sábado, 29 de junho de 2013

Como a Casa Branca desencadeou a guerra contra Coreia em 1950


Apresentamos aos nossos leitores algumas questões sobre as pouco esclarecidas causas da Guerra da Coreia (1950-1953) publicada em editorial pela Agência Central de Notícias da Coreia em Pyongyang em 18 de Junho.

  A guerra coreana estourou em 25 de junho de 1950, porém iniciou-se, dir-se-ia, quando os EUA ocuparam o sul da Coreia.


Como o então presidente estadunidense Harry Spencer Truman escreveu em suas memórias, definir o paralelo 38 como a linha divisória da Coreia foi proposto pelos EUA, este considerou a iminência da derrota do Japão como momento decisivo em que poderia realizar sua estratégia de dominação da Coreia conforme amadurecia por séculos, e tramou o ardil para ocupar o sul da Coreia.
Em 13 de agosto de 1945 a reunião do estado maior conjunto estadunidense ordenou a Douglas MacArthur, comandante das tropas estadunidenses no Extremo Oriente, receber a carta de capitulação do exército japonês no sul da Coreia e outras regiões das quais os EUA se responsabilizariam segundo o “acordo” bilateral EUA-URSS, e este a Hodge, chefe do 24º corpo de exército estadunidense , a do exército japonês e representar os EUA para ocupar o sul da Coreia e dominá-la. Assim os EUA ocuparam sem derramar sangue a região sul do paralelo 38 da Península Coreana, premissa lógica e prelúdio da guerra agressiva dos EUA contra a RPD da Coreia. 
Não é casual que em um livro estadunidense intitulado “História Moderna da América” se leia que em realidade a guerra de Washington contra o povo coreano se iniciou no momento em que seus generais puseram sob os seus pés a Coreia do Sul, ou seja em setembro de 1945.
Depois de apoderar-se do sul da Coreia, os EUA impulsionaram de maneira planejada os preparativos para desencadear uma guerra na Coreia, dentro desse quadro se insere a fabricação do exército títere sul-coreano. Em novembro de 1945 instaurou-se a “comandância de defesa nacional” e empreendeu-se a organização e a composição do exército títere. Tal exército foi sendo aumentado de forma escalonada para assegurar-lhe uma “superioridade de dez para um” sobre as forças armadas norte-coreanas. O exército foi instruído e treinado pelos EUA que tomou a prerrogativa de comando sobre o mesmo.
Em 1949 os EUA entregaram ao Sul da Coreia grande quantidade de equipamento militar para armar 50 mil homens e posteriormente lhe ofereceu adicionalmente uma ajuda militar no valor de mais de 87 milhões de dólares. Em janeiro de 1950 o plano da guerra coreana dos EUA foi aprovado por unanimidade no Estado Maior Conjunto dos EUA. E Robert, chefe da delegação dos assessores militares estadunidenses disse ao então presidente sul-coreano Syngman Rhee: O ataque à Coreia do Norte já está decidido. Não resta muito tempo até que este se leve às vias de fato. Iniciaremos o assalto, mas para isso somos obrigados a preparar algo como pretexto.
Douglas MacArthur manteve em 17 de fevereiro de 1950 uma conversação confidencial com Syngman Rhee em que deu a este a diretriz de começar o assalto à Coreia do Norte antes de julho.
Os EUA realizaram entre abril e junho de 1950 a substituição das tropas sul-coreanas.
Em 17 de junho do mesmo ano John Foster Dulles chegou à Coreia do Sul como enviado especial de Harry Truman e na trincheira do paralelo 38 revisou o plano de guerra. Depois disso ordenou ao exército sul-coreano: “Propague que a Coreia do Norte é agressora e ao mesmo tempo a assalte ... Resista duas semanas, durante esse tempo os EUA denunciarão na ONU que a Coreia do Norte atacou a Coreia do Sul e conseguirá que essa organização internacional mobilize em seu nome as forças terrestres, navais e aéreas e tudo acontecerá sem complicações.”
De seu lado os EUA completaram a dissimulação e a fraude para o desencadeamento da contenda.
Em vésperas disso manobrou sigilosamente para evacuar os seus. Nessa época no sul da Coreia havia mais de 2 mil familiares de militares americanos e outras pessoas não combatentes. Os EUA retiraram para o Japão os familiares dos membros de sua embaixada em avião transportador escoltado por caças e outras pessoas não combatentes foram embarcadas em aviões e naves transportadoras.
Ao mesmo tempo mobilizou altas figuras para realizarem repouso semanal, viagens e banquetes com o enviado americano etc., como disfarce, para ocultar sua verdadeira natureza própria de provocador da guerra. 
Em 24 de junho pela manhã, Truman, “para passar tranquilo o fim de semana com sua esposa e filha no estado de Missouri” saiu de Washington em avião de uso particular. No mesmo dia Dulles fez correr o rumor de que estava “em turismo no Japão”. Também Syngman Rhee nas vésperas da guerra se referiu muito à abolição da lei marcial de emergência, a permissão para saída do quartel e a hospedagem fora deste de seus militares, o banquete, etc. Tudo mentira e disfarce.
Eis aqui a afirmação de um oficial do estado maior do 17º regimento do exército sul-coreano daquele tempo: O dia 24 de junho de 1950 foi um sábado, porém a nós, os oficiais, foi proibida a saída, nos foi mandado esperar pela guerra. Pela noite recebemos a ordem secreta de passar o dia 25 de madrugada pelo paralelo 38, iniciando a ação militar contra a Coreia do Norte”.
John Osborne, que era correspondente oficial da “Life” estadunidense para o sul da Coreia, disse: “Quanto ao início da guerra não tivemos informações de que estivéssemos tão completamente preparados para esta guerra.”
Por fim, os EUA instigando o exército sul-coreano empreenderam em 25 de junho de 1950 às 4 da madrugada o “improvisado” assalto armado contra a Coreia do Norte ao longo do paralelo 38 desatando a guerra coreana (1950-1953) qualificada como a mais encarniçada depois da II Guerra Mundial.

 
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