sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Obama: mais dinheiro e armas para cevar terroristas na Síria


Depois do fracasso das hordas preparadas pela CIA diante do exército patriótico sírio, Obama tenta ressuscitar seus ‘moderados’ canibais com mais dinheiro e armas e chama agressão à soberania síria de ‘luta contra o terrorismo’

Sob o pretexto de que precisa de novos terroristas "moderados" para enfrentar os "terroristas do Estado Islâmico" e seguir tentando derrubar o presidente Bashar Al Assad, recém reeleito pelo povo sírio, o belicista-em-chefe Barack Obama pediu ao Congresso dos EUA, e obteve nesta quarta-feira (16), US$ 500 milhões – meio bilhão -, para treinar 5.000 fantoches na Arábia Saudita, para substituir o seu desmoralizado "Exército Livre da Síria", que as tropas patrióticas com apoio da população dizimaram, praticamente, só restando mercenários sob grifes da Al Qaeda, que viram "bons terroristas" sempre que fazem o que Washington quer.
A bem da verdade, a votação na Câmara dos Deputados, por 273 a 156, revelou que mesmo nos EUA há muita gente que desconfia que a nova guerra "geracional" que Obama anunciou "legar" aos seus dois próximos sucessores, está fadada a um fracasso ainda mais rotundo. O Senado está votando. De acordo com os jornais dos EUA, o fiasco anterior na Síria levou o Pentágono a substituir a CIA no preparo dos novos terroristas, enquanto Obama pretende se auto-atribuir o "direito" divino de bombardear a Síria quando quiser, sob desculpa de enfrentar o EI, o que já foi contestado pela Rússia, China e Irã, com base na Carta da ONU e nos princípios da soberania do país.
Obama, que jamais se importou com os vídeos de soldados e civis sírios degolados pelos terroristas que os EUA transportaram para a Síria, financiaram, armaram e apoiaram na mídia, agora finge se indignar com a degola de dois norte-americanos e um britânico pelo Estado Islâmico, após impedir as famílias de negociarem com o EI e até ameaçá-las de processo caso o fizessem, ao contrário dos governos europeus que trataram de resgatar os seus. Washington também recusou troca de prisioneiros proposta pelo EI. Aliás, Obama só se moveu para bombardear o EI depois que a organização arremeteu contra Erbil, capital do enclave curdo há duas décadas sob proteção ianque, e para os campos de petróleo explorados pela Exxon e outras petroleiras norte-americanas. Até os aviões russos, entregues por Moscou ao governo de Bagdá, chegaram bem antes dos de Obama.
Não havia terroristas, nem Al Qaeda no Iraque soberano do presidente Sadam Hussein, nem na Líbia progressista do líder Muamar Kadhafi. Quem trouxe o extremismo dito "islâmico" para o Iraque foi a invasão dos EUA e o genocídio de 1 milhão de iraquianos, assim como foi com o bombardeio da Líbia pelos EUA e Otan. Há mais de três décadas, a fábrica de terroristas da CIA, inaugurada, com a ajuda da monarquia Saudita e Paquistão, contra a revolução popular no Afeganistão, vem produzindo industrialmente extremistas sob fachada "muçulmana", mas na verdade com uma agenda pró-EUA, ainda que várias vezes a CIA haja perdido o controle sobre suas criaturas, como no caso da Al Qaeda, a mais famosa delas. Como denunciou o presidente Putin, tudo que os EUA tocam "vira Iraque ou Líbia". Ou Somália. Ou Sudão do Sul.
Assim como a Síria vem derrotando a agenda das petroleiras ianques e de Israel - apesar da necessidade de sacrifícios inauditos para manter a soberania e a unidade nacional e apesar da intervenção dos EUA, França, Inglaterra, Turquia, Arábia Saudita e Qatar -, no vizinho Iraque só haverá uma solução se prevalecer o caráter árabe do país, o espírito indômito da resistência aos invasores e um governo que dê fim à ocupação que se prolonga no governo fantoche, encabeçado pelos colaboracionistas que chegaram no colo dos marines e depois organizaram para W. Bush os esquadrões da morte da "Opção Salvador".

É esse governo que Obama acaba de requentar, e precisa dar lugar a um governo representativo de todos os iraquianos, de todas as etnias e religiões do país, capaz de restabelecer a unidade do Iraque e o exército nacional e de resguardar sua integridade territorial, que coloque a riqueza do petróleo a serviço da nação e do povo, que dê fim ao sectarismo e racismo e revogue a constituição imposta pelo chefe da invasão Paul Bremer, que acabe com a roubalheira e reconstrua o país. Enquanto não prevalecer a revolução nacional e a identidade árabe, sempre haverá quem ache que só há espaço ou para o Califado "sunita", ou para um apêndice "persa". Não é a toa que, diante do alarido sobre o avanço do EI, o vice-presidente Joe Biden, aquele que botou o filho na diretoria de uma petroleira na Ucrânia, se assanhou todo de que chegara a hora de completar a partição do Iraque em três mini-Estados cheios de petróleo.

ANTONIO PIMENTA
http://www.horadopovo.com.br/

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