidades.  Igualmente, maior será a nossa comodidade para resolvermos certos problemas.  Daí as cidades superpovoadas.

Esse mito de que o mundo está superpovoado — em conjunto com a errônea conclusão de que isso está gerando problemas — fez com que várias pessoas celebrassem a notícia de que a taxa de natalidade está caindo em todo o mundo, mais acentuadamente nos países mais ricos. 
Em 2012, os casais nas cinco maiores economias do mundo — EUA, Japão, Alemanha, França e Reino Unido — tiveram 350 mil filhos a menos do que em 2008, uma queda de quase 5%.  A ONU prevê que as mulheres desses países terão uma média de 1,7 filhos ao longo de suas vidas.  Demógrafos dizem que a taxa de fecundidade tem de ser de pelo menos 2,1 apenas para compensar as mortes e, com isso, manter a população constante.

A expectativa de que essa redução da natalidade irá gerar mais conforto e mais ar respirável para o resto do mundo ignora completamente os impactos econômicos decorrentes de um declínio populacional.  Isso tem a ver com uma compreensão incompleta sobre a ação humana.
Aqueles que se preocupam com uma superpopulação tendem a ver os seres humanos como nada mais do que meros consumidores de recursos.  A lógica é simples: os recursos são finitos; os seres humanos consomem recursos.  Logo, menos seres humanos significa mais recursos disponíveis.  Esse é o cerne de todas as ideias contrárias à expansão populacional. 
Porém, embora as premissas desse silogismo sejam verdadeiras, elas são calamitosamente incompletas, fazendo com que a conclusão seja igualmente (e perigosamente) incorreta.

Em primeiro lugar, os seres humanos não são apenas consumidores.  Cada consumidor é também um produtor.  Por exemplo, eu só consigo almoçar (consumir) porque produzi (trabalhei) e alguém me remunerou por isso.  E foi justamente essa nossa contínua produção o que aprimorou sobremaneira o nosso padrão de vida desde o nosso surgimento até a época atual.  Todos os luxos que usufruímos, todas as grandes invenções que melhoraram nossas vidas, todas as modernas conveniências que nos atendem, e todos os tipos de lazer que nos fazem relaxar foram produzidas por uma mente humana. 
Logo, a conclusão óbvia é que, quando mais mentes existirem, mais inovações surgirão para melhorar nossas vidas.  Uma simples reductio ad absudum revela a óbvia verdade de que a cura para o câncer tem mais chances de ser descoberta em uma sociedade com um bilhão de pessoas do que em uma com apenas um punhado de indivíduos.
Ainda mais importante é o fato de que essas inovações resultam em uma multiplicação de recursos, de modo que o silogismo sofre uma importante alteração: os recursos são finitos; os seres humanos consomem recursos; os seres humanos produzem recursos; logo, se os seres humanos produzirem mais recursos do que consomem, um aumento populacional será benéfico para a nossa espécie.

Que nós produzimos mais do que consumimos é um fato autoevidente: basta olharmos para o padrão de vida que usufruímos hoje e compará-lo àquele que tínhamos há 50, 100 ou 1.000 anos.  À medida que a população aumentou, aumentou também a nossa prosperidade, e a redução no sofrimento humano foi impressionante.
Tendo tudo isso em mente, a conclusão é que a acentuada queda nas taxas de natalidade é algo alarmante.  Ironicamente, o primeiro arranjo a ser atingido será justamente aquele que é tão caro às esquerdas que defendem o controle populacional: a seguridade social.  E isso não é nem uma questão ideológica ou econômica, mas sim puramente matemática: uma população crescente tem um número suficiente de pessoas trabalhando para sustentar os idosos.  Já uma população declinante simplesmente não terá mão-de-obra jovem para pagar a aposentadoria desses idosos.  Uma coisa é você ter 10 pessoas trabalhando para pagar a Previdência de um aposentado; outra coisa é você ter apenas 2 pessoas trabalhando para pagar a Previdência desse mesmo aposentado.  Alguém terá de ceder.

