sexta-feira, 12 de abril de 2013

Discurso de Fidel Castro em Pyongyang




Compartilhamos com os leitores do Blog  a versão traduzida para o português de um importante discurso pronunciado pelo comandante Fidel Castro, em sua visita à Pyongyang, em 1986. 



DISCURSO PRONUNCIADO PELO COMANDANTE EM CHEFE FIDEL

CASTRO RUZ, PRIMEIRO SECRETÁRIO DO COMITÊ CENTRAL DO

PARTIDO COMUNISTA DE CUBA E PRESIDENTE DOS CONSELHOS DE

ESTADO E DE MINISTROS, NO BANQUETE OFERECIDO EM HONRA DA

DELEGAÇÃO DO PARTIDO E DO GOVERNO DA REPÚBLICA DE CUBA,

PELO MARECHAL KIM IL SUNG, SECRETÁRIO GERAL DO PARTIDO DO

TRABALHO E PRESIDENTE DA REPÚBLICA POPULAR DEMOCRÁTICA

DA COREIA, EM 8 DE MARÇO DE 1986, “ANO DO XXX ANIVERSÁRIO DO

DESEMBARQUE DO GRANMA”.

(VERSÃO TAQUIGRÁFICA – CONSELHO DE ESTADO)

Querido companheiro Kim Il Sung;

Queridos companheiros do Partido e do Governo da República Popular Democrática da Coreia:

Tudo parece distanciar a Coreia e a Cuba. Nos separam milhares de quilômetros. Quando em nosso país começa o dia, na Coreia reina já a noite; quando este país amigo esta coberto de neve, verdeia perenemente nossa terra e, entretanto, Coreia e Cuba estão profundamente irmanados (APLAUSOS). Nos unem, queridos companheiros, nossos sonhos comuns e nos unem também o cerco e a ameaça de um inimigo comum.

Quería dizer, antes de mais, que visitar este heroico e revolucionário país, conhecer pessoalmente seu grande líder, o presidente Kim Il Sung, a quem nos unem tão estreitos laços de afeto e admiração, entrar em contato direto com o abnegado e fraterno povo coreano, era um proposito firmemente sustentado por largo tempo. Em meio a tensa luta em que estava absorto nosso pátria, durante muitos anos temos esperado esta oportunidade.

Devo expressar que as impressões recebidas hoje serão indeléveis.

Eu não tenho realmente palavras para descrever os sentimentos que experimentamos em nossa chegada a Pyongyang, ante a calorosa recepção e a extraordinária demonstração popular no aeroporto e nas ruas (APLAUSOS).

Não venho para receber homenagens: venho para render homenagem ao povo da Coreia e a sua gloriosa e combativa história.

Venho de muito longe para conhecer e expressar nossos mais calorosos sentimentos de admiração e solidariedade a um povo que ao longo de toda a sua história jamais fraquejou na batalha por sua independência, contra a opressão estrangeira e a exploração (APLAUSOS). Rendo tributo aos heróis que se levantaram heroicamente com armas em punho, sob a liderança do companheiro Kim Il Sung frente à ocupação do militarismo japonês

(APLAUSOS). Rendo tributo ao povo que resistiu mais tarde a bárbara agressão do imperialismo yanque, reconstruindo a pátria em ruinas, forjando uma nova sociedade e a mantendo erguida, durante mais de 30 anos, nas condições de um país cruelmente dividido, com a parte sul da península convertida em uma agressiva base militar dos Estados Unidos, as dignas e inflexíveis bandeiras da revolução e do socialismo (APLAUSOS).

O gesto heroico do povo coreano constitui sem dúvida um dos grandes acontecimentos revolucionários da nossa época, e uma fonte permanente de inspiração para os lutadores e os povos de todo mundo (APLAUSOS).

Foi essa luta, unida a luta do povo cubano, a que fez possível que entre nossos dois países, tão distantes, se tenha desenvolvido exemplares laços de colaboração e profundos sentimentos de irmandade e de solidariedade
(APLAUSOS).

Jamais falta a nossa pátria, nos momentos mais difíceis, a mão cálida e generosa do povo coreano. Da mesma forma, a justa posição do

Partido, do povo e do Governo coreanos, em favor da reunificação pacifica de seu país, a resoluta posição frente às manobras e provocações do imperialismo e de seus aliados na região, tem podido contar sempre com nossa mais vigorosa e decidida solidariedade (APLAUSOS).

Vivemos hoje tempos difíceis nos quais é preciso fortalecer como nunca antes a unidade de ação entre todas as forças da independência, da paz e do progresso dos povos. A irresponsável política armamentista, de confrontação e de força, aplicada pelo governo dos Estados Unidos, tem incrementado até limites intoleráveis o perigo de uma guerra devastadora, da qual o mundo não poderia se recuperar. A escala local, o imperialismo utiliza igualmente o ingerencismo, a agressão e o terror. Só nossa mais enérgica determinação de resistência e nossa inquebrantável decisão de não ceder ante a chantagem, poderão fazer frustrar tais desígnios reacionários (APLAUSOS).

Porém, não só agride o imperialismo aos povos com a força das armas. Nossa época é testemunha do recrudescimento mais implacável do saque económico e da exploração dos povos, muito especialmente dos do Terceiro Mundo. A crise econômica chega a muitos países a uma situação desesperada de fome, atraso e miséria. A implacável divida externa se associam em nossos dias as práticas criminosas do dumping, do intercambio desigual e do protecionismo, que privam aos países subdesenvolvidos e neocolonizados da América Latina, Ásia e África das mais elementares esperanças ante o futuro. Por isso temos dito e reiteramos que a decisiva batalha pela paz resulta inseparável na atualidade da batalha pelo repudio da divida externa e o estabelecimento da nova ordem econômica internacional que reclamam nossos países

(APLAUSOS).

Chegamos a Coreia movidos por um profundo interesse político; Desejamos também apreciar sua original e milenar cultura, e aspiramos conhecer ao máximo as admiráveis realizações deste povo e suas experiências revolucionárias. Ainda que o tempo de que dispomos, por razões alheias a nossa vontade, não seja todo o que havíamos desejado, estamos seguros

de que nossos contatos, nossas conversações com o querido presidente Kim Il Sung e com nossos irmãos coreanos, darão um novo impulso a nossa amizade, a nosso conhecimento reciproco, a cooperação e a solidariedade entre ambos os partidos, Estados e povos (APLAUSOS). É certo que atravessamos uma época convulsiva e perigosa. É certo que nós

enfrentamos colossais desafios. Porém, quando entre os povos se podem desenvolver vínculos como os que hoje unem a Coreia e a Cuba tão distantes geográficamente, quando o espírito internacionalista que anuncia o futuro da humanidade pode se manifestar com está intensidade que hoje temos presenciado aqui, não temos a menor dúvida de que a vitória estará do nosso lado (APLAUSOS).

E nessa ocasião, querido companheiro Kim Il Sung, queridos irmãos coreanos, permitam-me repetir aqui, como se estivesse em minha própria pátria, a consigna que nos tem acompanhado ao largo de todos estes anos de luta, triunfos e esperanças: Pátria ou Morte, venceremos!

Queridos amigos: permitam-me brindar pelo grande líder, companheiro Kim Il Sung, para que goze de uma larga vida e uma excelente saúde, de modo que possa continuar enriquecendo com sua experiência, os conhecimentos revolucionários do socialismo e do movimento comunista internacional (APLAUSOS). Brindo pelos irmãos do Partido coreano, e brindo por todos os irmãos coreanos. Obrigado.

(OVAÇÃO)

Original em espanhol disponível in www.cuba.cu


Nenhum comentário: