sexta-feira, 25 de abril de 2014

CSB CONDENA FINANCIAMENTO PÚBLICO A EMPRESAS ESTRANGEIRAS


Central critica o empréstimo de R$ 2,6 bilhões do BNDES à Anglo American, conglomerado sul-africano do ramo de mineração
A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) considera inadmissível o aporte de R$ 2,6 bilhões feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à empresa sul-africana de mineração Anglo American. Segundo o jornal Valor Econômico, já foram adquiridos pela empresa um total de US$ 5,6 bilhões em financiamento, e o montante investido pela instituição brasileira requer especial atenção.
No momento em que o Brasil necessita de investimentos no setor produtivo nacional, é – no mínimo – insensato o BNDES, com recursos públicos, financiar empresas estrangeiras como a Anglo América. O que torna o fato ainda mais grave é que grande parte desses recursos vem do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
O FAT é um programa do Ministério do Trabalho e Emprego destinado ao custeio de direitos do trabalhador, como o seguro-desemprego, abono salarial, além do financiamento de programas de desenvolvimento econômico. Destinar tais recursos para fomentar multinacionais estrangeiras é macular os reais objetivos do FAT e desestimular a economia.
No mesmo ritmo do projeto de distribuição de renda e diminuição da desigualdade, construído pelo governo, é preciso avançar na ampliação da indústria nacional. E o BNDES tem papel fundamental na promoção do desenvolvimento econômico e social do Brasil. A previsão do Banco de investir R$ 733 bilhões na indústria até 2017 deve ser concretizada na forma de estímulo a todos os setores da produção nacional, alavancando, assim, o desenvolvimento econômico de forma robusta e duradoura.
A CSB considera fundamental o diálogo entre o poder público, o empresariado e a sociedade para a construção de um projeto sólido de estímulo ao crescimento nacional. Além disso, é essencial que o governo e as instituições como o BNDES trabalhem para o aumento dos recursos para inovação, estímulos ao crescimento de pequenos e micronegócios, fortalecimento da defesa comercial nacional, criação de regimes especiais para agregação de valor e de tecnologia nas cadeias produtivas, bem como o acompanhamento e a avaliação de políticas de estímulo a estes setores.
Concentrar forças e investimentos à inovação e à produção nacional para alavancar a competitividade da indústria nos mercados interno e externo, mobilizar as forças produtivas para competir e crescer, são mecanismos essenciais para transformar o País numa nação mais próspera, inclusiva e que valoriza os trabalhadores, os principais responsáveis pelo desenvolvimento do Brasil.

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