segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Globo esconde propinoduto tucano


Por Altamiro Borges

Se depender da TV Globo, os tucanos nunca serão incomodados com denúncias de corrupção e poderão roubar à vontade. Nesta semana, a revista IstoÉ publicou longa e documentada reportagem sobre o desvio de milhões de reais das obras do Metrô de São Paulo. Ela comprova que o “propinoduto” foi montado nos governos do PSDB e que muita grana foi desviada dos cofres públicos e foi parar nos paraísos fiscais do exterior. Até agora, porém, o Jornal Nacional da TV Globo nem sequer mencionou o explosivo assunto. O restante da mídia, sempre tão seletiva na sua escandalização da política, também não deu destaque ao tema.

Segundo a reportagem de Alan Rodrigues, Pedro Marcondes de Moura e Sérgio Pardellas, a confirmação do esquema de corrupção se deu com a assinatura de um acordo da multinacional alemã Siemens com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O documento “lançou luz sobre um milionário propinoduto mantido há quase 20 anos por sucessivos governos do PSDB em São Paulo para desviar dinheiro das obras do Metrô e dos trens metropolitanos. Em troca de imunidade civil e criminal para si e seus executivos, a empresa revelou como ela e outras companhias se articularam na formação de cartéis para avançar sobre licitações públicas na área de transporte sobre trilhos”.

“Para vencerem concorrências, com preços superfaturados, para manutenção, aquisição de trens, construção de linhas férreas e metrôs durante os governos tucanos em São Paulo – confessaram os executivos da multinacional alemã –, os empresários manipularam licitações e corromperam políticos e autoridades ligadas ao PSDB e servidores públicos de alto escalão. O problema é que a prática criminosa, que trafegou sem restrições pelas administrações de Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, já era alvo de investigações, no Brasil e no Exterior, desde 2008 e nenhuma providência foi tomada por nenhum governo tucano para que ela parasse”.

As provas oferecidas pela Siemens ao Cade são incisivas. Elas confirmam a existência de uma rede criminosa com conexões em paraísos fiscais que teria drenado, pelo menos, US$ 50 milhões do erário paulista para abastecer o propinoduto tucano. “Entre elas, consta um depoimento bombástico prestado no Brasil em junho de 2008 por um funcionário da Siemens da Alemanha. IstoÉ teve acesso às sete páginas da denúncia. Nelas, o ex-funcionário, que prestou depoimento voluntário ao Ministério Público, revela como funciona o esquema de desvio de dinheiro dos cofres públicos e fornece os nomes de autoridades e empresários que participavam da tramoia”.

Segundo o ex-funcionário, cujo nome é mantido em sigilo, após ganhar uma licitação, a Siemens subcontratava uma empresa para simular os serviços e, por meio dela, realizar o pagamento de propina. Entre as empresas de fachada, ele cita a MGE Transportes. “De acordo com uma planilha de pagamentos da Siemens obtida por IstoÉ, a empresa alemã pagou à MGE R$ 2,8 milhões até junho de 2006. Desse total, pelo menos R$ 2,1 milhões foram sacados na boca do caixa por representantes da MGE para serem distribuídos a políticos e diretores da CPTM, segundo a denúncia. Para não deixar rastro da transação, os saques na boca do caixa eram sempre inferiores a R$ 10 mil. Com isso, o Banco Central não era notificado. ‘Durante muitos anos, a Siemens vem subornando políticos, na sua maioria do PSDB, e diretores da CPTM’”.

“Além de subcontratar empresas para simular serviços e servir de ponte para o desvio de dinheiro público, o esquema que distribuiu propina durante os governos do PSDB em São Paulo fluía a partir de operações internacionais. Nessa outra vertente do esquema, para chegar às mãos dos políticos e servidores públicos, a propina circulava em contas de pessoas físicas e jurídicas em paraísos fiscais. Uma dessas transações contou, de acordo com o depoimento do ex-funcionário da Siemens, com a participação dos lobistas Arthur Teixeira e Sérgio Teixeira, através de suas respectivas empresas Procint E Constech e de suas offshores no Uruguai, Leraway Consulting S/A e Gantown Consulting S/A”.

“O acordo incluía uma comissão de 5% para os lobistas, segundo contrato ao qual IstoÉ teve acesso com exclusividade, e de 7,5% a políticos do PSDB e a diretores da área de transportes sobre trilho. ‘A Siemens AG (Alemanha) e a Siemens Limitada (Brasil) assinaram um contrato com (as offshores) a Leraway e com a Gantown para o pagamento da comissão’, afirma o delator. As reuniões, acrescentou ele, para discutir a distribuição da propina eram feitas em badaladas casas noturnas da capital paulista. Teriam participado da formação do cartel as empresas Alstom, Bombardier, CAF, Siemens, TTrans e Mitsui”.

“Só em contratos com os governos comandados pelo PSDB em São Paulo, duas importantes integrantes do cartel apurado pelo Cade, Siemens e Alstom, faturaram juntas até 2008 R$ 12,6 bilhões... Raras vezes um esquema de corrupção atravessou incólume por tantos governos seguidos de um mesmo partido numa das principais capitais do país, mesmo com réus confessos – no caso, funcionários de uma das empresas participantes da tramoia, a Siemens –, e com a existência de depoimentos contundentes no Brasil e no exterior que resultaram em pelo menos 15 processos no Ministério Público. Agora, espera-se uma apuração profunda sobre a teia de corrupção montada pelos governos do PSDB em São Paulo”.

Se depender da famiglia Marinho, que explora uma concessão pública com interesses “privados” – políticos e econômicos –, a denúncia logo será esquecida. A “apuração profunda sobre a teia de corrupção montada pelos governos do PSDB em São Paulo” não será exigida pelo seletivo Jornal Nacional da TV Globo!

STF, a mídia e o "clamor popular"


Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa:

Resolvida, pelo Supremo Tribunal Federal, a questão do recurso chamado embargo infringente, resta na mídia a discussão sobre os efeitos políticos da decisão. Especula-se agora se e como a extensão do julgamento, que pode reduzir as penas de alguns dos condenados, poderá influenciar no resultado da eleição presidencial de 2014. E mais uma vez, nas páginas dos jornais, as vontades se sobrepõem à realidade e as opiniões se amontoam sobre os fatos, no festival de lamentações de articulistas políticos subitamente elevados à condição de jurisconsultos.

Primeiramente, vamos aos fatos: o voto do ministro Celso de Mello, que definiu a realização de novas sessões para apreciar recursos de 12 dos 24 condenados, foi considerada por alguns analistas como um modelo de fundamentação jurídica. Por outros, foi apontado como a porta aberta para a impunidade.

Compare-se, em integridade e prudência, seu longo arrazoado ao justificar o voto, com a frase maliciosa e ressentida de outro ministro, Gilmar Mendes, proferida ao final da sessão de quarta-feira (18/9): “Posso indicar uma pizzaria para vocês”, disse Mendes a jornalistas.

Essa diferença de comportamento é que delimita os campos entre os quais balançou a Suprema Corte ao deslizar sobre a lâmina da subjetiva a respeito da aceitação ou não dos embargos infringentes.

