quinta-feira, 29 de novembro de 2012

STF atende pleito da mídia de exibir 13 prisioneiros na campanha anti-PT



Corte que não se respeita não merece respeito
Embalados pelo furor golpista, meretíssimos não preservaram nem as mínimas aparências
O processo foi um atropelo geral à justiça. Teve de tudo no julgamento da AP 470. Desde o desenterro da tese nazista do domínio do fato - que pro-pugna a condenação sem provas - até à definição de que seriam 13 os condenados à prisão. Esse número foi sacado do bolso para servir de marketing anti-PT. Um dos juízes, Marco Aurélio, chegou a cantar a bola ainda durante o início do julgamento, no primeiro turno das eleições: “Prestem bem a atenção neste número. Serão 13 os condenados”.
 

STF entrega encomenda à mídia golpista e condena 13 à prisão 

Ministro do STF já havia cantado a bola no início do julgamento. Processo foi um atropelo geral à justiça 
 A definição das penas do julgamento da Ação Penal 470, do suposto "mensalão", terminou como tudo começou. Ou seja, uma manipulação. Milimetricamente agendado para coincidir com as eleições municipais deste ano, o julgamento serviu de palco para ataques ao PT e ao governo.
A mídia golpista enquadrou completamente alguns ministros do STF. Conseguiram tangê-los para que armassem um verdadeiro circo contra o PT. Os juízes seguiram à risca o cronograma definido pelos barões da mídia tucano/golpista. O processo foi um atropelo geral à justiça e às jurisprudências do STF. Teve de tudo durante o julgamento da AP 470. Desde o desenterro da tese nazista do domínio do fato - que propugna a condenação sem provas - e que viabilizou a espúria condenação do ex-ministro José Dirceu e de outros líderes do PT, até à cínica definição de que seriam 13 os condenados à prisão. Esse número foi sacado do bolso dos golpistas para servir de marketing político.
Um dos juízes, Marco Aurélio Mello, chegou a cantar a bola ainda durante o início do julgamento, no primeiro turno das eleições, quando, numa das sessões do Supremo, dirigiu-se aos telespectadores (isso mesmo, porque as sessões foram transmitidas ao vivo pela Globo) e fez questão de frisar que o número dos condenados seria treze. Numa clara demonstração que o julgamento já tinha um roteiro pronto, ele chamou a atenção de forma insistente para o número 13. Disse que esse número não poderia ser esquecido. "Prestem bem a atenção neste número. Serão 13 os condenados", repetiu Mello. Uma grosseira e tosca jogada política com vistas a denegrir o número do PT e interferir no resultado das eleições naquele momento.
Só que, ao final, foram 13 mesmo os condenados à prisão. Em suma, tudo não passou de uma farsa. De verdadeiro só o objetivo de criminalizar o PT. Para chegar a esse número, os teleguiados da mídia fizeram uma verdadeira ginástica no tribunal. Já tinham definido desde o início que tinha que ser treze os que iriam para a prisão. Portanto, não levaram em conta nenhum dos argumentos da defesa. Fabricaram o marketing do número para desgastar o PT e tinham que confirmá-lo. De todos os condenados, que eram 25, fizeram uma conta de chegar para que treze fossem para a prisão e não outro número qualquer. Nada mais abjeto para ser feito pelo STF. Uma completa desmoralização da justiça brasileira.
E, para atingir o seu objetivo, os ministros sequer disfarçaram a marmelada. A pena de Roberto Jefferson - corrupto confesso - foi cinicamente "atenuada", sob o pretexto de que ele "prestou serviços" ao país. Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiram levar em conta a "contribuição" de Jefferson - que atirou para tudo quanto é lado depois de ter um aliado pego em flagrante recebendo propina nos Correios - e aliviaram sua pena. Com isso o escroque vai se livrar da cadeia. E, por outro lado, nesta mesma quarta-feira (28), eles aumentaram a pena do deputado federal João Paulo Cunha (PT), para que ele que não pudesse cumpri-la em liberdade. Forçaram a barra livrando Jefferson e exagerando na pena de João Paulo Cunha – acusando-o de ter agido ilicitamente enquanto "ocupava a presidência da Câmara Federal" - para que os golpistas pudessem "comemorar" os "treze condenados".
Com os agravantes defendidos pelo relator Joaquim Barbosa, o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão, acusado pelos crimes de corrupção passiva, peculato (desvio de recursos públicos) e lavagem de dinheiro. Com isso, ele terá de cumprir a pena em regime fechado, já que a condenação foi maior do que oito anos. Ele também terá de pagar multa de R$ 360 mil. Entre quatro e oito anos, as penas são cumpridas em regime semiaberto e o condenado volta para dormir na prisão. Quando forem inferiores a quatro anos, podem ser substituídas por penas alternativas, como pagamento de salário mínimo e perda de direito político. A fase para fixação das punições consumiu dez sessões da Corte.
Todo esse processo, que já havia se desmoralizado antes com as condenações sem provas, tornou-se um verdadeiro circo de horrores. Juízes agindo como palhaços e carrascos, repetindo o que a mídia martelava, fazendo ilações e destruindo a honra de inocentes. Substituíram as análises dos autos do processo por acusações partidarizadas e sectárias. Os discursos no STF tornaram-se claramente provocativos. O script golpista foi seguido à risca. Nenhuma prova era apresentada, e os ataques ao PT e ao governo Lula/Dilma ocuparam diariamente as telas das TVs durante meses.
O ex-ministro Ayres de Brito, então presidente do STF, chegou ao cúmulo de defender, à certa altura, que as coligações políticas costuradas pelo governo eram "um desrespeito ao estado de direito". Sem nenhum mandato, o gênio jurídico resolveu deitar falação sobre o que é e o que não é democracia. Joaquim Barbosa, relator do processo, por sua vez, atropelou a tudo e a todos e tentou passar por cima do Congresso Nacional, propondo que o STF cassasse o mandato dos três parlamentares julgados pela Corte, os deputados João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP). Ele pretendia também, com isso, impedir a posse do deputado José Genoino (PT), suplente que deverá assumir o mandato em janeiro. Não fosse a atuação de Lewandowski, Barbosa teria conseguido seu intento.
Ainda antes de iniciado o julgamento, já havia sinais de que o oportunismo midiático golpista estaria presente em todo esse processo. 
Quando da definição do número de pessoas que seriam julgadas, o procurador também se fixou num número montado. Trabalhou para fossem 40 os acusados. Quis associar sua farsa à idéia dos "40 ladrões". Passada a fase da propaganda e da provocação, o número caiu pouco depois para 38, evidenciando a manobra.
Como pudemos ver essas provocações não pararam por aí. Em sua sanha, os golpistas chegaram ao fim fabricando um número de presos igual ao do PT.
SÉRGIO CRUZ
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sábado, 24 de novembro de 2012

PSDB é contra a redução da conta luz

Por Altamiro Borges

As empresas de energia elétrica, muitas delas multinacionais, declararam guerra à medida provisória do governo que reduz o preço das contas de luz no bojo da renovação das concessões públicas. Nesta campanha terrorista, elas contam com dois aliado de peso: a mídia privada e o PSDB, tendo à frente o senador Aécio Neves. Há quase um mês, o braço político-midiático destas corporações investe contra a medida, que visa baratear os custos da energia elétrica e incentivar o crescimento econômico do país.

Ontem, a presidenta Dilma Rousseff sinalizou que não pretende recuar diante da pressão. O governo reafirmou que manterá os prazos e as regras fixadas para a renovação das concessões no setor. Segundo a Folha, “num informe verbal, a Secretaria de Imprensa da Presidência da República descartou qualquer negociação com o Congresso e com o setor elétrico sobre a possibilidade de abrir uma ‘janela’ para que as empresas que deixaram de aderir ao programa de renovação o façam depois de aprovada a MP”.

O cambaleante Aécio Neves

O Palácio do Planalto "quer que o texto seja aprovado sem alterações e sem atender à pressão das empresas”, afirma o jornal. O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) é o relator da Medida Provisória 579, que deverá ser votada nas próximas semanas. Até lá, o lobby das companhias tende a crescer. Diariamente, os jornalões têm publicado artigos apocalípticos sobre o tema. Afirmam que há risco de colapso no setor elétrico, de novos “apagões”, com a não renovação das concessões e o fim dos investimentos.

