sábado, 21 de setembro de 2013

TRÉGUA: O QUE FAZER COM ELA?


Governo e forças progressista respiram nesse momento o ar fresco que sopra da janela  aberta no front interno e externo. Depois de meses em que a iniciativa política coube à maré antagônica, o mando do jogo mudou de mão. Sinais se acumulam: o recuo da inflação;  o êxito do ‘Mais Médicos'; o anticlímax da mídia no julgamento da AP 470; a resposta soberana à espionagem da CIA; a sustentação dos níveis de consumo, emprego e renda - um naufrágio previsto diariamente pelas editorias de renda fixa & rentismo em geral; e a reviravolta no calendário do Fed.  

O BC dos EUA decidiu azedar de vez a 4ª feira do conservadorismo brasileiro. Depois do voto de Celso de Mello, no STF, Ben Bernank anunciou que o horizonte dos incentivos à liquidez nos EUA foram dilatadas sem prazo de reversão, desanuviando a pressão cambial sobre as contas externas e a inflação.

Seria injusto dizer que o conjunto é obra exclusiva do acaso.Mas tampouco é justo  atribuí-lo a uma sólida capacidade de resposta da agenda progressista. O novo ciclo de políticas de crescimento e convergência da riqueza, requerido pela sociedade,  exige  decisões  que talvez não caibam  no espaço quase ornamental  reservado à mobilização  progressista, dentro do bloco de alianças  do PT. 

Caberia perguntar, como se pretende desfrutar a 'folga' externa? Com mais do mesmo, consumindo-a em importações baratas,  que acalmam a inflação, sucateiam o parque fabril e embalam  a classe média em tours à Miami?  

Como se pretende conduzir a campanha eleitoral de 2014? Como um evento publicitário, a exemplo do que se fez nas últimas? Ou requalificá-la como um espaço de repactuação de forças da nova institucionalidade que o  desenvolvimento requer?

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