Nos países onde há uma generosa rede de seguridade social, um encolhimento na população significa que uma fatia cada vez maior dos recursos será consumida pelos idosos, uma vez que as gerações mais jovens estarão em número insuficiente para compensar essa diferença.  A consequência inevitável é que, à medida que a força de trabalho vai declinando, toda a produção vai junto.  Se a força de trabalho encolhe, máquinas e equipamentos deixam de receber manutenção, começam a se deteriorar e caem em desuso.  Fábricas são abandonadas.  Empreendimentos imobiliários não são vendidos e os imóveis ficam desocupados. 

Tudo isso resulta em menos crescimento econômico, menos criação de riqueza, e menos prosperidade para todos.  Até mesmo os keynesianos, que são obcecados com a tal "demanda agregada", deveriam entender esse conceito.  Menos pessoas significa menos atividade econômica.
A celebração de que a população está crescendo menos advém majoritariamente do movimento ambientalista, cujo sentimento anti-humano é frequentemente explícito.  No entanto, até mesmo naqueles círculos menos cáusticos o preconceito contra a humanidade já se espalhou.  Hoje, é algo generalizado e que praticamente já adentrou a consciência popular.  Entre as esquerdas, tal sentimento é predominante; há um instinto de que as pessoas são naturalmente ruins.

Essa postura só é defensável se você for do tipo que anseia por um retorno à época da varíola, da inanição, da água contaminada, e do perigo iminente de ser devorado por predadores famintos.  Se, por outro lado, você não vê essas coisas como parte de uma existência idílica e natural, você deveria parar de propagar alguns mitos e ter mais consideração pelos seres humanos.

http://www.mises.org.br/

Aquecimento Global é uma farsa- Entrevista do Prof. Dr. Ricardo Felicio na Phorte TV

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

A escolinha do professor Sérgio Moro


Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

É melhor rasgar logo a Lei Orgânica da Magistratura e a Constituição Federal.

Porque a partir do exemplo de Sérgio Moro, que elevou ao cubo o “animus escoiciandi” de Joaquim Barbosa, não existe mais.

O que está escrito no artigo 36 da lei, que ao Juiz é proibido ” manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem” não vale mais.

Ontem, no jornal popular das Organizações Globo, o Extra, o juiz Flávio Roberto de Souza, que preside o julgamento de Eike Batista, diz, nada mais nada menos que vai “esmiuçar a alma” do réu.

Isso mesmo, esmiuçar a alma, porque Sua Excelência assume o papel de Deus, porque não vai julgar penas fatos, mas a alma.

Apela até para a sua fé budista dizendo que, por isso, tem “muita facilidade de saber quando a pessoa está mentindo ou falando a verdade”.

– Vou esmiuçar a alma dele. Pedaço por pedaço.

Como é que é, Doutor?

Quer dizer que se o senhor for espírita, vai ouvir os espíritos?

Virou, perdoem a expressão, zona.

E não adianta tirarem, avisa ele, o processo de Eike de suas mãos depois deste show de “penetração de almas”.

O Dr. Flávio já avisa que, se tirarem este, tem outros contra ele sob sua autoridade…

- Ainda que o tribunal me tire desse processo, ele não me tira do caso.

E ainda debocha dizendo que, se isso acontecer, “eu falaria pra você a música daquela cantora: Tô nem aí… Tô nem aí para o que vão decidir”

Que beleza!

Eu não tenho a menor simpatia pelo Eike Batista e acho que ele deve ter ótimos advogados, que vão fazer picadinho deste juiz.

Mas é inacreditável o que está se passando em certos setores do Judiciário.

Ficou fácil arranjar um brilhareco na mídia com essas exibições ridículas.

Não acontece nada, mesmo, não é?

A escolinha do Professor Sérgio Moro “captou a vossa mensagem, querido Mestre”.

E o salário, óóóóóóóóóóó…

As duas faces de Sérgio Moro


http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Mauricio Dias, na revistaCartaCapital:

Imparcial e isento são verbetes fáceis de ser encontrados em qualquer dicionário da língua portuguesa. Impossível é encontrar qualquer ser humano capaz de alcançar tais virtudes. Ela foi, todavia, usada às escâncaras nos últimos meses para brindar o juiz Sergio Moro, titular da 13ª Vara Criminal de Curitiba, no Paraná, comandante da Operação Lava Jato, deflagrada em março de 2014 pela Polícia e Ministério Público federais.