Quem leva o Judiciário a um ponto mais próximo do desrespeito e da avacalhação? Aquele que se mantém fiel à norma legal, mesmo correndo o risco de ser criticado pela imprensa, ou aquele que, curvando-se aos editoriais, procura desmoralizar a instituição referindo-se grosseiramente à hipótese de ter havido um acerto em favor da impunidade dos réus?

Se houve um divisor de águas, em relação à tradição do Supremo Tribunal Federal, ao longo do julgamento da Ação Penal 470, ele se define no voto do ministro Celso de Mello, e não nas etapas anteriores do processo.

É quando o magistrado se desvincula do ambiente externo ao sistema das leis que se concretiza sua independência, e o voto de Mello explicitamente declara que os ruídos criados ou amplificados pela imprensa não devem entrar na composição dos juízos da corte.

Por isso se diz que o fazer Justiça é um ato cumprido na extrema solidão.

Contabilizando sentimentos

Segundamente, vamos às vontades: basicamente, todas as manifestações contrárias à validade do embargo infringente tinham como argumento central o suposto “clamor popular”. É em torno dessa ficção que se constroem frases insidiosas como a do ministro Gilmar Mendes. Acontece que essa é uma expressão sem significado, uma nulidade no discurso jornalístico, um lugar comum como, por exemplo, “comoção popular”, banido há décadas das boas redações.

Na suposta objetividade da linguagem jornalística, não cabem esses jargões, que os profissionais do jornalismo impresso costumavam chamar de “clichês”. No entanto, é essa manifestação de vontade, que tenta amplificar um estado de espírito impossível de se comprovar, que fundamenta todos os artigos que criticam o voto de Celso de Mello.

Observe-se, por exemplo, que na suposta pesquisa de opinião feita pelo Instituto Datafolha e divulgada na quarta-feira (18), o dado mais consistente informa que apenas 19% dos paulistanos consultados se consideram razoavelmente informados sobre o caso chamado de “mensalão”. Onde estaria, portanto, o “clamor popular” que supostamente deveria ser levado em conta pelo STF e que, declaradamente, definiu os votos de cinco dos onze ministros?

Ainda que houvesse e que fosse possível quantificar um suposto sentimento coletivo, explicitado em vozerio incontestável, em favor do encarceramento imediato dos condenados, o papel da imprensa deveria ser o de confrontar tal sentimento com o que diz a lei, na interpretação especializada dos juristas.

São incomuns os casos em que uma opinião massiva pode ser definida objetivamente na diversidade dos juízos que os acontecimentos produzem na coletividade. Por exemplo, quando houve o massacre de pelo menos 111 presidiários no antigo complexo do Carandiru, em São Paulo, em outubro de 1992, quase 80% das cartas enviadas à redação do Estado de S. Paulo defendiam a violência policial. Contra essa onda de irracionalidade, o então diretor responsável do jornal, Júlio Mesquita Neto, determinou que os jornalistas mantivessem o noticiário crítico, correndo o risco de perder centenas, talvez milhares de assinantes.

No caso do chamado “mensalão”, o tal “clamor popular” é um biombo atrás do qual se escondem cabos eleitorais com carteirinha de jornalista.

Celso de Mello magoou a Folha


Por Altamiro Borges

A entrevista do ministro Celso de Mello à Folha magoou a própria Folha. Publicada na quinta-feira (26), ela teve forte repercussão. Nela, o decano do Supremo Tribunal Federal (STF) fez duras críticas à postura da mídia por ocasião do voto de desempate sobre os embargos infringentes no julgamento do chamado mensalão. “Em 45 anos de atuação na área jurídica (…), nunca presenciei um comportamento tão ostensivo dos meios de comunicação buscando, na verdade, pressionar e virtualmente subjugar a consciência de um juiz”, desabafou. 

A resposta da Folha veio no dia seguinte, num editorial também duro, intitulado “Falácias do decano”. O jornal da famiglia Frias lembra que apoiou o voto do ministro no artigo “Não é pizza”, de 19 de setembro, e nega na maior caradura que tenha feito qualquer pressão sobre o STF durante o midiático julgamento. Na sequência, a Folha desqualifica o “desabafo de um juiz que se viu objeto das atenções – e das críticas – de boa parte da opinião pública”. Para o jornal, “há dois aspectos preocupantes na assertiva” do decano sobre a brutal pressão da mídia.

“Primeiro, a generalização apressada – um tipo bastante comum de falácia, mas incômodo quando contamina o argumento de um ministro do Supremo. Ainda que houvesse a tal tentativa de subjugação, seria impróprio tratar todos os veículos de comunicação como um corpo monolítico... Segundo – e mais importante –, a confusão entre a legítima manifestação de opinião na esfera pública e a perniciosa tentativa de intimidar magistrados”.

Como sempre, os arrogantes barões da mídia acham que a opinião publicada equivale a “legítima manifestação da opinião na esfera pública”. O editorial da Folha apenas corrobora as duras críticas do ministro Celso de Mello aos meios de comunicação monopolizados que buscam “pressionar e virtualmente subjugar a consciência de um juiz”. O mais correto até seria afirmar que a ditadura da mídia tenta subjugar a consciência do conjunto da sociedade, colocando-se acima das leis e do Estado de Direito.

Urubólogos da mídia serão demitidos?


Por Altamiro Borges

Nesta semana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgou dois dados que devem ter apavorado os urubólogos da mídia. Eles apontam que a renda média dos assalariados subiu 1,7% em agosto e que a taxa de desemprego caiu para 5,3% - um dos mais baixos da história recente do país. Se a economia nativa continuar produzindo estes números positivos, apesar da grave crise que atinge o capitalismo no mundo, os pessimistas de plantão da chamada grande imprensa é que poderão perder os seus empregos. Eles só falam besteiras mesmo!

Segundo o IBGE, o chamado mercado de trabalho mostrou-se imune em agosto ao cenário de desaceleração da economia mundial. A taxa de desemprego ficou em 5,3%, abaixo dos 5,6% de julho – que também já havia recuado em relação aos 6% do mês de junho. Ainda de acordo com o instituto, o número de pessoas ocupadas cresceu 0,4% em agosto na comparação com julho, atingindo 23,2 milhões de trabalhadores nas seis regiões metropolitanas pesquisadas. Em relação a agosto de 2012, a alta foi de 1,2% - ou 274 mil pessoas a mais empregadas.

De julho para agosto, os setores que mais tiveram aumento da ocupação foram construção (2,2%) e saúde, educação e administração públicas (1,5%). Já a indústria fechou vagas, com perda de 39 mil postos. O emprego com carteira cresceu 0,9% e o informal teve queda de 0,2% sobre julho. No que se refere ao rendimento médio dos trabalhadores, o IBGE afirma que houve uma inversão na trajetória de queda verificada em julho (de 0,9%). Em agosto, a renda subiu 1,7%. Em relação a agosto de 2012, a elevação foi de 1,3%.