Na linha de frente desta campanha terrorista da mídia estão renomados tucanos. O senador mineiro Aécio Neves, que tenta salvar sua cambaleante candidatura presidencial, foi o primeiro a defender as empresas contra a redução das contas de luz. Alegou que a medida rompe contratos e prejudica o “deus-mercado”. Na sequência, outros caciques do PSDB foram acionados. O deputado paulista José Anibal afirmou que a MP 579 fere o pacto federativo, prejudica os estados e gera “insegurança jurídica em vários níveis”.

A "musa das privatizações"

“Em suma, o governo federal tem se utilizado de seu poder regulatório para impor ao setor e aos Estados regras draconianas e nada republicanas, afugentando investidores e descapitalizando empresas de um setor cuja saúde financeira é vital para o desenvolvimento. Ninguém é contra reduzir as tarifas de energia. Mas a fórmula encontrada é malfeita, injusta, truculenta e, provavelmente, sem base legal”, concluiu o tucano de São Paulo, o mesmo que foi rifado por José Serra nas prévias para as eleições da capital paulista.

Outra que saiu atirando contra a proposta da presidenta Dilma foi a economista Elena Landau, a “musa das privatizações” do governo FHC. Em artigo publicado no jornal Valor, ela garantiu que a MP 579 representa “uma guinada de 360º” na política de concessões ao setor privado. “Em 2013 corremos o risco de estar de volta a 1993, a um mundo de excessivo intervencionismo estatal, insegurança jurídica e controle tarifário”, afirma a privatista. Para ela, a iniciativa do governo peca pelo “radicalismo” no conteúdo e na forma.

Como se observa, o neoliberalismo foi derrotado nas três últimas eleições presidenciais, mas permanece com muita força no país – principalmente na mídia rentista. Tudo é feito para defender as corporações e os tais “investidores estrangeiros”, como se eles estivessem preocupados com o desenvolvimento do país – e não com seus lucros astronômicos. Qualquer medida de proteção da economia nacional e de incentivo ao crescimento é visto como “intervencionismo”. Reduzir contas de luz, então, é um crime!

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

ISRAEL CRIMINOSOS DE GUERRA. SIONISTAS AGEM COMO NAZISTAS

Forças Armadas iniciam Operação Atlântico III



As forças armadas do Brasil desenvolverão operação conjunta denominada “Atlântico III” de 19 a 30 de novembro em estados do Sudeste e Sul do país.
O objetivo do exercício que envolverá cerca de 10 mil militares da Marinha, do Exército e da Força Aérea, é criar uma linha de comunicação e defesa de estruturas estratégicas como portos, refinarias e usinas hidrelétricas e nucleares.
A operação abrangerá território marítimo dentro da área chamada Amazônia Azul – espaço marítimo de 305 milhões de km² e que abriga reservas de petróleo e gás da área do pré-sal, além de parte do território nacional dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Consta ainda no planejamento o controle de área e tráfego marítimo; missões de interceptação; defesa de costa; patrulha marítima; transporte aéreo logístico; e controle do espaço aéreo.
A “Atlântico III” é resultado de um complexo planejamento estratégico promovido pelo Ministério da Defesa e coordenado pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas para preparação de defesa dos recursos do mar e das estruturas estratégicas do país. Além das atividades militares, serão realizadas Ações Cívico-Sociais na área do exercício. A população receberá aulas de primeiros socorros e higiene e será beneficiada com atendimento médico e odontológico.
O comando da operação será do Almirante de Esquadra Gilberto Max Roffé Hirschfeld, Comandante de Operações Navais.

Acusações da Globo contra UFRJ são falaciosas e improcedentes


 
 
Há previsão legal para contratação das fundações de apoio às universidades federais, destacou nota da reitoria da maior instituição federal do país

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) através da Reitoria e de diversos setores da universidade repudiou os ataques contra a instituição veiculados no programa Fantástico da Rede Globo no último domingo (19).
A reportagem do Fantástico afirmou haver improbidade administrativa nas contas da UFRJ por ter firmado um contrato com o Banco do Brasil assinado por Aloísio Teixeira, que era o reitor da UFRJ em 2007, e Carlos Levi, que, à época, era pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento e é hoje o atual reitor da universidade.
O objetivo do contrato é uma compensação paga pelo Banco do Brasil para manter a exclusividade na folha de pagamento dos funcionários da universidade num valor de R$ 43,52 milhões, a serem pagos em cinco parcelas, quatro delas tendo sido depositadas numa instituição ligada à UFRJ, a Fundação José Bonifácio.
Segundo as afirmações da Globo, referindo-se a um suposto relatório da CGU, isso é ilegal, pois uma licitação deveria ter sido realizada para a escolha do banco, portanto o relatório da CGU apontou que isso seria um desvio de recursos públicos para uma entidade privada, a FUJB.
Porém, este mesmo procedimento foi “reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal, e passando a ser adotado por várias outras entidades, a exemplo dos Governos do Estado de Minas Gerais e do Estado da Paraíba”, como afirmou, em nota, a reitoria da universidade.
Em nota a reitoria afirmou que “o alegado “desvio” de recursos à “entidade privada” se revela falacioso e improcedente, uma vez que há previsão legal expressa acerca da viabilidade da contratação direta das fundações de apoio às universidades federais, prática absolutamente comum em todas as Instituições Federais de Ensino Superior. Ressalve-se, ainda, que a Fundação Universitária José Bonifácio – FUJB teve sua criação prevista em lei, que autorizou a UFRJ constituir sua fundação de apoio a partir de instituições públicas e privadas, submetida ao controle externo, e só existe para servir à Universidade Federal do Rio de Janeiro”.
Relembrando a falta de investimentos em infraestrutura durante os anos do governo FHC a nota ainda deixa claro que a verba recebida legalmente pelo Banco do Brasil foi utilizada para construção do “restaurante universitário, apoio a mais de duas centenas de eventos acadêmicos, a realização de mais de cinquenta intervenções e obras de diferentes tipos e portes necessárias para recuperar parte da infraestrutura física da universidade”.
Em encontro realizado entre a reitoria, todos os pró-reitores, assessoria de imprensa e três representantes da Rede Globo em 14 de novembro foram entregues aos representantes da emissora, documentos que comprovam a histórica relação institucional entre a UFRJ e sua fundação de apoio, além de um conjunto de tabelas que discriminam todos os investimentos realizados com recursos da ordem de R$ 43 milhões, oriundos do contrato celebrado entre a UFRJ e o Banco do Brasil. Porém, a reportagem passa ao largo dessas informações.
Professores da UFRJ, pró-reitores, decanos e diretores de unidades acadêmicas após reunião realizada nesta segunda-feira na cidade universitária manifestaram publicamente seu repúdio às acusações contidas na nota da assessoria de comunicação social do Ministério Público Federal (MPF-RJ) contra a UFRJ. A nota ainda afirma que “causa estranheza que uma emissora de televisão tenha tido acesso antecipado e exclusivo a um relatório que é tratado como reservado pela CGU, segundo manifestação pública daquele órgão, em 13/11”.
Maria Lucia Werneck, Decana do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas, Luiz Pinguelli Rosa, Diretor da COPPE, Segen Estefen, Professor Titular da COPPE, Roberto Medronho, Diretor da Faculdade de Medicina, Carlos Rangel, Pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento, Ivan Ferreira Carmo, Prefeito da UFRJ, dentre outros assinam a nota de repúdio.
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“Provamos que aumento de salário não provoca inflação”, afirmou Lula



