segunda-feira, 24 de junho de 2013

O direito de todos


Mauro Santayana


Em momentos históricos como os que estamos vivendo, é melhor recorrer às idéias simples, aos lugares comuns, ao reconhecimento do óbvio. Liberdade de expressão e de reunião, de forma pacífica, sem armas, é direito de todos, e não de alguns. Nos regimes democráticos, nos parlamentos e nas ruas, os adjetivos podem ser duros, e veementes os confrontos verbais. Mas todos devem ser ouvidos.

O que parecia a reunião pacífica e até mesmo alegre dos jovens se tornou uma incontrolável manifestação de ódio contra as instituições nacionais. A hora exige a identificação e o isolamento dos baderneiros que se encontram a serviço dos inimigos internos e externos da nação de brasileiros.
O pronunciamento, esta noite da Presidente Dilma Rousseff, propondo-se a receber os líderes dos movimentos, que já passaram a ser diversos e não vinculados aos primeiros manifestantes, é uma demonstração de responsabilidade que deve ser reconhecida. Ela poderia ter sido menos contida, na defesa das medidas de caráter econômico e social tomadas pelo seu governo, na retomada dos investimentos, na educação e na saúde. Mesmo assim, e dentro da sobriedade que o momento exige, ela transmitiu confiança aos que a ouviram.
Democracia exige partidos políticos e não “redes anônimas”, sem ideologia e sem programas. Desde que existe política existem partidos, que se dividem entre os conservadores e os inovadores. Foi assim na Grécia, foi assim em Roma, é assim em todos os países em que se respeita o homem e sua liberdade de escolher seu destino coletivo.
Conservadores e inovadores têm o mesmo direito de pregar as suas idéias, desde que respeitem os princípios basilares da democracia. Fora disso, o que temos são os projetos tirânicos e criminosos, como os do fascismo. A tolerância democrática tem seus limites. Como lembrou Marcuse, Hitler poderia ter sido contido a tempo, se os democratas da República de Weimar não houvessem sido tão tolerantes com a sua pregação liberticida.
A democracia tem todo o direito de se defender contra seus inimigos.         

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