Moro promoveu um fato inédito no País ao mandar para a cadeia, em grande quantidade, gente influente e de dinheiro. Todos supostamente corruptos ou corruptores, enriquecidos com ilícitos em torno da Petrobras. Uma decisão elogiável. Em torno da decisão do magistrado, à semelhança do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, durante o julgamento do chamado “mensalão”, a ingenuidade e a malícia política fizeram brotar a esperança de ter sido resgatada a moralidade no Brasil. Aparentemente, surgira um magistrado preocupado unicamente em fazer justiça.

Doa a quem doer, era o que se podia traduzir de suas ações iniciais. Esse é um lado da moeda. Há o outro.

Não há mesmo neutralidade em nenhum ato humano. Assim, aos poucos, o jovem magistrado, 43 anos, já famoso, saiu da trilha judicial. Moro tem direito a pensar politicamente como quiser. Está impedido, porém, de contaminar as decisões profissionais com cores partidárias. Tirada a máscara, despontou um militante antipetista. A militância interferiu em várias decisões judiciais dele.

A mais recente foi o ataque ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Recebeu alguns advogados dos acusados da Operação Lava Jato. Para Moro, houve tentativa indevida das empreiteiras “de obter uma interferência política em seu favor no processo judicial”. Embora o ministro tenha feito uma trapalhada, ao esconder da agenda de trabalho a audiência aos advogados, fica claro que o juiz Sergio Moro fez outra.

Antes disso, o juiz fechou os olhos para um fato relevante. Um dos acusados, Pedro Barusco, no papel de delator, contou no depoimento que, como gerente-executivo da Petrobras, tinha recebido a primeira propina em 1997. Portanto, durante o governo de FHC. Isso foi sepultado pelos agentes policiais, pelos promotores e, por fim, pelo magistrado.

Eles, curiosamente, esqueceram. Da primeira propina, porém, os corruptos nunca esquecem. Não há espaço para falar dos vazamentos seletivos do processo, liberados em Curitiba. A mídia se esbalda. Há um grande painel dessas irregularidades que transformam suposições em fatos consumados e dão à delação premiada o caráter de fé pública. Curiosamente Moro deixou escapar um alerta. Ele próprio avisa: “As delações ainda carecem de provas”, mas contemporizou: “Elas estão parcialmente amparadas”. Uma contradição? Talvez “mea-culpa?” Qual o valor de provas “parcialmente amparadas”?

Do STF foi lançada a primeira indicação sobre os descuidos do magistrado. Tomou posição pública o irrequieto ministro Marco Aurélio Mello, após dizer que acompanhava “com incredulidade” as notícias da Operação Lava Jato. “No Brasil, exceção virou regra: prende-se para depois apurar.” Mello destacou a “condução coercitiva” de João Vaccari, tesoureiro do PT, que resistiu à convocação, mas não se recusou a depor. Contra isso, invocou a ironia: “A criatividade humana é incrível... eu nunca tinha visto nada parecido. E as regras continuam as mesmas”.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

