domingo, 28 de julho de 2013

Lucro da Telefónica/Vivo soma R$ 1,724 bilhão no semestre


A Telefônica Brasil, uma das campeãs de reclamações dos usuários, segundo o Procon, registrou lucro líquido de R$ 914,2 milhões no segundo trimestre de 2013. No acumulado dos seis meses iniciais do ano, o lucro atinge R$ 1,724 bilhão. A receita operacional líquida da empresa teve crescimento de 3%, passando de R$ 8,24 bilhões nos meses de abril, maio e junho do ano passado para R$ 8,491 bilhões neste ano. No semestre, a receita também subiu 3%, para R$ 17,047 bilhões. Ou seja, serviços piorando e faturamento e lucros cada vez mais nas alturas.
Não é por outro motivo que o ex-presidente da Telebrás, Rogério Santana, afirmou, em entrevista publicada em nossa última edição, que o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) está parado por causa do lobby das operadoras. As teles não investem o que é necessário para ampliar e melhorar os seus serviços. Preferem aumentar seus lucros e remeter para suas matrizes os bilhões obtidos no país. Entre 2007 e 2011, as remessas do setor de telecomunicação aumentaram 430,80% e mantêm-se elevadas. Em 2011, as operadoras enviaram 2,4 bilhões de dólares para suas nações de origem, uma soma superior ao dobro do ano anterior (US$ 1,1 bilhão). Em 2012 elas enviaram mais US$ 1,027 bilhão para suas matrizes.
O lucro líquido da Telefónica/Vivo no ano passado (2012) foi de R$ 4,452 bilhões. Das empresas não-financeiras (isto é, fora os cinco maiores bancos), somente a Petrobrás, a Vale e a hoje belgo-americana Ambev têm lucro líquido maior que a Telefónica. Nos últimos três anos, depois da “consolidação” retroativa com a Vivo, a Telefónica faturou, no Brasil, R$ 45,888 bilhões (2010), R$ 49,100 bilhões (2011) e R$ 50,279 bilhões (2012) – isto é, em três anos, um faturamento de R$ 145,267 bilhões (números extraídos dos balanços da Telefónica/Vivo). Entre 2005 e 2012, a receita líquida - ou seja, depois de pagos os impostos e feitos alguns descontos - dos monopólios de telecomunicações instalados no Brasil montou a R$ 911 bilhões e 437 milhões, quase um trilhão de reais.
Além de remeter bilhões para o exterior e não investir o que é necessário no Brasil, a Telefônica recebe polpudos financiamentos do BNDES. De 2003 até 2012 o setor de telefonia privatizado absorveu desembolsos do BNDES num total de R$ 29,15 bilhões. Somente em 2012, foram R$ 4,84 bilhões. Só a Telefônica em 2011 recebeu R$ 3 bilhões do BNDES, o que não impediu o anúncio na mesma época de demissão de 1.500 funcionários. E não param por aí as benesses obtidas pela Telefônica e outras teles. O Ministro Paulo Bernardo, conhecido como o “ministro das teles”, anunciou recentemente uma isenção de R$ 6 bilhões.

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