O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse no sábado (17), durante visita à sede da Cosatu – maior central sindical sul-africana, que uma das conquistas do seu governo no combate às desigualdades sociais foi provar "que aumento de salário não gera inflação". O ex-presidente falou sobre sua experiência de governo, com programas sociais e valorização do salário mínimo criando um forte mercado consumidor interno.
"Quais foram as palavras-chave do sucesso da redução de pobreza no Brasil? Democracia e inclusão. Nós provamos que aumento de salário não gera inflação. Quando aumenta o salário, aumenta o consumo dos mais pobres, o comércio produz mais, as fábricas produzem mais, e isso gera mais empregos", afirmou.
Lula defendeu que o governo e o movimento sindical sempre têm de manter um diálogo aberto, constante e franco, para que unindo as forças que derrotaram o apartheid elas sejam capazes de derrotar a desigualdade e a crise econômica.
"O valor que aprendemos a dar para a luta de vocês, isso não merece, em um momento de dificuldade, por mais divergências que vocês tenham, que não sejam capazes de discutir e encontrar uma solução comum, para que juntos, as mesmas forças que derrotaram o apartheid derrotem qualquer crise econômica, inflação e protejam a coisa mais sagrada para um trabalhador, que é o direito de trabalhar e levar comida de volta para casa. Este é uma valor inestimável", ressaltou.
O ex-presidente também defendeu a diversificação dos parceiros comerciais da África do Sul, para reduzir a dependência da Europa e dos Estados Unidos, ampliando mais o comércio do país com a própria África e a América Latina.
No seu último congresso, em setembro, a Cosatu havia defendido para a África do Sul o que seria um "Momento Lula", de redução de desemprego, desigualdade econômica e pobreza. "Graças a Lula, o Brasil não é mais o país com maior desigualdade do mundo", destacou Tyotyo James, vice-presidente da central sindical.
Na segunda-feira (19), Lula iniciou a programação da sua visita a Moçambique, sendo recebido em um almoço pelo presidente moçambicano, Armando Guebuza. Após o encontro, participou de uma conferência sobre luta contra a desigualdade social no Centro de Documentação Samora Machel.
Nesta terça (20) está programada a vista do ex-presidente a unidade da Universidade Aberta do Brasil em Maputo, capital do país, e também uma fábrica de medicamentos antirretrovirais – parceria com o governo brasileiro para produzir em Moçambique remédios para o tratamento de portadores de HIV. A agenda desta terça prevê ainda palestra para empresários. Nesta quarta-feira (21), o ex-presidente visita a Etiópia.
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Ministro do STF não permite CPMI investigar tucano ligado a bicheiro



Mello ainda desdenhou do indiciamento de Perillo pela CPI do Cachoeira, dizendo que isso é uma “ficção jurídica”  
Depois de agir arbitrariamente - dando caráter de indício a certos aspectos contidos no tumultuado relatório da CPI dos Correios - para condenar sem provas os réus da Ação Penal 470, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu um giro de 180 graus em relação ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Mesmo diante de novos e graves fatos contra o tucano, o STF deu a ele liminar impedindo que a CPI do Cachoeira convoque o governador para prestar novo depoimento aos parlamentares.
A liminar foi concedida pelo ministro Marco Aurélio de Mello na segunda-feira (19). A defesa de Perillo, claro, deu sua interpretação quanto ao despacho de Mello e procurou ampliar o seu alcance e tentou apressadamente concluir que Marconi não poderia também ser indiciado. A defesa de Perillo sustentou no mandado de segurança impetrado que governadores de estado são absolutamente imunes a investigações realizadas por CPIs sendo vedado, até mesmo, seu indiciamento por essas comissões já que "esses agentes políticos possuem prerrogativas de serem processados e julgados, originariamente, pelo STJ". Como Marco Aurélio não explicitou o que estava concedendo - se todo o pedido da defesa ou somente a parte da proibição da nova convocação - abriu espaço para que os defensores do tucano dissessem que estava proibido também o indiciamento do governador.
Cobrado para esclarecer sua decisão, Marco Aurélio teve que negar que Marconi não possa ser indiciado pela CPI. E desprezou o papel da comissão ao dizer que o "indiciamento", por uma CPI, é apenas uma "ficção jurídica", pois "só são formalmente indiciados aqueles que respondem a inquéritos no Poder Judiciário". O ministro alegou que "não dá é para olvidar que temos uma federação e que um órgão federal não pode convocar um governador de Estado". "Ele pode até ser convocado pela assembléia legislativa, mas não pelo Congresso Nacional". Parece que permitido mesmo é o STF interferir no legislativo. Já os "indícios" da CPI dos Correios, usados na AP 470, da farsa do "mensalão", não foram interpretados como "ficção jurídica" pelo ministro nem por seus colegas de tribunal. Pelo contrário, serviram para os ministros do STF condenarem sem provas os líderes petistas recentemente.
Quando Perillo esteve na CPI, no dia 12 de junho, já havia contra ele denúncias contundentes de suas ligações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Depois ainda surgiram outros fatos. A casa de Cachoeira, local onde foi preso, por exemplo, tinha sido do governador e foi adquirida pelo chefe da quadrilha. O envolvimento do tucano com a quadrilha de Cachoeira surgiu nas investigações da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que descobriu como o grupo do contraventor se infiltrou na cúpula do governo de Goiás e foi beneficiado por atos de Perillo. Escutas autorizadas judicialmente mostraram que o contraventor chegou a pagar contas pessoais de secretários do governador tucano.
A Polícia Federal analisou na época o conteúdo de 169 ligações telefônicas trocadas entre integrantes da quadrilha, especificamente sobre negociatas envolvendo Perillo, Cachoeira e a empreiteira Delta. Os agentes concluíram que o dinheiro para comprar a casa onde Perillo morava saiu da construtora. O pagamento de R$ 1,4 milhão foi intermediado por Cachoeira, que repassou um bônus de R$ 500 mil ao governador, segundo as investigações. Depois da compra da casa de Perillo com pagamentos feitos pela Delta, Cachoeira repassou a casa para o empresário Walter Santiago, que pagou R$ 2,1 milhões em dinheiro vivo.
Numa das conversas gravadas pela PF, Marconi é desmascarado. Andressa, mulher de Cachoeira, diz ao marido: "Por quanto você vendeu [a casa]?". Cachoeira responde: "Por dois e cem (R$ 2,1 milhões). Tá bom. Cem (mil reais) é do Marconi. Precisava passar esse trem logo para o nome dele [Santiago] porque não vamos perder um cliente de bilhões [Perillo] à toa, né?". As investigações revelaram ainda que Cachoeira agira também em associação com o ex-senador Demóstenes Torres para que a empresa de tecnologia Politec obtivesse favores junto ao governo de Goiás. Logo depois, a Politec conseguiu, sem licitação, contrato com o governo de Perillo.
Com esses fatos novos, um requerimento pela reconvocação do governador tucano foi protocolado na comissão. O relator Odair Cunha (PT-MG) sinalizou que iria pedir o indiciamento de Perillo e expressou a necessidade de ouvi-lo novamente.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já havia aberto inquérito para investigar as relações de Marconi Perillo (PSDB) com Carlinhos Cachoeira. A investigação foi autorizada pelo ministro Humberto Martins, que também determinou a realização de diligências solicitadas pelo Ministério Público. Enquanto isso, o ministro Marco Aurélio de Mello - implacável contra os petistas durante o julgamento do suposto "mensalão", apoiando-se numa teoria nazista, a do domínio do fato, para condená-los sem provas - toma uma medida que impede a investigação contra Perillo.
A propósito, o furor condenatório do ministro-relator, Joaquim Barbosa, contra Dirceu, Genoino e Delúbio não se reflete quando o assunto é o envolvimento do governo tucano de Goiás com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira. Por exemplo, Joaquim concedeu habeas corpus autorizando que o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop), Jayme Eduardo Rincón, permanecesse em silêncio durante seu depoimento na CPI do Cachoeira. As investigações da Polícia Federal mostravam que o ex-tesoureiro da campanha eleitoral de Marconi Perillo ao governo do Estado em 2010 recebeu "grandes importâncias de dinheiro (na ordem de R$ 1,4 milhão) por ordens diretas de Cachoeira".
O relator da CPMI, deputado Odair Cunha, pediu um parecer da assessoria jurídica do Congresso sobre a aplicação da liminar de Marco Aurélio de Mello.
SÉRGIO CRUZ
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Infraero terá aporte recorde para obras nos aeroportos privatizados



