domingo, 28 de julho de 2013

Telefonia privatizada é porta aberta para EUA espionar o Brasil, afirma conselheiro do Clube de Engenharia


O engenheiro Telmo Cardoso Lustosa, membro do Conselho Diretor do Clube de Engenharia, afirmou que foi a privatização das telecomunicações que tornou o Brasil vulnerável à espionagem dos Estados Unidos. Ele sublinhou que nenhum país desenvolvido entregou o controle das comunicações a empresas privadas, muito menos estrangeiras.
"A própria área militar hoje está muito preocupada. Os satélites que tínhamos estão nas mãos de uma empresa mexicana, após passarem por uma americana", observou. Lustosa lembrou que, antes da entrega do sistema Telebrás ao cartel das teles, mesmo sendo estrangeiro e lançado de bases não controladas pelo Brasil, os satélites de comunicação do país podiam ser controlados pelo Estado brasileiro.
"Antes o controle dos satélites era feito pela Embratel, o que não mais ocorre. Temos tecnologia para fabricar pequenos foguetes e satélites, desenvolvida em São José dos Campos, em parceria com a China e depois com a Ucrânia. Mas os americanos estão pressionando contra e o projeto não está caminhando", ressaltou.
Ao comentar críticas às declarações do ministro Paulo Bernardo (Telecomunicações) sobre a espionagem de e-mails e telefonemas de pessoas e empresas no Brasil pela Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA, durante audiência pública no Senado, o engenheiro disse que o "pecado" do ministro foi não dar seguimento ao plano do ex-presidente Lula, "de fortalecer a Telebrás e tratar a internet como um serviço público".

"A Telebrás continua com orçamento limitado. O ministro tem defendido as teses das empresas, tanto ao não considerar a internet como serviço público, quanto ao fazer o discurso da direita em relação à liberdade de expressão quando o assunto é radiodifusão", completou.

Nenhum comentário: