sexta-feira, 18 de julho de 2014

Entidades criticam decisão da comissão do Congresso contrária à “A Voz do Brasil”


A comissão mista do Congresso Nacional que analisa a medida provisória 648/14 – que autorizou as emissoras de rádio do país a retransmitir o programa A Voz do Brasil em horário alternativo durante a Copa aprovou, na quarta-feira (16), o texto que libera a transmissão em qualquer horário entre 19 e 22 horas. Criado em 1935, no governo Getúlio, o programa mais antigo do mundo ainda veiculado vai ao ar diariamente, de segunda a sexta, às 19 horas. Com uma hora de duração, são noticiadas informações dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
A flexibilização do horário só vai servir à ganância dos empresários do setor. O fim da Voz do Brasil é uma antiga bandeira dos proprietários de emissoras comerciais, que, apesar de serem beneficiários de concessão pública, sempre sonharam com a possibilidade de censurar o programa, para comercializar o tempo e obter mais lucros. A medida, no entanto, serviu como pretexto para aguçar a campanha contra A Voz do Brasil. O relator da MP, senador Ricardo Ferraço (PMDB/ES), aproveitou a deixa e apresentou um relatório que cabe como uma luva nos interesses dos donos de emissoras de rádio. “O mundo mudou, e a necessidade de informação aumentou, sobretudo nas grandes cidades”, alegou.
Para Mário Augusto Jakobskind, da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e do Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que opera o programa considerou a decisão na comissão “um erro crasso dos parlamentares”. “Flexibilização, na prática, representa, primeiro, o fim d’A Voz do Brasil a médio e longo prazos, porque quem é que vai fiscalizar isso? Segundo, esse horário tradicional das 19h às 20h é o horário que milhões de pessoas, pelo Brasil afora, têm informações por meio d’A Voz do Brasil”, afirmou.

Segundo o coordenador do Movimento em Defesa da Preservação d’A Voz do Brasil, jornalista Chico Sant’Anna, o programa “é um importante elemento de informação para milhões de brasileiros”. “Uma pesquisa encomendada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República identificou que 60% dos moradores da Região Norte e 50% das regiões Nordeste e Centro-Oeste ouvem diariamente A Voz do Brasil e têm o programa como a única ou quase única informação do que acontece no Brasil”, declarou.
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