No Orçamento encaminhado pelo governo ao Congresso, há uma previsão de injeção recorde de R$ 1,7 bilhão do Tesouro Nacional na Infraero, principalmente para realização de obras nos aeroportos das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. Do total, R$ 300 milhões deverão ser usados para a estatal fazer aporte de capital nos consórcios que venceram os leilões de privatização dos aeroportos de Guarulhos (Cumbica), Campinas (Viracopos) e Brasília (JK). A lnfraero tem 49% de participação nessas sociedades, apesar de não poder de dar palpite em suas gestões.
De acordo com a própria estatal, a privatização redundou em perda de capacidade de investimentos, uma vez que quase 40% do total das receitas da Infraero eram provenientes desses aeroportos. E o governo ainda insiste em privatizar os aeroportos do Rio de Janeiro (Galeão) e Belo Horizonte (Confins), que completam – juntos com os aeroportos citados - o filé mignon do setor.
O modelo de privatização estipula que a Infraero deve fazer aportes para investimentos, principalmente no início da gestão privada. Caso contrário, terá reduzida sua participação nas sociedades.
Nas sedes da Copa, estima-se que serão necessários R$ 2,3 bilhões em obras nos aeroportos.
A Infraero sempre foi reconhecida internacionalmente pela sua competência na operação da infraestrutura aeroportuária. Parte das receitas dos aeroportos mais rentáveis, além dos investimentos neles próprios, era utilizada nos aeroportos de menor renda.
A privatização é um equívoco em todos os sentidos, como a da segurança nacional. Em cerca de dez meses mostrou a debilidade do ponto de vista econômico, obrigando o Tesouro Nacional a injetar recursos na Infraero para viabilizar a ampliação de aeroportos – e também nos de menor porte, administrados por estados e municípios.
E para não se dizer que a modernidade não chegou com a privatização, desde o último dia 15 o Aeroporto de Guarulhos está sendo administrado pelo consórcio Invepar – que tem como operadora a estatal sul-africana Airports Company South Africa (ACSA), com experiência infinitamente inferior a da Infraero -, que tomou sua primeira providência: rebatizou o nome do aeroporto para GRU Airport. “Encontramos uma marca conhecida, devido à sigla da Iata, e fácil de ser pronunciada pelo turista estrangeiro: a abreviatura GRU. Escolhemos o nome em inglês, airport, por se tratar um aeroporto internacional”, disse o presidente da concessionária, Antonio Miguel Marques.
A operadora do aeroporto de Brasília é a Corporación América, da Argentina. Se a moda pega, talvez em breve tenhamos o BSB Aeropuerto.
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Funcionária de “Veja” é convidada para vaga no Ministério da Educação


Após uma saída repentina do secretário de Educação Básica, César Callegari, do cargo, o ministro da Educação Aloizio Mercadante, convidou a atual secretária de Educação da cidade do Rio de Janeiro, Cláudia Costin, para assumir a pasta. Ela prontamente aceitou ocupar a vaga de Callegari, que estava no cargo desde janeiro deste ano.

O passado da senhora Costin parece não ter sido um impedimento para a realização do convite. Dentre as suas ocupações anteriores constam algumas que chamaram a atenção: Cláudia é ex-ministra da Administração e Reforma do Estado do período FHC.
Ela foi responsável pela “reforma” que demitiu ao menos 500 mil servidores públicos federais. Ou seja, esteve à frente da implementação da política tucana de enxugamento do Estado brasileiro que por muito pouco não arruinou o país. Vale lembrar que, felizmente, o desmonte foi barrado graças a eleição do presidente Lula, em 2002.
Mais tarde, destaca-se ainda a sua atuação no setor privado, mais especificamente no ramo de comunicação. A senhora Costin foi vice-presidente da Fundação Victor Civita, braço “educacional” do Grupo Abril, proprietário da imparcial revista “Veja”.
Cláudia Costin ocupou ainda a Secretaria de Previdência Complementar do Ministério de Previdência Social e a Secretaria de Estado da Cultura do governo do Estado de São Paulo, durante o governo Alckmin.
Experiência internacional: foi gerente do Banco Mundial para a América Latina na área de Setor Público e Combate à Pobreza, além de conselheira do Instituto Ecofuturo, da TNC (The Nature Conservancy) e do Conselho Internacional de Sustentabilidade da Dow Chemical.
Na frente da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, Costin teve destaque pela realização de parcerias com institutos educacionais privados, transferindo a gestão de cada vez mais recursos a elas. Não por acaso, a revista “Veja”, em sua edição regional para o Rio, a “Veja Rio”, rasgou elogios ao sistema de educação das escolas cariocas.
A notícia da escolha de Costin para o cargo deixou dezenas de especialistas da área de Educação preocupados. Segundo o Jornal do Brasil, um manifesto em repúdio ao nome de Costin está sendo articulado.
Assinado por diferentes profissionais da educação, o manifesto questiona a indicação da senhora Costin alegando que “suas posições sobre a Educação Infantil são em tudo conhecidas e nefastas ao futuro da área”.
ANDRÉ SANTANA
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Eike se alia à múlti IBM para tirar mais recursos do BNDES



O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou nesta segunda-feira (19) a injeção de dinheiro público para financiar a construção de uma fábrica de chips em sociedade com Eike Batista e a multinacional norte-americana IBM em Ribeirão das Neves (MG).
O banco público financiará a criação da Six Semicondutores, empresa subsidiária da Six Soluções Inteligentes, do Grupo EBX, de Eike Batista, para administrar a construção e operação da unidade. Cada um terá 33% do empreendimento, com valor investido de R$ 245 milhões cada um.
Além da participação no financiamento, o BNDES oferecerá outros R$ 267 milhões, dos quais R$ 202 milhões por repasse direto e R$ 65 milhões por meio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), que terá participação em 7,2% da fábrica.
A Finep, a agência brasileira de fomento à inovação, aportará R$ 202 milhões em financiamento.
A outra parte das ações ficará com a IBM, a Matec Investimentos e a WS Intecs – todos americanos.
A nova fábrica começará a ser construída neste ano e seu início de operações está previsto para 2014. Segundo o comunicado, a IBM foi escolhida como sócio tecnológico do projeto por sua condição de “líder mundial” no segmento de semicondutores.
PORTO DE AÇU

No dia 11 de novembro, a siderúrgica estatal chinesa Wuhan Iron ad Steel suspendeu sua participação na construção do complexo siderúrgico do Porto de Açu, em São João da Barra (RJ) com a LLX, empresa de Eike Batista, alegando que o lado brasileiro não ofereceu a infraestrutura necessária para o projeto.
“Ferrovias, terminais portuários... não construíram nada. O mercado também não está lá, então agora interrompemos as conversas e, no momento, não estamos pensando sobre isso”, disse o presidente do grupo Deng Qilin.
O projeto, orçado em R$ 5 bilhões, seria implantado no porto de São João da Barra, no Rio de Janeiro.
Alguns dias antes, Eike havia esnobado a desistência da siderúrgica Argentina Térnium, vista inicialmente por ele como a “âncora” do Porto de Açu, pois o interesse de produtores de petróleo na área era mais lucrativo.
“Dane-se a siderúrgica. Meu shopping mudou. Tenho agora uma clientela que me paga três vezes mais pelo metro quadrado. Só esse pessoal já paga R$ 100 milhões de aluguel, antes de o porto funcionar. Ficou um negócio mais nobre e isso ninguém fala”, disse Eike.
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Israel se diverte matando crianças na Faixa de Gaza


Bombardeio nazista contra população civil

Objetivo é mandar Gaza para a Idade Média, diz
vice premier israelense
O serviço de pronto-socorro de Gaza informou, no início do dia 20, que o número de palestinos assassinados nos bombardeios realizados pelo exército de ocupação israelense já é de 101, com dezenas de crianças, mulheres e idosos. Somente na manhã de terça, foram mais de 100 ataques. As bombas lançadas pela aviação israelense atingem escolas, prédios residenciais, bancos e instalações públicas. O vice primeiro-ministro de Israel, Eli Yishai, declarou que o objetivo “é mandar Gaza de volta para a Idade Média”.