HSBC é denunciado por lavar dinheiro de cartéis de drogas



Novas informações sobre o escândalo do HSBC, que através de sua filial suíça orientou milhares de clientes pelo mundo a sonegar impostos e lavar dinheiro, alertam para o envolvimento do banco com cartéis de drogas, conforme documentos expostos por Hervé Falciani.
Há cerca de 3 anos o HSBC foi pego lavando US$ 881 milhões para um cartel de drogas, o que iniciou uma investigação arquivada após um acordo com a promotoria que permitiu ao banco escapar de todas as acusações criminais, pagando apenas multa simbólica. O esquema de lavagem de dinheiro incluía o cartel de Sinaloa, México, o primeiro a fazer "negócios" com o banco. O banco ajudou o cartel a comprar um avião para efetuar o tráfico. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos, realizou uma investigação contra o banco, que resultou em 13 paginas de "informações criminais".
Já quando a lavagem do dinheiro das drogas não é feita pelos bancos, o tratamento é bem diferente nos EUA. Como no caso envolvendo o rabino do Brooklyn, Solomon Dwek, em 2009, preso com outros 4, por lavar dinheiro do narcotráfico, a partir da fachada de caridade religiosa. Outro caso foi o de Bridget Michelle sentenciada a cinco anos em 2013, no Mississippi, por lavar dinheiro sobre a fachada de uma transportadora.
Já Stephen Green, à frente do banco de 2006 a 2010, nunca foi acusado por envolvimento com o dinheiro das drogas. Pelo contrário, o banqueiro foi promovido a Ministro do Comercio Inglês no governo Cameron.
A lavagem de dinheiro do tráfico também era facilitada por contas do HSBC mantidas em Sinaloa, no México, durante o ano de 2007, pertencentes empresas de fachada nas Ilhas Cayman, paraíso fiscal ocupado pelos ingleses no Caribe.
Entre os clientes do banco relacionados nos documentos vazados estão diversos traficantes de armas e drogas, como era o caso de Mozes Victor Konig, e Kenneth Lee Akselrod, procurados pela Interpol.

Entre os clientes também constam ditadores como o falecido haitiano Baby Doc que vivia em luxo no meio da miséria e foi responsável pela carnificina para manter uma das mais sanguinolentas ditaduras das Américas.
http://www.horadopovo.com.br/