Para desacreditar ainda mais as previsões dos urubólogos, a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) aumentou na semana passada sua previsão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2% para 2,4% em 2013. O Informe Conjuntural da entidade também baixou sua estimativa da inflação – que baixou de 6% para 5,8% neste ano. “Baseada nestes números, a CNI prevê que a taxa média real de juros será 1,9% ao ano, inferior à registrada no ano passado, quando chegou a 3,1%”, relata a Agência Brasil.

Como se observa, não está fácil a vida dos urubólogos da mídia. As suas previsões pessimistas têm objetivos econômicos e políticos. Servem aos interesses do capital rentista, que aposta no terrorismo para especular no mercado financeiro. Alguns “analistas do mercado”, que congestionam as emissoras da tevê e as colunas dos jornais, inclusive ganham grana nesta agiotagem. Já do ponto de vista político, as previsões alarmistas procuram desgastar o governo atual e servir de palanque para a oposição neoliberal. Os dados do IBGE, porém, atrapalham estes sonhos!

Mobilizações contra leilão vão marcar os 60 anos da Petrobrás, no dia três


Federação Única dos Petroleiros, Aepet, Centrais Sindicais, Clube de Engenharia, estudantes e demais movimentos sociais se unem para barrar entrega do Campo de Libra às multinacionais
 O próximo dia 3, quando a Petrobrás completa 60 anos, será marcado por grande mobilização nacional contra o leilão de Libra. A Federação Única dos Petroleiros (FUP), a campanha "O Petróleo Tem Que Ser Nosso", movimentos sociais e sindicais por todo país se unificaram para realizar atos Brasil a fora em repúdio ao Leilão do Campo de Libra na área do Pré-Sal, previsto para acontecer no próximo dia 21. No dia 3, a FUP e seus sindicatos também farão uma paralisação de 24 horas da categoria.
A Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet) juntamente com o Clube de Engenharia, CREA-RJ, Fisenge, Modecon, Senge, Sindipetro-RJ e Astape-Caxias, promove Ato Público para impedir que a maior reserva de petróleo dos últimos tempos seja apropriada pelas multinacionais.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central Dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Conlutas, se somaram a agenda apresentada pela FUP que também já foi aprovada pelos trabalhadores do Sistema Petrobrás de São Paulo, em assembleia realizada na última segunda-feira (23).
Além das centrais, sindicatos dos petroleiros, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), partidos, entidades estudantis, juventudes partidárias também já estão se incorporando às grandes manifestações por todo o país.
A Executiva Nacional da CUT, que se reuniu entre nos dias 24 e 25 reafirmou sua posição em defesa dos interesses da população e da soberania nacional, colocando-se contra o leilão do Campo de Libra, e convocou as Estaduais da CUT, os ramos e sindicatos filiados a mobilizar suas bases para participar, junto com os movimentos sociais, das atividades programadas contra o leilão.
Também no dia 24, as várias entidades que compõem o Comitê Estadual de Defesa do Petróleo de São Paulo se reuniram na Sede do Sindicato dos Petroleiros de São Paulo (SindiPetro-SP) para discutir o material informativo que será distribuído a toda a população sobre os leilões de petróleo e convocar o ato do dia três.
A FUP, Sindipetro Bahia, o Sindipetro-RJ,  o MST e o Movimento Atingidos Por Barragens (MAB) e demais entidades da Via Campesina implementam a agenda unitária de lutas contra os leilões e realizarão acampamento que será montado a partir do dia 1º de outubro em Brasília.

Além dos atos no dia três e do acampamento, as mobilizações para barrar o leilão do Campo de Libra também realizarão ato político no Rio de Janeiro, dia sete, no dia 17, o Dia Nacional de Luta contra o Leilão de Libra, com passeatas nas capitais e no dia do leilão, 21 de outubro, ato público com participação de todas as centrais sindicais e movimentos sociais no local do leilão.

domingo, 29 de setembro de 2013

E aí, Aécio Neves, vamos conversar?


Por Renato Rovai, em seu blog:

Caro senador Aécio Neves, imagino que o senhor não conheça este escriba e talvez nem a Revista Fórum, apesar de a revista já circular há 12 anos e de eu ter lhe encontrado recentemente no Aeroporto de Congonhas. Sentamos frente a frente no saguão e vossa excelência me olhou umas quatro ou cinco vezes de soslaio. Eu fiz de conta que não percebia e me mantive concentrado no tablet. Depois pegamos o mesmo ônibus que nos levou ao avião. Íamos para o Rio de Janeiro. Aliás, parece que vossa excelência gosta muito da capital carioca. Eu também sou fã. E se tivesse as mesmas condições econômicas que o senhor não resistiria a viver boa parte do meu tempo por lá. Mas o que me motiva a escrever este post não é o Rio. E outra coisa.


Assisti a uma recente inserção de TV do seu partido e vi que vossa excelência está aberta ao diálogo. Diz algo assim: “Sou Aécio Neves, vamos conversar”. Achei ótima a iniciativa. E por este simples blogue, lhe digo: “Sou o Renato Rovai e aceito o convite”. Quero conversar com vossa excelência.

E aproveito para lhe dizer que irei lhe enviar oficialmente essa solicitação de conversa. Acho que vou falar em entrevista, porque talvez a sua assessoria não entenda o espírito da coisa. Mas que fique claro, será um bate-papo. Aliás, um papo reto (o senhor tem usado este termo) transmitido pela web. No qual farei algumas perguntas sobre temas que me parecem muito importantes. Na sequência, seguem alguns temas das perguntas. Ah, claro, vou abrir para os internautas poderem falar com o senhor. É assim que funciona na lógica do papo reto. As pessoas não ficam com esse lenga-lenga do script televisivo, onde tudo é meio que combinado antes. Por isso não posso lhe garantir que tratarei apenas dos temas abaixo. Mas, confio no seu espírito democrático. E na sua boa intenção e sinceridade ao nos convidar para conversar. E fazer um papo reto.

Pautas para a conversa.

- As privatizações no governo Fernando Henrique e o custo delas para o Brasil

- O mensalão mineiro

- Supostos desvios de recursos da saúde no governo de Minas Gerais

- A investigação do cartel do metrô no governo de SP

- Os motivos que levaram o PSDB a ser contra o Bolsa Família no início do governo Lula

- Por que o PSDB é contra o Mais Médicos

- O silêncio da mídia mineira em relação ao governo de Minas, denunciado como censura econômica por vários jornalistas e movimentos sociais.

- Os motivos que lhe levaram a rejeitar a usar o bafômetro numa blitz no Rio de Janeiro.

- O que o senhor achou daquele texto em espaço editorial, assinado por Mauro Chaves, no jornal O Estado de S. Paulo, cujo título era “Pó parar, governador”.

- Qual a sua real opinião sobre o ex-governador José Serra. É verdade que o senhor e ele têm dossiês impressionantes um contra o outro?

Listei apenas 10 pontos iniciais. Mas como na internet não há limite de tempo, podemos ficar horas conversando. Papo reto, senador. Sem papas na língua. Que tal?

Então, só pra finalizar, vou imitá-lo.

E aí, senador Aécio Neves, vamos conversar?