Carnificina de Israel é rechaçada por atos e líderes de todo o mundo

Rússia, China, Índia e Liga Árabe exigem que Israel pare já com o bombardeio criminoso. Em sete dias o número de mortos ultrapassa 100 palestinos, grande parte crianças, mulheres e idosos. Manifestações contra nazismo de Israel ocorrem em dezenas de cidades
No sétimo dia de bombardeio a Gaza, que começou no dia 14, já haviam sido assassinados 100 palestinos, entre os mortos dezenas de crianças, mulheres e idosos. Mais de trezentos palestinos, segundo o Hospital Shifa, de Gaza, ficaram feridos.
Os ataques com mísseis de alto poder de destruição lançados por caças israelenses puseram abaixo desde casas e prédios residenciais até o escritório do líder do Hamas que dirige a Faixa de Gaza, Ismail Hanyah, que escapou por não se encontrar no local.
Manifestações de protesto diante de embaixadas de Israel e sedes de governos já ocorreram em mais de cem cidades por todo o mundo, passando por Jacarta, Londres, Washington e Los Angeles, Cairo, Istambul, Dublin, Paris, Santiago, Oslo, Berlim, Edimburgo, Camberra, Seul, além de Tel Aviv, Haifa e Jerusalém.
O vice-primeiro-ministro de Israel, Eli Yishai, expôs a real intenção do regime nazista de Israel: "Fazer Gaza retornar à Idade Média".
A isso, o presidente norte-americano, Barack Obama, chamou de "direito de Israel de se defender".
O governo da Rússia repudiou a posição dos EUA de apoio à sanguinolência em Gaza. Ele denunciou as manobras protelatórias adotadas pelos EUA enquanto o sangue de civis corre nas ruas de Gaza: "Lamentamos que um projeto de comunicado apresentado por Marrocos em nome da Liga Árabe ainda continue em meio de negociações e consultas", disse o representante permanente da Rússia ante a ONU, Vitali Churkin.
"Parece que não desejam atuar frente a crise", insistiu Churkin.
Governos árabes como Marrocos, Egito e Tunísia também denunciam o terrorismo de Estado perpetrado por Israel e a Liga Árabe criticou este sábado a inação do Conselho de Segurança da ONU diante da agressão e acusou o organismo internacional de manter a impunidade a favor de Israel.
"Esse brutal massacre em Gaza não pode passar sem castigo; Israel deve assumir a responsabilidade de sua ocupação", acrescentou o secretário geral da LA, Nabil el Araby.
El Araby denunciou o Conselho de Segurança de alentar os "desmandos israelitas" e criticou o organismo de tentar pôr no mesmo lugar os agressores com os palestinos de Gaza, que "se recusam a se ajoelhar ante o poder dos ocupantes".
A China denunciou "a violência desproporcional de Israel" e o representante da Índia na ONU (que atualmente preside do CS da ONU), Hardeep Singh, denunciou a situação "atroz sofrida pelo povo palestino".
Riad Maliki, chanceler da Autoridade Nacional Palestina, exigiu da ONU e da Liga Árabe "um apoio humanitário robusto aos palestinos tanto de Gaza, como da Cisjordânia".
Em comunicado difundido pela Chancelaria, a Venezuela condenou "as flagrantes violações do Direito Internacional nas que incorreu o Estado de Israel, assim como o uso do terrorismo de estado para castigar a um povo inteiro".
O regime israelense começou o banho de sangue ao assassinar uma das principais lideranças do Hamas, partido que governa Gaza, Ahmed Jabari, que - segundo o ativista pela paz, o israelense Gershon Baskin - era o negociador indicado pelo Hamas para um acordo que envolveria uma trégua de longo prazo e o início de negociações de paz. O assassinato de Jabari deixa clara a intenção do regime de Israel: manter o confronto e a beligerância a qualquer preço. Usar os ciclos de violência para manter a ocupação. Neste caso a agressão à Gaza sob cerco se dá no momento em que a Autoridade Nacional Palestina toma a iniciativa de buscar o reconhecimento do Estado da Palestina na ONU.
Netanyahu e seu bando também buscam tirar proveito da paranoia de guerra para açular os baixos instintos entre os isralenses, dos quais a direita israelense se alimenta. A resistência palestina respondeu ao primeiro dia de bombardeio com foguetes de escassa efetividade (os israelenses falam em três mortos em seu território) enquanto que o exército da ocupação bombardeou um dos centros populacionais mais povoados do mundo. O fez com ganas de extermínio e ameaça invadir com uma horda de 75 mil soldados. A invasão de 2008 causou a morte de 1.400 palestinos.
NATHANIEL BRAIA
http://www.horadopovo.com.br/


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Israel e a nova guerra mundial

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Ao convocar 75.000 reservistas para as fileiras, o governo de Israel deixou claro que prepara nova invasão terrestre da Faixa de Gaza, como passo prévio a uma aventura maior, contra o Irã. Desta vez, no entanto, há sinais de que a violência encontrará a resistência dos países árabes vizinhos. A visita do primeiro ministro do Egito, Hisham Kandil, a Gaza e a clara advertência do novo presidente, Mosri, de que os egípcios não deixarão os palestinos sós, deveriam conter os alucinados direitistas de Tel-Aviv, mas não parece que isso ocorra. Ao contrário, há todas as indicações de que se encontram dispostos a ir ao tudo, ou nada.


Ocorre que as coisas mudaram nos países árabes. Os aliados de Israel haviam visto, na primavera árabe, uma democratização à americana, que laicizaria as sociedades muçulmanas e as levaria à absorção pela civilização do consumo. Se assim fosse - era a ilusão de Israel - os palestinos seriam compelidos a aceitar, resignados, o fim de sua luta pela sobrevivência como nação. Rapidamente as coisas se mostraram como são.
 
Os árabes não saíram às ruas para contestar o Islã, mas com o propósito de recuperar os princípios de solidariedade do Corão e contestar o alinhamento de seus governos aos interesses de Washington. Não é por outra razão que os radicais de Al Qaeda contribuíram para o levante contra Kadafi.
O Egito, sob Murbarak, sempre foi fiel aos Estados Unidos em sua política regional, e aliado confesso de Israel. Com Mosri, a situação mudou. O novo presidente egípcio tem mantido consultas sucessivas com outros chefes de Estado e de governo árabes e reuniu, no Cairo, o presidente da Turquia, Recep Erdogan, o emir de Catar, Hamad bin Khalifa Al Thani, e outros dirigentes políticos da região, para discutir o problema da Palestina. O emir de Catar visitou recentemente a Faixa de Gaza e doou 254 milhões de dólares para a reconstrução de seus hospitais.
 
A atitude mais clara do Cairo foi a de enviar a Gaza seu primeiro ministro Hisham Kandil, sexta-feira passada. Israel prometeu que suspenderia seus ataques aéreos contra a área durante as três horas da visita do dirigente egípcio – mas antes que Kandil deixasse a cidade pelo passo de Rafa, reiniciaram-se os bombardeios. Os judeus usam mísseis ar - terra, como o que matou o primeiro ministro do Hammas. E também aviões não tripulados, os criminosos drones. Dezenas de crianças estão gravemente feridas e, entre outras vítimas infantis, morreu um menino de apenas onze meses.

Se Israel, além de arrasar Gaza, como é o confessado propósito de seus extremistas, atacar o Irã, será quase impossível evitar uma terceira guerra mundial. O momento, sendo de recessão econômica global, é propício ao desvario dos conflitos armados. Como registra a História, nada melhor para o capitalismo do que um grande conflito, do qual ele sempre emerge fortalecido. Mas não parece que, desta vez, os vencedores venham a ser os mesmos.

O que acontece na Faixa de Gaza?

Por Marina Mattar, no sítio Opera Mundi:

A atual investida de Israel contra a Faixa de Gaza, denominada de “Pilar Defensivo”, tem como suposto objetivo defender o povo israelense dos mísseis lançados por combatentes do Hamas que atingem o sul do país. Mas será que é apropriado chamar de guerra ou de defesa quando um dos lados é uma superpotência militar e o outro, um grupo político armado sem a organização e a estrutura de Forças Armadas?

É verdade que a organização palestina dispara foguetes contra o território de Israel, mas é preciso analisar a sua verdadeira capacidade militar. Desde que o conflito teve início, na quarta-feira (14/11), três israelenses foram mortos pelos mísseis, enquanto pelo menos 95 palestinos perderam suas vidas e centenas ficaram feridos. Ao longo deste ano, nenhum israelense foi vítima dos projéteis e apenas alguns ficaram feridos em comparação a dezenas de palestinos mortos que, em sua vasta maioria, eram civis.

Os projéteis lançados pelos palestinos procedem de diferentes locais e estão longe de integrar o moderno mercado de armas. Enquanto muitos são produtos domésticos, outros são equipamentos da década de 1990. Com alcance de 6 a 25 milhas, esses mísseis não possuem a tecnologia necessária para mirar alvos no território israelense e acabam por atingir, muitas vezes, terrenos inabitados. Além disso, na maior parte dos casos, os militares israelenses conseguem interceptar os foguetes pelo seu avançado sistema de defesa, mantendo uma taxa de 90% de sucesso nos casos. Nos últimos seis dias, cerca de 740 misseis foram lançados e apenas 30 atingiram Israel.

