quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Estatal Furnas contrata Roland Berger para demitir 35% dos funcionários


Furnas assinou um convênio de R$ 1 milhão com o (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para o Projeto de Reestruturação Organizacional da estatal. O mais significativo nesse projeto, batizado de PRO-Furnas, é que será conduzido por uma consultoria estrangeira, a Roland Berger Strategy Consultants.

Uma das maiores empresa do grupo Eletrobrás, Furnas atua em 12 estados e no Distrito Federal, sendo responsável por mais de 40% da energia consumida no Brasil. Foi construída com engenharia brasileira. Para fazer um processo de reestruturação precisa contratar uma consultoria estrangeira? Só se for do tipo “reengenharia” tão ao gosto dos neoliberais, que, ao que tudo indica, parece ser esse o caso. Afinal, fazer reestruturação para tornar a empresa mais atraente para “investidores” – quando o Estado brasileiro é o principal – é conserva fiada de privatista enrustido.

Segundo declarou o presidente de Furnas, Flávio Decat, “a nova estrutura permitirá a gestão por processos e projetos, tornando Furnas ainda mais competitiva e atraente aos investidores e parceiros. A empresa estará completamente alinhada às exigências de modernidade, flexibilidade, valorização do empreendedorismo e efetividade de resultados que o momento atual exige do setor elétrico brasileiro, em prol do desenvolvimento mais vigoroso do Brasil e do povo brasileiro”.

De acordo com a empresa, desde março foi adotado um organograma mais enxuto, com modelo de gestão como foco em resultado, principalmente financeiro. Entre as medidas, foi implantado o Plano de Readequação do Quadro de Pessoal, chamado de desligamento “voluntário”. O programa prevê a redução de funcionários em 35%, de 6.401 para 4.174 até 2018.

O presidente da Eletrobrás, José da Costa Carvalho Neto, disse durante a assinatura do convênio com o BID, na segunda-feira (17), que “o case de Furnas será replicado para outras empresas do grupo”. “Tem uma orientação da holding e todas estão mexendo na redefinição dos seus processos.

O caso de demonstração é aqui em Furnas, mas as medidas já estão em curso nas outras empresas. Acredito que até o início do ano que vem já devem estar implementadas”, avaliou o executivo.

Segundo Carvalho Neto, a reestruturação das empresas do grupo é para se tornarem mais “competitivas”.

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