Obama quer guerra sem fim no Império das mil bases no exterior



Licença pedida é sem limite geográfico e em termos vagos. Para o "Nobel da Paz" Obama, EUA é líder por "torcer o braço" de outros países para que façam "o que nós queremos"
O doublé de chefe das chacinas com drones e de “Nobel da Paz”, Barack Obama, anunciou ao Congresso dos EUA que, sob o pretexto de combater o “Estado Islâmico” e seus “associados”, planeja expandir a qualquer lugar do planeta que queira seus “poderes de guerra”. Em suma, o capo do império das 1.000 bases no exterior quer deixar como legado nova “guerra global”, e sua aviação há seis meses desencadeou a Guerra do Iraque 3.0 e também vem bombardeando a Síria.
Assim, a nova Autorização para Uso de Força Militar (AUMF, na sigla em inglês) solicitada ao Congresso dos EUA não apenas não estabelece nenhum limite geográfico para o “combate” ao Estado Islâmico, como também não explicita quem seriam os “associados do Estado Islâmico”.
A propósito, o Estado Islâmico (assim como havia ocorrido com a Al Qaeda no Afeganistão) é cria da CIA, na operação em conjunto com a monarquia feudal saudita e o notório príncipe Bandar Bush, mais o Qatar e a Turquia, para derrubar o governo legítimo sírio. Mas saiu do controle, passando a combater também o governo fantoche do Iraque, o que atraiu a fúria de Washington.
A nova autorização de guerra não revoga a de 2001, que W. Bush usou para invadir o Afeganistão supostamente à caça da Al Qaeda e que depois serviu a Obama para continuar a ocupação. Até dentro do Congresso dos EUA – que já endossou todo tipo de agressão e guerra -, surgiram vozes contra dar “novo cheque em branco” a Obama e seu sucessor.
“Permanecem questões muito graves que ainda têm de ser resolvidas”, declarou o senador democrata Richard Blumenthal, acrescentando precisar “ser ainda convencido”. Obama assevera que a autorização seria por “três anos” – apesar do seu mandato só durar mais dois. Como a autorização de guerra de 2001 continua em vigor, o próximo presidente poderia, após os “três anos”, simplesmente alegar que esta lhe permite a continuidade das operações militares no exterior.
Segundo o deputado democrata Adam Schiff, “como uma questão prática, o presidente poderia decidir despachar 100.000 soldados na Síria por 18 meses e alegar que não é ‘duradouro’”. A medida “não põe limite suficiente ao governo” e a definição das operações de combate permitidas “está deliberadamente redigida para ser ambígua”.
Em entrevista ao portal voltado para nerds, o Vox, Obama cacarejou sobre a política do império de submeter o planeta, acima de tudo militarmente. Ele disse que a realidade da “liderança americana” às vezes inclui “torcer o braço” dos países que “não querem fazer o que nós necessitamos que eles façam”.
Forma cínica de se referir a guerras como a invasão do Iraque para assaltar seu petróleo em favor dos Rockfellers, dos Morgans e demais comparsas de Wall Street e Big Oil. O gasto militar dos EUA “é maior dos que o dos dez países seguintes somados”, assinalou Obama, asseverando que não há quem possa fazer frente a Washington. Ele admitiu que a Rússia “tem armas nucleares, mas não tem nosso poder de projetar força”.
Segundo ele, a liderança americana provém do nosso “espírito de podemos-fazer”. “Nós somos o maior, mais poderoso país da Terra. Como eu disse previamente em discursos, quando os problemas acontecem, eles não chamam Pequim. Eles não chamam Moscou. Eles nos chamam. E nós abraçamos essa responsabilidade”.
Quanta modéstia: não foi a CIA que organizou o golpe na Ucrânia, foram os nazis e oligarcas ladrões “que nos chamaram”. Não foi a legião estrangeira do Pentágono, a Otan, que instaurou o caos na Líbia – “fomos chamados”. “Meu governo é muito agressivo e internacionalista” – ops, imperialista -, resumiu Obama.
Em outros discursos, Obama tem chamado o imperialismo dos EUA de “excepcionalismo americano”, que supostamente daria a Washington o direito de usar a força arbitrariamente a despeito do Conselho de Segurança da ONU ou da lei internacional. Como o presidente russo Vladimir Putin tem advertido, “é extremamente perigoso encorajar gente a se ver como excepcional qualquer que seja a motivação”.
O líder russo destacou que “há países grandes e países pequenos, ricos e pobres, aqueles com longas tradições democráticas e os que ainda buscam seu caminho. Suas políticas diferem, também. Nós todos somos diferentes, mas quando pedimos as bênçãos de Deus, não devemos esquecer que Deus nos criou iguais”, apontou.
Já os imperialistas ianques pretendem que o planeta inteiro é seu “lebensraum” (espaço vital), repetindo de forma mais alucinada os desvarios nazistas. As cerca de 1.000 bases se estendem por mais de 40 países em cinco continentes, e o planeta está dividido por comandos militares do Pentágono: Centcom (Ásia Central e Oriente Médio), Northcom (América do Norte), Eucom (Europa), Pacom (Área do Pacífico), Southcom (América do Sul) e Africom (África). 11 porta-aviões, que são verdadeiras bases flutuantes. As forças especiais dobraram desde W. Bush, para 70.000 soldados, atuando em 134 países.
Na prática, 70 anos após o fim da II Guerra, países como a Alemanha, Itália, Japão e sul da Coréia permanecem sob ocupação, que também se estende a aliados como a Grã Bretanha, Holanda, Bélgica e Austrália. Após o fim da URSS, o império das bases ianques foi estendido ao leste europeu e, com o “pivô para a Ásia”, uma nova fornada está sendo criada visando o cerco à China. Com a “guerra ao terror”, mais bases no Oriente Médio e Ásia Central.
Quanto mais falido o império, mais dependente da exibição da força bruta, e a um custo cada vez mais insustentável. A “projeção da força” – como chama Obama – pesa: a Guerra do Iraque custou US$ 1 trilhão.
Quanto a não haver que possa “fazer frente” ao império, a gabolice de Obama se choca com a realidade. A imprensa especializada não para de admitir que a força nuclear russa está em muito melhor condição do que a ianque (E os chefes da força nuclear russa não estão sendo demitidos por pileques, histeria e fraudes). Os mais avançados bombardeiros “stealth” dos EUA que ainda nem ficaram prontos já estão obsoletos diante dos novos radares russos. Nos próximos anos, Washington vai depender de foguetes russos para chegar à Estação Espacial Internacional. Já China e Índia dão passos enormes em matéria de defesa e de tecnologia.