Telefónica, dona da Vivo, passa a controlar a TIM


A multinacional espanhola Telefónica - dona da Vivo no Brasil - fechou um acordo para aumentar sua fatia na Telco, holding que controla a Telecom Itália e é dona da TIM Participações no Brasil.
A Telefónica possui 28,7% do mercado telefonia móvel no país. A venda das ações, se aprovada, tornará a Vivo sócia majoritária da TIM, que possui outros 27,2% do mercado e fará com que a empresa avance a monopolização do setor.
Mesmo com regras do setor de telecomunicações que impedem que um mesmo grupo tenha duas empresas que atuem na mesma região, desde 2007, com aval da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a Telefônica integra a Telco com participação de 46%. Com o acordo, passará em primeiro momento, a deter 66% da italiana, via aumento de capital no valor de 324 milhões de euros.
Em uma segunda fase, a Telefónica planeja elevar a sua participação na Telco para 70%, o que equivale a quase 16% da Telecom Itália.
As teles privatizadas no Brasil, entre elas a Vivo e Tim, disputam, com os bancos, as primeiras posições no ranking das mais reclamadas pela péssima qualidade no serviço prestado. Além de remeter bilhões para sua matriz, a Telefônica/Vivo - que em 2012 teve um lucro líquido de R$ 4,452 bilhões - recebeu polpudos financiamentos do BNDES. Só em 2011, foram R$ 3 bilhões a juros subsidiados pelo banco estatal.
Além do mais, as teles foram beneficiadas com isenção fiscal de R$ 6 bilhões. Os serviços pioraram e as remessas e os lucros aumentaram.

sábado, 28 de setembro de 2013

Dilma: espionagem dos EUA fere e afronta o Direito Internacional


“Jamais pode uma soberania firmar-se em detrimento de outra soberania”, afirmou Dilma em seu discurso

A presidente Dilma Rousseff denunciou, em discurso na Assembléia Geral da ONU, na terça-feira (24), a espionagem feita pelos EUA contra o governo brasileiro e a Petrobrás através da NSA (agência de segurança norte-americana). "Quero trazer à consideração das delegações uma questão a qual atribuo a maior relevância e gravidade. Recentes revelações sobre as atividades de uma rede global de espionagem eletrônica provocaram indignação e repúdio em amplos setores da opinião pública mundial. No Brasil, a situação foi ainda mais grave, pois aparecemos como alvo dessa intrusão", afirmou.
"Dados pessoais de cidadãos foram indiscriminadamente objeto de interceptação. Informações empresariais – muitas vezes, de alto valor econômico e mesmo estratégico - estiveram na mira da espionagem. Também representações diplomáticas brasileiras, entre elas a Missão Permanente junto às Nações Unidas e a própria Presidência da República tiveram suas comunicações interceptadas", denunciou Dilma.
A presidente destacou que "imiscuir-se dessa forma na vida de outros países fere o Direito Internacional e afronta os princípios que devem reger as relações entre eles". "Jamais pode uma soberania firmar-se em detrimento de outra soberania. Jamais pode o direito à segurança dos cidadãos de um país ser garantido mediante a violação de direitos humanos e civis fundamentais dos cidadãos de outro país. Pior ainda quando empresas privadas estão sustentando essa espionagem", argumentou.
Dilma desqualificou as justificativas apresentadas até agora para explicar a ação criminosa do governo dos EUA contra o Brasil e a Petrobrás. "Não se sustentam argumentos de que a interceptação ilegal de informações e dados destina-se a proteger as nações contra o terrorismo. O Brasil, senhor presidente, sabe proteger-se. Repudia, combate e não dá abrigo a grupos terroristas. Somos um país democrático, cercado de países democráticos, pacíficos e respeitosos do Direito Internacional. Vivemos em paz com os nossos vizinhos há mais de 140 anos", frisou a presidente.
Ela lembrou sua atuação contra a ditadura para cobrar dos EUA respeito à soberania nacional, aos direitos humanos e à privacidade das pessoas. "Como tantos outros latino-americanos, lutei contra o arbítrio e a censura e não posso deixar de defender de modo intransigente o direito à privacidade dos indivíduos e a soberania de meu país. Sem ele – direito à privacidade - não há verdadeira liberdade de expressão e opinião e, portanto, não há efetiva democracia. Sem respeito à soberania, não há base para o relacionamento entre as nações", advertiu.
A representante do Brasil informou à ONU que cobrou explicações ao governo americano. "Estamos, senhor presidente, diante de um caso grave de violação dos direitos humanos e das liberdades civis; da invasão e captura de informações sigilosas relativas às atividades empresariais e, sobretudo, de desrespeito à soberania nacional do meu país. Fizemos saber ao governo norte-americano nosso protesto, exigindo explicações, desculpas e garantias de que tais procedimentos não se repetirão", prosseguiu Dilma.
"O problema porém", ressaltou Dilma, "transcende o relacionamento bilateral de dois países. Afeta a própria comunidade internacional e dela exige resposta. As tecnologias de telecomunicação e informação não podem ser o novo campo de batalha entre os Estados. Este é o momento de criarmos as condições para evitar que o espaço cibernético seja instrumentalizado como arma de guerra, por meio da espionagem, da sabotagem, dos ataques contra sistemas e infraestrutura de outros países".
"A ONU deve desempenhar um papel de liderança no esforço de regular o comportamento dos Estados frente a essas tecnologias e a importância da internet, dessa rede social, para construção da democracia no mundo. Por essa razão, o Brasil apresentará propostas para o estabelecimento de um marco civil multilateral para a governança e uso da internet e de medidas que garantam uma efetiva proteção dos dados que por ela trafegam", completou Dilma.

Barack Obama discursou na ONU em seguida e ignorou as reclamações da presidenta Dilma sobre a espionagem norte-americana. Ele apenas abordou enigmaticamente o assunto, no geral, dizendo que vai "rever a maneira de coletar inteligência de forma que possamos equilibrar adequadamente as legítimas preocupações de segurança dos nossos cidadãos e aliados com as preocupações de privacidade que todas as pessoas compartilham".

É preciso calar a voz das armas, afirma Dilma sobre conflito na Síria

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Na ONU, Dilma propõe governança global para internet


