sexta-feira, 29 de março de 2013

Mídia omite greve de fome em Guantánamo


Por Altamiro Borges


















O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CIVC) anunciou ontem (27) que antecipará a visita ao campo de concentração de Guantánamo, mantido pelos EUA em território cubano. O motivo é a greve de fome dos prisioneiros, muitos deles sem julgamento, que já dura sete semanas. A delegação será composta por duas pessoas, com um médico entre elas. "Para tentar entender as tensões atuais e a greve de fome em curso, decidimos começar essa visita antes. O CIVC tinha previsto inicialmente visitar os prisioneiros de Guantánamo a partir de 1º de abril”, explicou o porta-voz do, Bijan Farnudi.



A greve de fome é um protesto contra as condições desumanas dos presos, muitos deles vítimas de torturas e humilhações. O movimento teve início em 6 de fevereiro, após uma inspeção dos soldados ianques. Os detentos denunciaram que os carcereiros confiscaram bens pessoais, como fotografias, cartas e exemplares do Corão, fato considerado como uma "profanação religiosa". Segundo o Center for Constitutional Rights, a maior parte dos 130 presos que se encontram no Campo 6 da prisão aderiu à greve de fome.

No início deste ano, a ONU divulgou comunicado criticando os EUA por violarem a legislação internacional dos direitos humanos. Ela ainda condenou o fato de muitos deles não terem sido julgados e serem mantidos presos por tempo indefinido. Antes de iniciar seu primeiro mandato, em 2009, o agora reeleito presidente dos EUA, Barack Obama, havia prometido o fechamento da prisão. Esta promessa também foi esquecida. 

A mídia colonizada, que fez tanto escarcéu com a visita da dissidente cubana Yoani Sánchez, evita tratar do assunto. A prolongada greve de fome está totalmente invisibilizada nos jornalões, revistonas e redes de tevê. O discurso sobre direitos humanos da mídia é pura bravata, que só engana os ingênuos!

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