O espectro da Coréia nem chegara a se dissipar, e o império foi surrado impiedosamente no Vietnã, fato que a fuga desabalada da embaixada em Saigon marcou eternamente, assim como a repulsa da imensa maioria da população norte-americana. Abandonado o alistamento, diante do isolamento em relação à juventude do país, o império montou um exército mercenário. Para ver o fiasco repetido no Iraque e no Afeganistão, com os marines escorraçados por guerrilheiros precariamente armados, mas dispostos a tudo para defender sua pátria, crenças, direitos, mulheres e filhos. Nesta semana, a revoada às pressas foi na embaixada em Sanaa, que já em mãos dos rebeldes do Iêmen. Antes de fugirem para o aeroporto, os marines tiveram de entregar as armas.

                                                                                                   ANTONIO PIMENTA
http://www.horadopovo.com.br/

Confira abaixo apontando 21 líderes mundiais e fervorosos defensores da liberdade de imprensa e expressão:




1) Rei Abdullah, da Jordânia, que no ano passado sentenciou um jornalista palestino a 15 anos na prisão com trabalhos forçados
2) Primeiro-Ministro Davutoglu, da Turquia, que prende mais jornalistas do que qualquer outro país no mundo
3) Primeiro-Ministro Netanyahu, de Israel, cujas forças [armadas] mataram 7 jornalistas em Gaza no ano passado (ficando atrás apenas da Síria)
4) Ministro das Relações Exteriores Shoukry, do Egito, que além de prender jornalistas da Al Jazeera, deteve também o jornalista Shawkan por cerca de 500 dias
5) Ministro das Relações Exteriores Lavrov, da Rússia, que no ano passado prendeu um jornalista por “insultar um funcionário do governo”
6) Ministro das Relações Exteriores Lamamra, da Argélia, que prendeu o jornalista Abdessami Abdelhai por 15 meses sem julgamento
7) Ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes, que em 2013, manteve um jornalista incomunicável durante um mês
8) Primeiro-Ministro Jomaa, da Tunísia, que recentemente prendeu o blogueiro Yassine Ayan por 3 anos, por ter “difamado o exército”
9) Os primeiro-ministros da Georgia e Bulgária, ambos países que têm um histórico de atacar ebater em jornalistas
10) O Procurador-Geral dos EUA, cuja polícia em Ferguson recentemente deteve e agrediu repórteres do Washington Post
11) Primeiro-Ministro Samaras, da Grécia, cuja tropa de choque agrediu e feriu dois jornalistas em um protesto em junho do ano passado
12) Secretário-Geral da Otan, que ainda precisa ser responsabilizada pelo bombardeio e assassinato deliberado de 16 jornalistas sérvios em 1999
13) Presidente Keita, do Mali, onde jornalistas são expulsos por cobrirem abusos aos direitos humanos
14) Ministro das Relações Exteriores de Bahrein, segundo maior país que prende jornalistas no mundo (e também os torturam)
15) Xeique Mohamed Ben Hamad Ben Khalifa Al Thani, do Qatar, que condenou um homem por 15 anos por escrever o “Poema do Jasmim” - que criticava os governos do Golfo Pérsico no pós-Primavera Árabe
16) Presidente Mahmoud Abbas, da Autoridade Palestina, que prendeu diversos jornalistas em 2013 por “insultá-lo” no Facebook
17) Primeiro-Ministro Cerar, da Eslovênia, que condenou um blogueiro a seis meses de prisão por “difamação”, em 2013
18) Primeiro-Ministro Enda Kenny, da Irlanda, onde “blasfêmia” é considerado um crime
19) Primeiro-Ministro Kopacz, da Polônia, que invadiu a redação de uma revista para apreender gravações que comprometiam o partido do governo
20) Primeiro-Ministro Cameron, do Reino Unido, onde as autoridades ordenaram a destruição dos documentos de Edward Snowden obtidos pelo The Guardian e os ameaçaram de processo
21) Embaixador da Arábia Saudita na França. Os sauditas açoitado publicamente o blogueiro Raif Badawi por “insultar o islã”.