“Jamais pode uma soberania firmar-se em detrimento de outra soberania”

terça-feira, 24 de setembro de 2013

MEC lança programa de bolsas para aluno do ensino médio virar professor

Objetivo é formar docentes em matemática, física, química e biologia.
'Não tenho como obrigar o jovem a virar professor', diz ministro
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O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, oficializou nesta quarta-feira (18) o lançamento do programa "Quero ser cientista, quero ser professor", que vai dar bolsa de R$ 150 aos alunos do ensino médio de escola pública como incentivo para que eles sigam carreira nas áreas de exatas e biológicas e se tornem professores. Mercadante já havia anunciado o programa na semana passada, durante a abertura do Congresso Todos pela Educação, em Brasília.
No primeiro ano serão contemplados 40 mil alunos. O Ministério da Educação pretende ampliar este número para 100 mil estudantes. As bolsas serão concedidas a partir de fevereiro de 2014.
A iniciativa tem como objetivo estimular o gosto dos jovens pela matemática, física, química e biologia. O ministro explicou que a demanda por vagas em cursos nessas áreas é "muito baixa, em torno de 3% de matrículas apenas" e que, enquanto tem crescido para engenharia, ela segue igual para matemática, física e química.
Mercadante ressaltou que a bolsa é um estímulo, mas que não há garantias de que no futuro o aluno beneficiado vá se tornar um professor de uma dessas áreas. "Não há garantia de que serão professores", afirmou. "Não posso obrigar um aluno de 16 anos a seguir a carreira docente. O espírito é estimular a vocação para a ciência, entrar no laboratório de física, química,, e participar de seminários de matemática. Com isso vai despertando o sonho. É um vírus que entra e não sai mais."
Segundo o MEC, o investimento inicial será de R$ 54 milhões no primeiro ano. As bolsas serão fornecidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Alunos premiados em olimpíadas estudantis ou que participam do Programa Ensino Médio Inovador terão prioridade para receber a bolsa. "No contraturno, os alunos vão fazer pesquisa e terão apoio de professores universitários", disse o ministro. "Eles vão visitar laboratórios de física, química, vão fazer pesquisa em matemática e biologia para desenvolver o talento e estimular a vocação para áreas em que o Brasil ainda tem demandas abaixo do que precisa."
Além de incentivo financeiro, o governo também pretende preparar materiais didáticos que estimulem o interesse dos alunos por matemática, física, química, biologia e astronomia. Chamado de Aventuras na Ciência, o material, segundo o MEC, será produzido por cientistas brasileiros.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

General dos EUA Smdley Butler

“Passei 33 anos e quatro meses no serviço ativo militar e durante aquele período utilizei a maior parte do meu tempo como um homem-tendão de alta categoria em favor das grandes corporações, por Wall Street e seus banqueiros. Em resumo, eu era um chantagista, um gângster em favor do imperialismo. 

Eu ajudei a tornar o México, especialmente Tampico seguro para os interesses do petróleo em 1914. 

Ajudei a tornar o Haiti e Cuba lugares decentes para os rapazes do National City Bank para que coletassem seus faturamentos por ali. Ajudei a estuprar uma dezena de repúblicas da América Central em benefício de Wall Street. Ajudei a purificar a Nicarágua para a International Banking House dos irmãos Brown de 1902 a 1912. Eu iluminei a República Dominicana em favor dos interesses açucareiros em 1916. 

Eu ajudei a tornar Honduras um lugar certo para as companhias de frutas norte-americanas em 1903. Em 1927 ajudei a Standard Oil a percorrer seu caminho na China sem ser molestada. 

Olhando para trás, eu poderia ter dado a Al Capone algumas dicas. O máximo que ele conseguia fazer era operar sua chantagem em três distritos. Eu operei em três continentes”

GETÚLIO VARGAS


Desfraldemos a bandeira de Getúlio Vargas, que é hoje, mais do que nunca, a da emancipação econômica do povo brasileiro, pois a época em que vivemos não permite imprimir à atividade política um cunho meramente político, vazio de conteúdo econômico e social.

"É preciso conservar aceso o fogo sagrado e vigilante do nosso patriotismo e do nosso devotamento à causa pública. E, fazendo isso, estaremos construindo, lentamente, a independência econômica e lutando contra os seus principais inimigos, que são o imperialismo, na esfera internacional, e a exploração do homem pelo homem, no meio interno"

A revolução de 1930 liderada pelo revolucionário Getúlio Vargas só estará completa:"Quando a Pátria brasileira respirar, enfim, o clima de justiça e da harmonia social, quando a fartura e o bem-estar não forem mais o privilégio de poucos, e sim o direito e a herança natural de todos"



"O Brasil socialista, o Brasil de amanhã, se projetará no conceito das nações, com concurso do vosso exemplo e da vossa altivez, como um país que compreende a evolução e realiza sua transformação no quadro superior das idéias, sem ódios, sem paixões e sem rancores, assegurando a todos o direito de viver com dignidade."

Grupo "Skank"e a política na mídia


Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Skank – também conhecido como skunk – é uma variedade de maconha (cannabis sativa) que, por ser cultivada em laboratório, produz um efeito concentrado. Não chega a ser uma substância transgênica porque a estrutura molecular de sua semente não é modificada. O que muda é o cultivo. É feito em estufa com tecnologia hidropônica — é plantada em água, como certas espécies de alface.


A diferença do skank para a maconha comum é a capacidade entorpecente. O princípio psicoativo é o tetra-hidro-canabinol (THC). A maconha comum tem uma concentração de THC em torno de 2,5%; no skank, chega a 17,5%. É uma espécie de supermaconha, portanto.

Este post, porém, não pretende fazer pregação contra a maconha, vale frisar. Até porque, este Blog defende sua liberação e, inclusive, a de todas as outras drogas, haja vista que o proibicionismo só serve para criar mercado para o crime organizado, que sofreria um duro golpe se, como em países nórdicos que liberaram as drogas, o Brasil parasse com essa tolice de permitir o uso de drogas pesadas como o álcool enquanto proíbe outras só para satisfazer preconceitos.

Mas por que, então, a explicação do que é a supermaconha skank? É só para contextualizar a jogada de marketing de um grupo musical que leva o nome da substância.

O grupo “Skank” é comandado pelo vocalista Samuel Rosa, que, em sua recente apresentação no Rock in Rio, de forma escancaradamente visível misturou a apologia que faz à maconha com política a fim de ganhar espaço na grande mídia que faz oposição ao PT. Espaço sobretudo na Globo, mas não só.

No último sábado, o grupo “Skank” fez uma apresentação no palco Mundo, no Rock in Rio. Antes de entoar seu sucesso “É uma Partida de Futebol”, o grupo exibiu no telão por trás de si imagens dos protestos que aconteceram no país em junho, mostrando os manifestantes gritando o famoso bordão “Vem pra rua”, com direito a integrantes do show vestirem a máscara característica do grupo oposicionista de direita “Anonymous”, que tentou armar um protesto nacional contra Dilma Rousseff no último dia 7 de setembro.

Eis que chega a hora de entoar a versão adaptada pelo “Skank” a partir do sucesso de Roberto e Erasmo Carlos “É Proibido Fumar”. Os reis da Jovem Guarda não compuseram a música nos anos 1960 pensando em maconha, mas, após a adaptação do “Skank”, nos shows deste grupo as plateias jovens passaram a adicionar a palavra “maconha” ao refrão.

“É proibido fumar”, canta o “Skank”. E o público completa: “maconha”.

Após começar a politizar o show, então, o vocalista e guitarrista Samuel Rosa teve uma sacada de gênio para ganhar mídia favorável. Gritou para o público:

– Maconha é proibido, mas mensalão pode fazer de novo, né?

Quem é que está “fazendo mensalão de novo”? O STF, segundo o músico…

Mas foi a conta. O show do “Skank” ganhou um super destaque no Jornal Nacional de sábado. Apesar de o telejornal ter dito que “A tarde deste sábado (21) no Rock In Rio foi de muita música brasileira”, o único grupo brasileiro que teve espaço na matéria de 3m44s foi o “Skank”, além de uma menção a Pepeu Gomes e a Moraes Moreira durante 3 ou 4 segundos.

