quinta-feira, 3 de julho de 2014

FHC, Plano Real e a herança maldita


Por Altamiro Borges



A mídia tucana e seu dispositivo partidário (composto pelo PSDB, DEM e PPS) têm feito baita alarde para festejar os 20 anos do Plano Real. Longas matérias nos jornalões e comentários eufóricos na tevê dos tais “analistas de mercado” – o nome fictício dos porta-vozes do capital financeiro. Se o plano de estabilização conservadora da economia, que reduziu a inflação às custas do aumento do desemprego e da quebradeira da nação, fosse tão exitoso, FHC não teria deixado o Palácio do Planalto com os piores índices de popularidade da história da República e, de quebra, ainda teria garantido a eleição do seu apadrinhado José Serra em 2002. Mas o povo não esquece a “herança maldita” dos tucanos!

O próprio FHC, em mensagem de áudio no seu Facebook, tentou aproveitar a onda midiática de bajulação do Plano Real para alfinetar Lula e Dilma e fazer proselitismo eleitoreiro. “Houve os descrentes. O presidente Lula dizia que o real não era sonho, era pesadelo. Se enganou”. Com relação a atual governo, blefou: “Mais recentemente estamos vendo dificuldades com a estabilização, mas estamos sentindo que o povo todo estará à espera de medidas que mantenham a moeda estável”. Recente pesquisa Datafolha confirma que FHC não está com essa bola toda. Ele assusta os eleitores, retira votos dos tucanos. Ou seja: o Plano Real não serve mais como peça de demagogia eleitoral!

O livro “Era FHC: A regressão do trabalho” (Marcio Pochmann e Altamiro Borges, Editora Anita Garibaldi, agosto de 2002) apresenta vários dados sobre os efeitos nefastos da política econômica implantada no reinado do PSDB. Os seus cinco capítulos revelam a explosão do desemprego, que bateu recordes históricos; a violenta queda de renda dos assalariados; o processo de precarização e de informalização do trabalho; o criminoso desmonte das leis trabalhistas; e a resistência sindical à onda regressiva e destrutiva imposta pelo neoliberal FHC. Por mais que a mídia bajule o Plano Real e FHC, os trabalhadores ainda têm na memória os anos de amargura vividos no triste reinado tucano. 

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