Além de possuir poucos recursos financeiros, o Hamas encontra grande dificuldade em comprar armas por conta do bloqueio israelense nas fronteiras da Faixa de Gaza. Tudo o que consegue provém de túneis ilegais. O grupo palestino tão pouco possui uma estrutura militar comum às Forças Armadas, com treinamento regular e corpo de oficiais. Seus combatentes não atuam em batalhas, mas sim em ações de guerrilha.

É este o corpo organizacional que uma das Forças Armadas mais potentes do mundo enfrenta hoje. Com orçamento militar anual ao redor dos US$ 12 bilhões, Israel recebe ajuda de US$ 3 bilhões dos Estados Unidos para investir em equipamentos. Jatos de tecnologia militar de última geração bombardeiam a Faixa de Gaza e sistemas de defesa aprimorados derrubam os projeteis.

Há uma imensa assimetria na capacidade de cada um dos lados de infligir danos e sofrimento devido ao domínio militar total de Israel na região. Esse fato transparece no número desproporcional de mortos e destruição afligida. Até agora,
mais de um terço das vítimas palestinas são civis, incluindo crianças e idosos, e o número parece estar apenas aumentando.

Se Israel é tão superior militarmente ao Hamas e em poucos dias já conseguiu destruir grande parte do território palestino, por que realizar uma operação? Se o objetivo das autoridades era atingir o grupo, por que não optar apenas por ações de seu desenvolvido serviço de inteligência contra seus líderes?

Essas perguntas parecem ingênuas, mas, com certeza, foram consideradas pelo governo e pelos chefes de segurança do país, que escolheram deliberadamente a opção militar. Não podemos nos esquecer da afirmação de Eli Yishai, vice-premiê de Israel, de que o objetivo da operação "é
mandar Gaza de volta para a Idade Média".

Longe de ser uma ruptura com a política israelense para a Faixa de Gaza, a nova investida integra as iniciativas de ocupar e sitiar o território palestino que vão desde o
bloqueio econômico e militar à expansão de assentamentos israelenses.

E, para aqueles que não se lembram, essa não é a primeira vez que as Forças Armadas atacam a Faixa de Gaza em uma suposta luta contra o Hamas. Em 2009, as autoridades realizaram a operação “Chumbo Fundido”, que, em apenas 22 dias, deixou 1.434 palestinos mortos, incluindo 1.259 civis.

Até os dias atuais, os palestinos não conseguiram se recuperar desses ataques pela falta de materiais de construção disponíveis, que permanecem bloqueados por oficiais israelenses nas fronteiras. De acordo com relatório das Nações Unidas de setembro deste ano, apenas 25% dos edifícios danificados na investida foram reconstruídos.

Analisando os dados da operação, o professor norte-americano Norman Filkenstein conclui que não houve uma guerra, mas sim um massacre contra o povo palestino. Será que o que estamos assistindo nesses últimos dias na Faixa de Gaza não deve receber essa conotação, em vez de “guerra” ou “ação defensiva”?

Dilma: receitas da troika levarão Europa à recessão brutal


Duras críticas à política econômica europeia, aliadas à defesa do modelo brasileiro de desenvolvimento com inclusão social, marcaram a entrevista da presidenta Dilma Rousseff em destaque no El País, neste domingo (18). “Distribuir renda é uma exigência moral, mas também uma premissa para o crescimento”, defendeu. Ela também falou sobre à oposição da mídia brasileira ao seu governo: “O povo não se deixa manipular em absoluto”. E, pela primeira vez, sobre o julgamento do “mensalão”. “Como presidente da República, não posso me manifestar sobre as decisões do STF. Acato suas sentenças, não as discuto. Mas isso não significa que nada neste mundo de Deus está acima dos erros e das paixões humanas”


Brasília - Em visita oficial à Espanha, a presidenta Dilma Rousseff foi destaque, neste domingo (18), no maior jornal espanhol, o El País. Na terra do euro, ela criticou duramente a política econômica adotada pelos países da União Europeia, que apontou como a responsável por provocar recessão em todo o mundo. “Eu não creio que o problema da Europa seja seu modelo de bem-estar social. O problema é que se tem aplicado soluções inadequadas para a crise e o resultado é um empobrecimento das classes médias. A este passo, se produzirá uma recessão generalizada”, destaca a reportagem do jornalista Juan Luis Cebrián.

A presidenta brasileira ressaltou que a má condução do enfrentamento à crise na Europa ameaça, inclusive, o desenvolvimento dos países emergentes. E sustentou que o modelo de austeridade adotado está fadado ao fracasso, com base na própria experiência latinoamericana dos anos 1980. “A Europa passa por algo que já conhecemos na América Latina. Há uma crise fiscal, uma crise de competitividade e uma crise bancária. E as receitas que se estão aplicando levarão a uma recessão brutal. Sem investimentos será impossível sair da crise”, disparou.

Para ela, é necessário pagar as dívidas, fazer o ajuste fiscal, mas é preciso tempo para que os países o façam em condições sociais menos graves. “Não somente por uma questão ética, mas também por exigências propriamente econômicas”. De acordo com a presidenta, o euro é um projeto inacabado e, se a Europa quer resolver seus problemas, tem que concluí-lo, através de supervisão e união bancária. “Na realidade, o euro não é uma moeda única hoje. O mercado distingue entre o euro espanhol, o euro italiano, o francês, o grego e o alemão”, justificou.

Modelo brasileiro
A entrevista também abordou as mudanças efetivadas no Brasil, desde a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, segundo o entrevistador, por ser o primeiro trabalhador a chegar à presidência da República, propiciou que “as classes baixas experimentassem um sentimento de autoestima como nunca haviam tido”. Para Cebrián, a eleição de Lula foi o anúncio de um novo projeto de inclusão social que, agora, Dilma aprimora: fazer do Brasil um país de classe média, não só no que diz respeito à renda, mas também em relação ao nível educacional da população.

O jornalista também apontou os gargalos do desenvolvimento brasileiro, os quais a presidenta foi apontando um a um como pretende resolver. Minimizou os atrasos nas obras de infraestrutura para a Copa do Mundo que, de acordo com o jornalista, tanto preocupam os turistas que se espantam com a precariedade dos aeroportes e rodovias. Dilma rebateu que não há com o que se preocupar: novos estádios serão inaugurados a tempo e alguns aeroportos, privatizados. A presidenta assegurou que também haverá os investimentos necessários em portos, ferrovias e rodovias.

Questionada sobre como superar o desafio da educação, em um país com 10% de analfabetos funcionais entre a população com mais de 15 anos, Dilma falou sobre os investimentos em creches, educação infantil, sistema integral, ensino profissionalizante e universitário. E destacou a aprovação da lei que reserva 50% das vagas das universidades para estudantes de baixa renda, escolas públicas e negros. A presidente falou também sobre a necessidade de industrializar o país e os esforços nesse sentido.

Questionada sobre o futuro da democracia brasileira, ela exaltou a capacidade de diálogo. “Em alguns países pode causar estranheza que a presidenta da República converse com as centrais sindicais. Para nós, é o normal. Algumas vezes estamos de acordo e outras vezes, não”, provocou Dilma. “Por que não ensina aos espanhois?”, sugeriu o jornalista. “Cada um tem seu sistema, não? Mas países complexos como os nossos exigem diálogo e participação. A experiência diz que é bom para enfrentar os conflitos”, acrescenta a presidenta.

Mídia e “mensalão”
O repórter também questionou a presidenta sobre as dificuldades que a mídia tradicional e o que ele chamou de “os novos sistemas de opinião pública”, as redes sociais, impõem a quem ocupa o poder. Dilma reiterou seu conceito de “liberdade de imprensa”, mas assegurou que nem governo e nem sociedade se deixam mais influenciar pela imprensa como ocorria antes. “Sempre digo que a imprensa brasiliera comete excessos, mas os prefiro ao silêncio da ditadura. De qualquer maneira, no país já não existe algo que era tradicional entre nós: o formador de opinião. Há 10 anos tomamos as decisões políticas em função do que beneficia aos brasileiros, e não por preocupações ideológicas de qualquer tipo. O povo não se deixa manipular em absoluto”, avaliou.

