sexta-feira, 26 de abril de 2013

EIKE SERÁ ALVO DE AÇÃO COLETIVA NOS EUA





Investidores e fundos de investimento começaram a ser procurados por advogados norte-americanos, que estudam propor ações judiciais contra o bilionário brasileiro, alegando fraude no mercado de capitais; iniciativa pode envolver também o banco de investimentos Credit Suisse, presidido por José Olympio Pereira, que fez a maioria dos lançamentos de ações de Eike e ajudou a inflar a bolha; imprensa também contribuiu para a euforia artificial, como na capa de Veja, em que Eike foi celebrado como símbolo de um novo Brasil; nesta quinta, petroleira OGX caiu mais 7% e atingiu novo piso histórico, a R$ 1,45; mercado prevê queda a até R$ 0,80.
247 - O que já era grave, pode se tornar ainda pior. Nos últimos dias, diversos gestores de fundos e investidores foram procurados por advogados norte-americanos, que estudam propor ações coletivas contra o bilionário Eike Batista. A "class action", comum nos Estados Unidos, e não no Brasil, é uma modalidade de ação proposta por advogados em nome de várias vítimas, que alegam prejuízos difusos. No caso de Eike, o que se estuda propor é uma reclamação por fraude no mercado de capitais, tendo como principal objeto a empresa de petróleo OGX, que, nesta quinta-feira, caiu mais 7% e fechou cotada a R$ 1,45, atingindo novo piso histórico. No ano, a retração é de 90%.
Investidores já começam a levantar fatos relevantes divulgados pelo grupo EBX, anunciando perspectivas excessivamente otimistas sobre as perfurações de petróleo, que jamais se mostraram verdadeiras. Até mesmo postagens de Eike Batista no Twitter, onde ele mantém um diálogo aberto, e polêmico, com investidores, estão sendo analisadas. A iniciativa pode atingir também o banco de investimentos Credit Suisse, presidido por José Olympio Pereira, que fez a maioria dos IPOs (lançamentos de ações) de Eike e ajudou a "dourar a pílula" de suas empresas.
Rebaixado por agências de risco como a Moody's e a Standard & Poors, o grupo EBX, de Eike, tem uma dívida de mais de R$ 20 bilhões, concentrada, sobretudo, no BNDES.                

O governo brasileiro estuda ajudá-lo ainda mais, alegando que sua quebra prejudicaria a imagem do País no exterior. Uma das soluções analisadas é fazer com que a Petrobras se torne cliente da empresa de logística LLX.                                                                                                         

No entanto, isso teria pouco impacto sobre a OGX, principal empresa de Eike, cujo principal problema – aparentemente insolúvel – é a falta de petróleo em seus poços. Em razão disso, o analista Marcos Sequeira, do Deutsche Bank, previu que ação poderá cair a 80 centavos apenas. Ele disse ainda que a possibilidade de que os ativos da empresa não cubram a dívida "não deve ser ignorada".
Um dos aspectos relevantes na criação da "bolha Eike" é, também, o papel dos meios de comunicação. Eike foi capa de praticamente todas as revistas do País, que quase sempre adotaram um tom ufanista e excessivamente otimista em relação aos seus negócios. Foi o caso, por exemplo, de Veja, que o chamou de Eike Xiaoping, como se ele fosse o símbolo de uma nova era no Brasil – em que enriquecer não seria mais vergonhoso.(Revista Veja/Redação).

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