O Globo faz ficção contra a Petrobras


Por Conceição Oliveira, no blog Maria Frô:

Michelle D. Vieira é funcionária da Petrobras. Em seu Facebook, escreveu um dos documentos mais representativos sobre o jornalismo ficcional praticado pela Globo. É um primor, vale cada linha.

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Carta aberta à Leticia Fernandes e ao jornal O Globo

Por Michelle Daher Vieira em seu Facebook

Antes de tudo, gostaria de deixar bem claro que não estou falando em nome da Petrobras, nem em nome dos organizadores do movimento “Sou Petrobras”, nem em nome de ninguém que aparece nas fotos da matéria. Falo, exclusivamente, em meu nome e escrevo esta carta porque apareço em uma das fotos que ilustram a reportagem publicada no jornal O Globo do dia 15 de fevereiro, intitulada “Nova Rotina de Medo e Tensão”.

Fico imaginando como a dita jornalista sabe tão detalhadamente a respeito do nosso cotidiano de trabalho para escrever com tanta propriedade, como se tudo fosse a mais pura verdade, e afirmar com tamanha certeza de que vivemos uma rotina de medo, assombrados por boatos de demissões, que passamos o dia em silêncio na ponta das cadeiras atualizando os e-mails apreensivos a cada clique, que trabalhamos tensos com medo de receber e-mails com represálias, assim criando uma ideia, para quem lê, a respeito de como é o clima no dia a dia de trabalho dentro da Petrobras como se a mesma o estivesse vivendo.
Acho que tanta criatividade só pode ser baseada na própria realidade de trabalho da Letícia, que em sua rotina passa por todas estas experiências de terror e a utiliza para descrever a nossa como se vivêssemos a mesma experiência. Ameaças de demissão assombram o jornal em que ela trabalha, já tendo vários colegas sendo demitidos [1], a rotina de e-mails com represálias e determinando que tipo de informação deve ser publicada ou escondida devem ser rotina em seu trabalho [2], sempre na intenção de desinformar a população e transmitir só o que interessa, mantendo a população refém de informações mentirosas e distorcidas.

Fico impressionada com o conteúdo da matéria e não posso deixar de pensar como a Letícia não tem vergonha de a ter escrito e assinado. Com tantas coisas sérias acontecendo em nosso país ela está preocupada com o andar onde fica localizada a máquina que faz o café que nós tomamos e com a marca do papel higiênico que usamos. Mas dá para entender o porque disto, fica claro para quem lê o seu texto com um mínimo de senso crítico: o conteúdo é o que menos importa, o negócio do jornal é falar mal, é dar uma conotação negativa, denegrir a empresa na sua jornada diária de linchamento público da Petrobras. Não é de hoje que as Organizações Globo tem objetivo muito bem definido [3] em relação à Petrobras: entregar um patrimônio que pertence à população brasileira à interesses privados internacionais. É a este propósito que a Leticia Fernandes serve quando escreve sua matéria.

Leticia, não te vejo, nem você nem O Globo, se escandalizado com outros casos tão ou mais graves quanto o da Petrobras. O único escândalo que me lembro ter ganho as mesma proporção histérica nas páginas deste jornal foi o da AP 470, por que? Por que não revelam as provas escondidas no Inquérito 2474 [4] e não foi falado nisto? Por que não leio nas páginas do jornal, onde você trabalha, sobre o escândalo do HSBC [5]? Quem são os protegidos? Por que o silêncio sobre a dívida da sonegação [6] da Globo que é tanto dinheiro, ou mais, do que os partidos “receberam” da corrupção na Petrobras? Por que não é divulgado que as investigações em torno do helicoca [7] foram paralisadas, abafadas e arquivadas, afinal o transporte de quase 500 quilos de cocaína deveria ser um escândalo, não? E o dinheiro usado para construção de certos aeroportos em fazendas privadas em Minas Gerais [8]? Afinal este dinheiro também veio dos cofres públicos e desviados do povo. Já está tudo esclarecido sobre isto? Por que não se fala mais nada? E o caso Alstom [9], por que as delações não valem? Por que não há um estardalhaço em torno deste assunto uma vez que foi surrupiado dos cofres públicos vultosas quantias em dinheiro? Por que você e seu jornal não se escandalizam com a prescrição e impunidade dos envolvidos no caso do Banestado [10] e a participação do famoso doleiro neste caso? Onde estão as manchetes sobre o desgoverno no Estado do Paraná [11]? Deixo estas perguntas como sugestão e matérias para você escrever já que anda tão sem assunto que precisou dar destaque sobre o cafezinho e o papel higiênico dos funcionários da Petrobras.