Dilma lembrou ao repórter que não contou com o apoio da imprensa durante a campanha presidencial, mas ainda sim conquistou 56% dos votos. Em um momento anterior da entrevista, o próprio repórter observou que seu governo conta com mais de 70% da aprovação dos brasileiros, índice maior do que contava seu antecessor e mentor político, o ex-presidente Lula. Ele citou também que a imprensa internacional considera Dilma uma das três mulheres mais poderosas do mundo, ao lado da chanceler alemã Angela Merkel e da secretária de Estado norteamericana, Hillary Clinton.

Embora publicada no domingo, a
entrevista “Dilma, a forte” foi feita no último dia 12, quando o STF definiu às duras penas impostas às lideranças petistas acusadas de envolvimento no “mensalão”. O repórter a questionou sobre a condenção do ex-ministro José Dirceu, seu antecessor no comando da Casa Civil do governo Lula e um dos fundadores do seu partido. E, na entrevista, teve o cuidado de lembrar seus leitores de que Dirceu assegura ter sido condenado sem provas, em um julgamento eivado de interesses políticos e sob uma forte campanha midiática contra os acusados, cujo objetivo seria desgastar a figura do ex-presidente Lula.

Dilma, primeiro, destacou o esforço feito pelo governo Lula para combater a corrupção. “Poucos governos fiszeram tanto pelo controle do gasto público como o do presidente Lula. Abrimos o Portal da Transparência com todas as contas públicas ao alcance de quem quiser consultá-las. Também fizemos uma Lei de Acesso à Informação que obriga a divulgar os salários dos dirigentes”, afirmou. A presidenta mostrou seu empenho em combater a corrupção, não só na esfera pública como também na privada. “Sou radicalmente a favor de combater a corrupção, não só por uma questão ética, mas também por um critério político. (…) Um governo é dez mil vezes mais eficiente quanto mais controla, mais fiscaliza e mais impede [a corrupção]”, acrescentou.

A presidenta disse também que, como tal, não pode questionar as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Entretanto, não avalizou as condenações feitas pela mais alta corte brasileira. “Como presidente da República, não posso me manifestar sobre as decisões do STF. Acato suas sentenças, não as discuto. Mas isso não significa que nada neste mundo de Deus está acima dos erros e das paixões humanas”, ressaltou dilma. “As paixões humanas e as políticas”, apontou o jornalista. “Talvez, estas [políticas] sejam as maiores”, acrescentou ela.

domingo, 18 de novembro de 2012

O insustentável golpismo da mídia

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Às vezes sinto como se estivesse preso num mundinho fantástico onde todos os dias acontecesse a mesma coisa. Eu acordo, leio as mesmas notícias, os mesmos editoriais, deparo-me com as mesmas artimanhas chinfrins. É um troço enlouquecedor. Foi assim que me senti ontem, quando me deparei com esses ataques do Globo, na capa e na terceira página:






E que continuaram hoje, sábado, na coluna

 de Merval:


Eu nem dou tanta bola pro Toffoli, que considero um covarde por condenar Genoíno sem provas, num esforço inútil, como se viu, para se livrar das mordidas midiáticas. Mas é realmente incrível o cinismo desse povo. Nesse julgamento, o que mais houve foram duas medidas. O mesmo STF que permitiu o desmembramento do julgamento do mensalão tucano não fez a mesma coisa para o mensalão petista. O mesmo Ministério Público que não citou os deputados e outras autoridades (incluindo aí o Gilmar Mendes) que receberam dinheiro do valerioduto tucano, fez exatamente o oposto para o valerioduto petista. O mesmo Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello que andaram soltando bandidos do calibre de Daniel Dantas e Roger Abdelmassih, com base em preciosismos jurídicos, condenaram alegremente os “mensaleiros”, pondo de lado seus próprios históricos de “garantistas”.

O que mais se viu nesse julgamento são dois pesos e duas medidas, mas o Globo direciona toda a sua verve golpista apenas para um dos ministros do STF, o jovem e confuso Toffoli. Esperemos que Toffoli aprenda, ao menos, com essas surras que tem levado na mídia, que esta não admite meia-obediência. Ou obedece caninamente, ou nada. E mesmo quem obedece, só é respeitado enquanto obedece. No primeiro momento em que errar o pinico, vira alvo de novo, como aliás sabemos, já de antemão, que acontecerá com Joaquim Barbosa.

Todo dia ela faz tudo sempre igual. Hoje, uma terceira página completamente dedicada a uma diatribe antipetista.


O PHA já escreveu sobre o tema, usando os argumentos (que são óbvios) que eu também usaria. O que reforça ainda mais a sensação opressora de viver diariamente a mesma coisa. É muita cara de pau. Maluf foi aliado de FHC, foi acusado e condenado por vários crimes, e nunca se cogitaria em fazer uma manchete dizendo: “aliado lavou tantos milhões”.

Enfim, essas repetições, com perdão do termo, enchem o saco. Mas quem mandou ser analista de mídia, né?

Pensando bem, o Globo tem pleno direito e liberdade de fazer isso. O que é errado não é isso, e sim o poderio descomunal que uma mesma família acumula em virtude de possuir um conglomerado de mídia: tv, rádio, portal, jornal, revistas, editora, produtora de filmes, etc. E ainda recebe centenas de milhões de reais de propaganda institucional do mesmo governo que detona sistematicamente.

Sobre a verba institucional, também se entende que a grande mídia receba tanto dinheiro via publicidade oficial, visto que ela possui a maior circulação. É um sistema lógico, mas com a mesma lógica que existia no absolutismo francês e no totalitarismo soviético. É antidemocrático, porque incentiva a concentração da mídia. Ou seja, o Estado brasileiro, além de não ter leis específicas para combater a concentração e os abusos da mídia, ainda colabora para piorar o cenário.

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O
artigo em destaque de hoje é de Mauro Santayana, sobre o julgamento da Ação Penal 470, no qual o jornalista lembra que, desde a revolução francesa, os julgamentos políticos devem se dar no parlamento, e não nos tribunais. A oposição e a mídia conservadora estão achando que obtiveram uma grande vitória política, por terem conseguido seu objetivo: pressionar os ministros do STF a condenarem os réus mesmo sem provas. O que fizeram, porém, representou mais uma retumbante vitória de Pirro, que significará uma derrota acachapante mais tarde, porque tiveram que se lambuzar, e lambuzar o STF, com esse golpismo sujo e malandro que parece estar virando outra sinistra tendência latino-americana: o golpe branco, aplicado pelo judiciário, cujos membros, em geral, pertencem a setores conservadores dos estratos economicamente dominantes.

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Entretanto, o mesmo sentimento de cansaço que sinto ao me deparar, diariamente, com a mesma ladainha e as mesmas distorções, corresponde ao poder de persuasão da grande mídia. Ela martela uma coisa até a gente desistir de pensar criticamente, por cansaço, por comodidade, e até mesmo por segurança: ninguém quer perder um emprego por causa de José Dirceu, por exemplo. Chomsky falava desse poder enorme da mídia de produzir consensos, mesmo que frágeis. O Globo noticia uma coisa, o Financial Times repercute, e o Globo no dia seguinte reproduz a notícia do Financial Times como se fosse uma chancela. Daí publicam-se apenas as cartinhas que dão apoio à linha do jornal. É assustador.

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O único anteparo da sociedade à essa tendência totalitária da mídia corporativa é a democracia. Por isso mesmo é tão irônico que uma empresa como o Globo, que se consolidou à sombra do totalitarismo, e que se notabiliza pela falta de pluralismo político em seus espaços e que exerce um controle ideológico violentíssimo sobre seus empregados (Zé de Abreu é uma exceção, porque é artista, e um artista consagrado), chame o PT, uma legenda nascida da luta contra a ditadura, e que floresceu, e vem se tornando mais forte ao sol da democracia – que chame enfim o PT de autoritário. O PT pode ter todos os problemas do mundo, inclusive tem pecado de vez em quando no que tange ao processo de democracia interna, mas mesmo nesse quesito é bem superior a outros partidos, e sua ascensão acontece em virtude da preferência democrática do eleitor. Nesse ponto, identifica-se o lado bom do julgamento do mensalão, da maneira que se deu, realizado simultaneamente ao processo eleitoral. Ficou bem claro, para todos, que a força do PT e de outras legendas sem muito espaço na grande mídia, tem de vir das urnas, as quais estão mais vacinadas contra a mídia do que em outros tempos.

