sexta-feira, 19 de abril de 2013

Centrais sindicais repudiam submissão aos banqueiros



 

A elevação dos juros básicos em 0,25 ponto percentual, passando de 7,25% para 7,5% pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na quarta-feira (17), foi repudiada pelas Centrais Sindicais. Em nota assinada pela diretoria executiva, a CUT considerou que “o Banco Central cedeu às pressões dos especuladores e de parte da mídia que defende os interesses dos bancos, seus principais patrocinadores, e aumentou em 0,25% a taxa básica dos juros da economia brasileira”.
“Para o especulador, o que interessa é o lucro pessoal e não o desenvolvimento do país, nem que para isso tenha que inventar fenômenos como o tomate assassino”, afirmou a entidade.
Depois de cinco aumentos consecutivos em 2011, chegando a 12,5%, a taxa Selic começou a ser reduzida a conta gotas em agosto daquele ano, atingindo 7,25% em outubro do ano passado, se mantendo neste patamar até este mês.
O presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira (Bira), manteve o mesmo tom: “O governo se rendeu às pressões dos banqueiros, em detrimento dos interesses nacionais. É falsa a alegação de nível elevado de inflação para o aumento dos juros. Primeiro, porque a inflação está em queda. Segundo, elevação de juros além de não combater a inflação ainda faz pior: é uma das causas da desaceleração da economia. O momento é de redução dos juros e de aumento dos investimentos públicos para retomar o crescimento”.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (Paulinho), ressaltou que “ao contrário da pregação dos rentistas, os trabalhadores consideram fundamental que o Comitê de Política Monetária continue perseguindo a meta de fazer a taxa de juros brasileira convergir com a praticada internacionalmente, o que exige cortes na taxa Selic e não seu aumento”.
Segundo o presidente da CTB, Wagner Gomes, o aumento dos juros premia banqueiros e contraria a nação. “A elevação da taxa básica de juros significa bilhões de reais a mais no bolso dos credores da dívida pública, principalmente banqueiros, que agora podem alegar novos motivos para ampliar o spread bancário e aumentar ainda mais as taxas extorsivas que cobram de empresas e consumidores”, frisou o sindicalista.
“Juro alto nunca foi remédio para conter a inflação em nenhum país do mundo. Nossa prioridade é o crescimento do PIB que gera melhoria na condição de vida”, sublinhou o secretário-geral da UGT, Canindé Pegado.

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