A você, Leticia, te escrevo para dizer que tenho muito orgulho de trabalhar na Petrobras, que farei o que estiver ao meu alcance para que uma empresa suja e golpista como a que você trabalha não atinja seu objetivo. Já você não deve ter tanto orgulho de trabalhar onde trabalha, que além de cercear o trabalho de seus jornalistas determinando “as verdades” que devem publicar, apoiou a Ditadura no Brasil [12], cresceu e chegou onde está graças a este apoio. Ao contrário da Petrobras, a empresa que você se esforça para denegrir a imagem, que chegou ao seu gigantismo graças a muito trabalho, pesquisa, desenvolvimento de tecnologia própria e trazendo desenvolvimento para todo o Brasil.

Quanto às demissões que estão ocorrendo, é muito triste que tantas pessoas percam seu trabalho, mas são funcionários de empresas prestadoras de serviço e não da Petrobras. Você não pode culpar a Petrobras por todas as mazelas do país, e nem esperar que ela sustente o Brasil, ou você não sabe que não existe estabilidade no trabalho no mundo dos negócios? Não sabe que todo negócio tem seu risco? Você culpa a Petrobras por tanta gente ter aberto negócios próximos onde haveria empreendimentos da empresa, mas a culpa disto é do mal planejamento de quem investiu. Todo planejamento para se abrir um negócio deveria conter os riscos envolvidos bem detalhados, sendo que o maior deles era não ficar pronta a unidade da Petrobras, que só pode ser culpada de ter planejado mal o seu próprio negócio, não o de terceiros. Imputar à Petrobras o fracasso de terceiros é de uma enorme desonestidade intelectual.

Quando fui posar para a foto, que aparece na reportagem, minha intenção não era apenas defender os empregados da injustiça e hostilidades que vem sofrendo sendo questionados sobre sua honestidade, porque quem faz isto só me dá pena pela demonstração de ignorância. Minha intenção era mostrar que a Petrobras é um patrimônio brasileiro, maior que tudo isto que está acontecendo, que não pode ser destruída por bandidos confessos que posam neste jornal como heróis, por juízes que agem por vaidade e estrelismos apoiados pelo estardalhaço e holofotes que vocês dão a eles, pelo mercado que só quer lucrar com especulação e nunca constrói nada de concreto e por um jornal repulsivo como O Globo que não tem compromisso com a verdade nem com o Brasil.

Por fim, digo que cada vez fica ainda mais evidente a necessidade de uma democratização da mídia, que proporcionará acesso a uma diversidade de informação maior à população que atualmente é refém de uma mídia que não tem respeito com o seu leitor e manipula a notícia em prol de seus interesses, no qual tudo que publica praticamente não é contestado por não haver outros veículos que o possa contradizer devido à concentração que hoje existe. Para não perder um poder deste tamanho vocês urram contra a reforma, que se faz cada vez mais urgente, dizendo ser censura ou contra a liberdade de imprensa, mas não é nada além de aplicar o que já está escrito na Constituição Federal [13], sendo a concentração de poder que algumas famílias, como a Marinho detém, totalmente inconstitucional.

Sendo assim, deixo registrado a minha repugnância em relação à matéria por você escrita, utilizando para ilustrá-la uma foto na qual eu estou presente com uma intenção radicalmente oposta a que ela foi utilizada por você.

Fontes:

[1] Demissões nas Organizações Globo:

Diz o artigo 220 da Carta, no inciso II do parágrafo 3°:
II – estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.
Já o parágrafo 5° diz:
Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio.
E o artigo 221. por sua vez, prescreve:
Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:
I – preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;
II – promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação;
III – regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;
IV – respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.