A matéria começou com os preparativos do “Skank” para o show, mostrando o grupo fazendo “massagem para relaxar” e, em seguida, apresentando entrevista em que o vocalista Samuel Rosa fez apologia ao seu grupo musical, dominando a matéria quase inteirinha.

Já no domingo, a Folha de São Paulo pôs o “Skank” em sua primeira página, com uma foto de Samuel Rosa em grande destaque, sob a manchete “Dia do POP”. A matéria diz que o sábado, no Rock in Rio, teve “altos e baixos” entre os artistas que se apresentaram.


Os “baixos” ficaram por conta do norte-americano Phillip Phillips, segundo a matéria, que diz: “Desconhecido para quem não acompanha o programa de calouros da TV ‘American Idol’, no qual ele surgiu, Phillips fez uma mistura sem sal de rock, pop, folk e batidas dançantes”.

Adivinhe agora, leitor, por conta de quem ficaram os “altos”… Claro que por conta do novo herói “pop” da mídia partidarizada: o “Skank”.

O comportamento laudatório da grande mídia a Samuel Rosa e seu “Skank” tem ainda um outro componente: estimular artistas a faturarem mídia favorável dando declarações políticas que ajudem na interminável luta de meia dúzia de barões da mídia para elegerem algum tucano – ou, na pior das hipóteses, Marina Silva – no ano que vem.

Resta saber se fazer politicagem barata em um show em que os ingressos custam, em média, R$ 200 reais (fora o custo dos baseados), como o Rock in Rio, servirá para convencer quem não pode nem sonhar em gastar tanto dinheiro a votar em quem as famílias Marinho e Frias, entre outras, querem que seja eleito presidente da República.

A escola dos militantes do ódio


Por Bepe Damasco, em seu blog:

Dia desses li um interessante artigo do Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, sobre o perfil reacionário, grosseiro, intolerante e calhorda dos leitores dos sites da grande mídia que comentam suas notícias. Nogueira chega a dizer que se um estrangeiro, por exemplo, tomasse o caráter do povo brasileiro pelos comentaristas de UOL, G1, Globo.com e congêneres tomaria um susto e teria de nós a pior impressão.


Felizmente, essa banda abjeta da classe média cevada pelo PIG está longe de expressar o pensamento médio da população brasileira. Mas é verdade também que nunca antes na história deste país tantos homens e mulheres perderam completamente a vergonha de manifestar na internet as teses mais extremistas e xenófobas na política, o preconceito mais execrável e a visão mais desumana sobre adversários políticos.

Na verdade, eu nunca imaginei que o seio da população brasileira abrigasse tamanha quantidade de descerebrados e mesmo de nazifascistas. Dia sim, outro também, essa gente baba de ódio nas redes sociais e nos sites de notícia a tudo que lembre o PT, Lula, Dilma, esquerda e movimentos sociais.

Por falta de um mínimo de informação qualificada, civilidade e educação, eles fogem do debate como o diabo da cruz. Aprisionados num mundo paralelo à realidade, se expressam, em geral, em linguagem chula, típica das trevas e do submundo da política. Sem nenhum pudor e respeito às famílias e amigos dos que elegem como inimigos, vibram na internet com doenças e mortes de petistas.

No momento em que escrevo, seguro o ímpeto de citar algumas mensagens desses corvos e abutres sobre casos concretos de lideranças do PT enfermas ou mortas. Melhor poupar meu estômago, meu fígado e minha saúde. Prefiro lembrar que concepções tão sombrias de vida não nasceram assim do nada, nem tiveram como parteiras esta ou aquela conjuntura política.

Está na cara que essas cabeças de merda foram forjadas através da leitura amiúde dos Reinados Azevedo, Augusto Nunes e Mainardis da vida, mestres da intolerância e do antipetismo patológico. Na certa, recebem também na veia fortes doses diárias de Jabour, Merval e Noblat e aplaudem os artigos de Marco Antonio Villa e de Olavo de Carvalho. Sobre economia, se envenenam sobre a situação e os rumos do país com as previsões sempre furadas e a torcida contra o Brasil de Miriam Leitão e Ronaldo Sardemberg.

Para essa alcateia feroz produzida pelo PIG, não existe cidadão, mas sim consumidor. Já as cotas raciais e sociais são verdadeiros palavrões e o Bolsa Família é um programa eleitoreiro do PT, feito sob medida para estimular a vagabundagem. Ah, eles só admitem enfrentar a complexa questão das drogas com repressão, porrada e cadeia. Também defendem com todo o ardor a redução da maioridade penal e a pena de morte.

Acham ainda que o grande mal do Brasil é a corrupção na política, mas não hesitam em subornar um guarda ou sonegar impostos. E são contra o financiamento público das campanhas eleitorais porque seus "gurus" da mídia de direita dizem que essa mudança só beneficiaria o PT. Sem-teto, sem-terra, causa indígena ? Bando de desocupados, chamem a polícia.

E pensar que muitas crianças, adolescentes e jovens estão sendo criados e educados por famílias com esses valores. Que tristeza!

O que não se fala sobre a Síria


Por Vicenç Navarro



Para entender o que está acontecendo na Síria temos que entender o que está acontecendo nos EUA, o que não é fácil na Espanha devido à insuficiente e/ou parcial cobertura por parte dos meios de informação espanhóis (com algumas exceções) da realidade daquele país. Hoje os EUA estão vivendo um momento de grandes conflitos cuja resolução marcará o país por muitos anos. Por um lado, estamos vendo a aplicação de algumas políticas de cortes de gasto público sem precedentes, cortes que estão se justificando pela suposta necessidade de reduzir o que se considera um excessivo nível de déficit público. A fim de alcançar a diminuição desse déficit, estão cortando de uma maneira radical serviços do escassamente financiado Estado de Bem-estar estadunidense, afetando especialmente os serviços e transferências públicas às populações mais vulneráveis, tais como o programa Food Stamps (vale alimentos) que os Estados provém em bases discricionais e assistenciais à população pobre que não tem fundos para comprar alimentos e que o próprio governo federal (seu Departamento de Agricultura) define como “food insecure”, que quer dizer, como afirma em linguagem mais acessível o The New York Times, “pessoas que têm fome” (“On the Edge of Poverty; at the Center of a Debate” 05.09.13. p. A3), e que são 49 milhões de cidadãos e residentes estadunidenses que representam nada menos que 16,4% da população dos EUA (ver o relatório Food Insecurity Survey. Department of Agriculture. US Federal Government. 2012).