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O PT entendeu bem o recado, e o
documento que soltou, atacando a politização do ST, foi bem enfático, atraindo, naturalmente, a fúria da mídia neocon.


O erro do Globo é achar que apenas “militantes radicais” criticam o STF. Não é bem assim. Milhares de cidadãos, e não apenas militantes, enxergaram no julgamento da Ação Penal 470 uma série de exageros, distorções, algumas delas bastante nocivas ao Estado Democrático de Direito. E as declarações de Claus Roxin, formulador da versão moderna da teoria do “domínio de fato”, de que a teoria não vale sem provas desmoralizaram completamente o STF e seus áulicos na mídia. A oposição pode até ter vencido a guerra no STF, mas também sofreu derrotas políticas. A batalha ideológica e intelectual por trás do julgamento do mensalão ainda está acontecendo, e não creio que a mídia esteja ganhando. Ao contrário, o que temos visto é, do lado dos críticos ao STF, uma massa crescente de inteligência, produzindo comentários, análises e arrazoados, de uma qualidade muito superior ao que vemos entre os hidrófobos que se manifestam na mídia.

Claro, não digo que há inteligência apenas de um lado. Até porque há sempre muita gente boa que cai na conversinha da mídia. Ninguém lê o Globo impunemente. Não há arma mais letal do que um sofismo capcioso, persistente, repetido, com ajuda de infográficos, charges, fotos, vídeos, reforçado por reportagens de rádio e TV. Ainda mais considerando-se que a mídia, espertamente, nem sempre procura atacar seus adversários apenas pelo aspecto ideológico, pois isso requereria argumentações polêmicas. O discurso moral é o melhor, por causa da sua universalidade. Não atacam o PT por ele ser um partido identificado com políticas públicas voltadas ao setor mais pobre. Atacam com um discurso ético. Só não conseguem ser mais efetivos porque a oposição no Brasil, sempre que se disponibiliza alguma informação imparcial sobre corrupção no país, impreterivelmente lidera o ranking. Nas últimas eleições, por exemplo, soubemos que o PSDB foi a legenda com mais integrantes barrados pela Ficha Limpa. São os políticos tucanos também que atuam mais violentamente contra qualquer crítica: Beto Richa, Serra, Aécio, Marconi Perillo perseguem implacavelmente qualquer jornalista ou blogueiro que ouse uma crítica mais contundente ou sistemática. Mas o PT é que é autoritário e contra a liberdade de imprensa…

Enfim, temos ao menos um avanço. A direção do PT parece ter aceitado, embora tardiamente, que a mídia conservadora é, de fato, o principal partido de oposição. Este é um problema mundial, aliás, porque a doutrina democrática jamais teve tempo de se ajustar à emergência desse novo Leviatã, que é o quarto poder, a imprensa. É um poder essencial à democracia. É essencial, igualmente, que seja um poder independente dos outros poderes, sobretudo do governo. Mas não pode ser independente da democracia em si, ou seja, a imprensa também deve estar sujeita à lógica democrática, submetendo-se a soberania popular e à Constituição. A Carta Magna prevê o direito de cada um à dignidade, e por isso a imprensa deve se submeter ao cuidado para não violentar a dignidade de nenhum cidadão, seja ele um mendigo, seja um herói da luta contra a ditadura.

Israel retalia Estado Palestino na ONU com chacina em Gaza

Dois dias antes de Israel assassinar líder do Hamas e semear a morte em Gaza, seu ministro do Exterior ameaçou presidente palestino se for mantida proposta de reconhecimento do Estado da Palestina na ONU
 
No dia 14 de novembro, o exército israelense atacou em vários pontos da Faixa de Gaza, incluindo a principal cidade, Gaza e ainda Khan Younis e Beit Lahia.

A agência de notícias palestina, Ma’an, informa a morte de 15 civis e mais de 100 feridos logo no primeiro dia de bombardeios. Entre os assassinados reportados, um bebê de 7 meses, Ranan Arafat (cujo corpo ficou incinerado), uma menina de 7 anos e mais um garoto de 11 vítima de um obus de tanque. Uma mulher, grávida de gêmeos, também faleceu.

Os ataques, até o fechamento dessa edição, foram através de mísseis lançados por caças israelenses e obuses atirados por tanques na fronteira com a Faixa de Gaza contra uma das regiões mais povoadas do mundo. Em 2008, um ataque criminoso a Gaza, perpetrado pelo mesmo premiê Netanyahu, destruiu cerca 4.000 casas palestinas e atingiu 53 instalações patrocinadas pela ONU. Mais de mil palestinos morreram nos 23 dias de bombardeios constantes, incluindo mais de 400 crianças e adolescentes.

Outro ataque lançado em março deste ano tirou a vida de 25 palestinos.

Antes do bombardeio generalizado, o regime israelense assassinou, Ahmad Al Jabari, uma das principais lideranças e responsável pelo aparato armado do Hamas na Faixa de Gaza, com um míssil sobre o carro onde se encontrava.

O assassinato de Jabari foi um dos mais absurdos já cometidos pelos israelenses, uma vez que ele era a liderança indicada pelo Hamas para acompanhar o cessar-fogo acordado entre esta facção palestina (que detém o poder na Faixa de Gaza) e o governo de Israel. Jabari também fora o negociador pelos palestinos de Gaza nas conversações que levaram a liberação do soldado israelense Gilad Shalit (que fora detido pelas forças de resistência palestinas) mediante a soltura de presos palestinos nas prisões israelenses. A soltura de Shalit era um anseio não só de seus familiares, mas de todos os israelenses.
Os primeiros misseis lançados por Israel logo após a morte de Jabari foram contra instalações da polícia e outras forças de segurança palestinas em Gaza.
O governo de Israel já sinaliza com uma escalada ainda maior contra Gaza e seus reservistas já foram convocados e o exército, segundo a agência de notícias, Rússia Today, "não descarta a expansão do ataque, incluindo com o uso de forças terrestres em invasão", como ocorreu em 2008. Depois do desgaste do morticínio de 2008, uma chacina confessa até no nome da operação, "Chumbo derretido", Israel agora chama a nova agressão de "Pilar de defesa".
Para o praticante do terrorismo de Estado, premiê Netanyahu, trata-se de "uma clara mensagem ao Hamas e outras organizações terroristas".
Mesmo depois da morte de crianças e mulheres palestinas Netanyahu disse que se tratavam de "operações cirúrgicas com armas de alta precisão" e que Israel estava "fazendo todo o possível para não causa danos a civis".
Obama ligou para Netanyahu para dizer que "Israel tem o direito à defesa" e também se disse preocupado "que os civis não sejam prejudicados".
Uma explosão na casa de outro líder do Hamas, Mahmud Zahar, foi informada pelo jornal Al Arabiya, sem causar mortes.
Tudo isso ocorre dois dias depois do ministro do Exterior de Israel, Avigdor Lieberman, ter contatado todos os embaixadores de seu regime e afirmado que se a Autoridade Nacional Palestina (ANP) mantiver a proposta de reconhecimento do Estado Palestino na ONU "todos os acordos de Oslo serão rompidos", o que significa na prática uma ameaça de desalojar a ANP de Ramallah, pois a instalação da mesma na cidade Cisjordânia fez parte do acordo Arafat-Rabin (que a direita israelense jamais perdoou e a levou a tramar e assassinar o primeiro-ministro).
O presidente da ANP, Mahmud Abbas, deixou claro que vai manter a proposta – com votação no dia 29 de novembro, data em que o Fórum Social Mundial Palestina Livre estará sendo realizado em Porto Alegre.
A ANP conclamou o Conselho de Segurança da ONU a se posicionar diante das "ações criminosas e ilegais" de Israel.
O enviado palestino à ONU, Riyad Mansour, chamou o CS da ONU – através de seu atual presidente, o embaixador da Índia, Hardeep Singh Puri - a "deter Israel que provoca outro ciclo de violência e derramamento de sangue".
"Mais uma vez a comunidade internacional é testemunha de um malfadado massacre por parte de Israel, através do uso dos meios militares mais letais e medidas ilegais contra a indefesa população civil palestina", declarou ainda Mansour.
O representante da Palestina acrescentou na carta ao Conselho que "uma mensagem direta deve ser enviada a Israel para que cesse sua campanha militar contra o povo palestino sob sua ocupação e para que cesse suas execuções extra-judiciais".
NATHANIEL BRAIA