Por outro lado, o Presidente Obama está pedindo a aprovação do Congresso dos EUA para levar a cabo um ato de intervenção militar contra o governo da Síria, aduzindo que dito governo cometeu um ato (a utilização de armas químicas em um conflito armado) que deveria ser penalizado. Não sancioná-lo implicaria - segundo o Presidente Obama - uma perda de credibilidade, não apenas dos EUA, mas da comunidade internacional, pois tanto o governo dos EUA como a comunidade internacional haviam se comprometido em vários tratados internacionais a não autorizar tais armas nas frentes de batalha. Na recente reunião do G-20, o Presidente Obama afirmou que “gasear gente inocente com armas químicas, inclusive contra crianças, é algo que nós não fazemos e que não devemos permitir” (Financial Times, 7 de setembro de 2013, p. 4)

Que credibilidade têm os argumentos pró-bombardeio?
Tais argumentos aduzidos pela Administração Obama, entretanto, têm escassa credibilidade. Na verdade, o governo federal dos EUA foi um dos governos que utilizou com mais frequência armamento químico (e biológico) nas frentes de batalha. O caso mais notório foi a utilização, por parte das Forças Armadas dos EUA no Vietnã, Laos e Camboja, de 45 milhões de litros do Agente Laranja (uma dioxina altamente tóxica), afetando mais de meio milhão de pessoas (matando-as ou ferindo-as e deformando-as) entre as populações bombardeadas no Vietnã, Camboja e Laos. Ainda hoje, e como sequela daqueles bombardeios, existe um grande número de nascimentos de crianças com enormes deformidades entre as populações daqueles países expostas a tal arma química, que continua no solo de mais de quatro milhões de acres desses territórios.

O governo federal dos EUA utilizou também, além de armas químicas, armas bacteriológicas (também proibidas nos tratados internacionais) contra vários países na América Latina (incluindo Cuba, causa da epidemia de dengue em 1981, que matou 188 pessoas, incluindo 88 crianças). E inclusive, mais recentemente, o caso mais notório de utilização massiva de armas químicas foi o que levou a cabo o governo iraquiano (liderado então por Saddam Hussein) contra o Irã, utilização com pleno conhecimento e apoio do governo federal dos EUA, que apoiava ao ditador iraquiano naquele conflito (ver Jeffrey St. Clair “Germ War: The U.S. Record”, CounterPunch. 03.09.13). E o mesmo governo federal dos EUA tem, entre seus aliados, alguns dos maiores violadores de direitos humanos hoje no mundo, tais como a Arábia Saudita, que tem um enorme arsenal de armas químicas que, segundo várias cadeias de informação, foram fornecidas aos extremistas islâmicos, na oposição ao ditador sírio (ver Eric Draitser “Debunking Obama’s Chemical Weapons Case Against the Syrian Government” CounterPunch Sept.02, 2013), os quais possuem esse tipo de armas como indicou também Carla del Ponte, membro da Comissão Internacional de Investigação das Nações Unidas para investigar casos anteriores de utilização de armas químicas na Síria, que afirmou que existiu a posse e utilização de tais armas no passado pelos rebeldes (ver David Lindorff “While House Document Proving Syria’s Guilt does not pass Small text” CounterPunch, Sep.3, 2013). Na verdade, ditas armas foram utilizadas pelos dois lados do conflito na Síria.

Nem precisa dizer que a utilização de tais armas deve ser denunciada e condenada, sem ser seletivos e discriminatórios em tal denúncia, como é o caso notório de Bernard Henri Levi, o filósofo francês que adquiriu grande notoriedade por seu oportunismo e seletiva denúncia da utilização dessas armas, sem nunca haver feito a denúncia de sua utilização por parte dos estados estadunidense ou europeus, incluindo o estado francês (tal como afirma Diana Johnstone em seu artigo “France’s Philosopher Bombardier: No War for Bernard Henri Levi”, Counter Punch, Sept. 3. 2013).

Por que agora e não antes?
Que tem que penalizar a utilização desse armamento em qualquer parte do mundo e por qualquer estado é um ponto sobre o qual existe bastante acordo internacional. Mas, por que agora e não antes? E por que os EUA e não outros países? E, por que não fazê-lo através de outros meios não militares ou inclusive, em caso de que fossem militares por que o governo federal dos EUA e não outros? Para responder essas perguntas, tem que entender, como disse antes, a situação dos EUA e dos momentos históricos que este país está vivendo, o que raramente se faz nos meios de comunicação. Vejamos os dados.

Hoje os EUA estão em um momento de profunda crise, tendo acentuado ainda mais a deslegitimação do establishment financeiro, econômico, e político daquele país a partir do período de imposição de medidas sumamente impopulares sem nenhum mandato popular. A enorme influência do establishment financeiro e econômico (o que nos EUA se chama Corporate Class) na vida política e midiática do país e o impacto sumamente impopular das políticas públicas realizadas pelas instituições chamadas representativas criaram um repúdio generalizado à esses establishments. Hoje, desde a Seguridade Social (o sistema de pensões públicas) até os serviços públicos do Estado do Bem-estar estão em perigo. Nunca antes o Estado do Bem-estar estadunidense havia estado tão ameaçado como agora (uma situação que também ocorre na União Europeia e que alcança dimensões extremas na Espanha). Os cortes nas áreas sociais são enormes e, tal como indiquei anteriormente, o Congresso acaba de aprovar um corte de 40 bilhões de dólares ao programa Food Stamps, que alimenta quase uma de cada três crianças nos EUA (20 milhões de crianças assistidas). Esses cortes vão acompanhados de intervenções públicas que beneficiam enormemente a Corporate Class e as rendas superiores do país, tendo alcançado níveis de desigualdade sem precedentes desde princípios do século XX, no início da Grande Depressão. Hoje, uma pessoa do decil superior de renda nos EUA vive quinze anos a mais que uma pessoa do decil inferior (na Espanha são dez anos e na média da União Europeia dos Quinze são sete anos).

A Corporate Class e seu complexo militar industrial
Um eixo central da Corporate Class, que é enormemente poderoso (tal como já alertou em seu dia o General Eisenhower, mais tarde Presidente do país), é o complexo militar industrial. A voz mais crítica desse complexo foi Martin Luther King, que o havia denunciado como o grande defensor da Corporate Class dos EUA e que, para realizar sua missão, consumia enormes recursos a custa de empobrecer o escassamente financiado estado de bem-estar do país. Consumiu 20% do orçamento federal (718 bilhões de dólares), dos quais 159 bilhões foram gastos nas guerras do Iraque e Afeganistão (esta cifra não inclui os benefícios sociais dos veteranos das guerras e outros serviços militares, cifra que alcança outros 127 bilhões). O governo federal dos EUA gasta mais em suas Forças Armadas que a soma em gastos militares dos 13 países que lhe seguem depois, por nível de gasto militar. É um investimento enorme, que se deve ao poder da indústria armamentista. Mais de 350 bilhões de dólares foram a contratos por equipamento e manutenção de material militar consumido no Iraque e no Afeganistão (estes dados procedem de Brad Plumer, “America’s staggering Defense Budget in Charts”, The Washingto n Post January 7, 2013). É um gasto público enorme que configura a economia dos EUA e grande parte de suas políticas públicas. Na verdade (segundo os cálculos de Dean Baker e David Rosnick, do Center for Economic and Policy Research de Washington), mais de 26% do déficit público do estado federal se deve ao gasto nas intervenções militares do Afeganistão e Iraque, assim como o pagamento de outras intervenções que estiveram acontecendo a uma frequência de um conflito a cada três anos nos últimos trinta anos.

E esse grande poder deriva de sua função que é a de defender global e mundialmente os interesses primordiais da Corporate Class daquele país. Todo esse gasto público se realiza as custas de um enorme sacrifício do bem-estar das próprias classes populares dos EUA (como denunciou Martin Luther King, tal como indico em meu artigo “Lo que no se dijo sobre Martin Luther King”, Público, 3 de setembro de 2013). Não existe plena consciência fora dos EUA de que as classes populares deste país são as primeiras vítimas de tal “sistema imperial”, tal e como o definiu Martin Luther King. Hoje, ao mesmo tempo em que se estão reduzindo os fundos alimentares para a população pobre, se estão fazendo preparativos militares que custarão mais de 1 bilhão de dólares.

A enorme crise de legitimidade do sistema político estadunidense
O enorme descrédito da Corporate Class, de suas instituições representativas (a maioria de fundos que os políticos gastam em suas campanhas, procedem de membros de tal classe social, situação legalizada pela Corte Suprema dos EUA), acentuado pela grande crise atual, onde o padrão de vida das famílias estadunidenses vem diminuindo nos últimos trinta anos (e muito marcadamente nestes anos de crises), explica a crescente insatisfação da população com as instituições políticas. Já antes de que aparecesse a Síria no horizonte, o Stimson Center publicou, em maio, uma pesquisa na qual se pedia a opinião dos cidadãos sobre sua percepção e desejos sobre o gasto militar. A grande maioria dos cidadãos queria uma redução radical do gasto militar muito mais acentuada que qualquer proposta feita no Congresso ou pela Casa Branca. Na verdade, já em resposta a este enfado generalizado e saturação de guerras, a Administração Obama havia feito propostas (consideradas muito insuficientes pela maioria da população) de baixar tal gasto, havendo-o reduzido nos últimos anos.

O bombardeio da Síria, entretanto, custará, segundo cálculos iniciais, mais de 1 bilhão de dólares (o qual incrementou imediatamente, tal como informou o Boston Herald de 31 Agosto 2013), o valor das ações – que estavam baixando – das empresas produtoras de material militar tais como General Dynamics, Boeing, BAE Systems, Raytheon e muitas outras). Enquanto isso, como indiquei no parágrafo anterior, o próprio governo federal está cortando fundos para alimentar crianças que passam fome.

A chamada à intervenção militar na Síria
O argumento utilizado pela Administração Obama para bombardear a Síria – a penalização ao governo Asaad pelo emprego de armas químicas - carece, como disse antes, de credibilidade, pois tais armas foram utilizadas anteriormente no conflito sírio por ambas as partes, tal como documentou a Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas em sua investigação da situação na Síria assim como em muitos outros conflitos levados a cabo pelos EUA (como no Vietnã), ou por seus aliados, como Israel em 2009, em sua repressão da população palestina de Gaza (tal como denunciou a Anistia Internacional e afirmou Chris Hedges, chefe do escritório do Middle East do The New York Times (ver a entrevista em meu blog www.vnavarro.org)), ou, como afirmei anteriormente, pelos aliados dos EUA, como o então aliado Saddam Hussein em sua luta contra o Irã em 1988. Na verdade, a história dos EUA está cheia de casos de utilização de armas biológicas e químicas, tanto por seu governo como por seus aliados.

Qual é, então, o motivo real para iniciar tal bombardeio da Síria? Há vários motivos, todos eles relacionados com a situação nos EUA. A perda de legitimidade do establishment daquele país é enorme e se encontra em uma situação muito defensiva, encurralada. Sente que tem que fazer algo, tanto no interior como no exterior do país. O Oriente Médio (de enorme importância estratégica para o establishment estadunidense e europeu) está em uma situação vulcânica, na qual os EUA está perdendo o controle. Hoje essa zona do mundo é um vulcão que está explodindo.

Para aquele establishment dos EUA e europeu, Irã é o centro do mal, que quer dizer que pode afetar mais negativamente seus interesses. A aliança Síria-Irã, apoiada pela Rússia, representa uma ameaça à hegemonia dos EUA naquela zona. E ultimamente pareceria que o ditador Asaad, em sua luta contra os rebeldes, poderia prevalecer e ganhar naquele conflito. Daí que se tente agora aproveitar o incidente das armas químicas para atacar e debilitar tal governo. Esse é o objetivo da intervenção: tentar recuperar a hegemonia que o governo federal dos EUA (e da Europa) está perdendo, tanto no exterior como no interior.
E uma das primeiras mobilizações contra essa recuperação do domínio procede precisamente das classes populares dos EUA. Para o Presidente Obama, tal decisão de bombardear a Síria significará um enorme custo político. Como muito bem afirmou aquele que foi Ministro de Trabalho do governo Clinton, Robert Reich (ver Robert Reich “Obama’s Political Capital And the Slippery Stone of Syria”), tal intervenção, que lhe cairia muito bem ao establishment estadunidense para desviar a atenção do país ao exterior, (em um momento de grandes tensões dentro do país), lhe debilitará enormemente, independentemente de que seja ou não aprovada pelo Congresso dos EUA (uma instituição que só goza de 15% de apoio popular, precisamente por perceber-se, por parte da população, estar instrumentalizada pela Corporate America). 





É provável que a Câmara Baixa do Congresso (a menos afastada da população) vote contra devido ao enorme enfado que a população tem mostrado à maioria de congressistas em seus distritos. Tem sido precisamente as bases do Partido Democrata (o movimento sindical, o movimento de direitos civis, o movimento feminista e o ecológico progressista) as que vem se opondo mais a tal bombardeio. E hoje, a mobilização popular contra tal intervenção (que está bombardeando o Congresso com chamadas e mensagens contra a intervenção militar) está generalizada. Mas o establishment estadunidense está mobilizando-se através dos meios de informação para que o Congresso autorize tal intervenção. Hoje, a população recebe constantemente mensagens que a credibilidade do país está em jogo, indicando que o repúdio se lerá como uma negação por parte do povo estadunidense a continuar liderando as forças que representam a democracia e a liberdade, uma mensagem que se repetiu continuamente para defender ditaduras e regimes feudais (e que vão da Arábia Saudita e Qatar à Honduras e antes Haiti) que estiveram oprimindo precisamente a liberdade e a democracia.

Aconteça o que acontecer, se inicia uma nova etapa nos EUA (inclusive em caso de que a Câmara Baixa apoiasse a intervenção), em que a população, e muito em particular as classes populares, estão fartas das guerras e intervenções do governo dos EUA para defender o que Martin Luther King chamava o “rol imperial” da Corporate Class, que está perdendo muito rapidamente seu apoio popular. E esse é o ponto chave que marcará claramente uma mudança importante na história dos EUA (e acho que também do mundo).


*Catedrático de Políticas Públicas, Universidade Pompeu Fabra e Professor de Public Policy na The Johns Hopkins University. Coluna “Pensamiento Crítico” no jornal PÚBLICO, 10 de setembro de 2013

Tradução: Liborio Júnior

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