sexta-feira, 3 de agosto de 2012

75% da população é contra a legalização da maconha, aponta estudo da Unifesp

O debate da legalização da maconha pautada como uma necessidade social pela grande mídia e seus porta-vozes, se revela à contramão da pesquisa divulgada na última quarta-feira pelo Instituto Nacional de Políticas de Álcool e Outras Drogas (INPAD) da Unifesp.

Segundo o estudo, 75% da população é conta a legalização da maconha no país. Outros 11% concordam com a legalização e 14% dizem não ter opinião formada.

A pesquisa que foi coordenada pelo professor de psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Ronaldo Laranjeira aponta que, dos 1,5 milhão de pessoas que consomem a droga diariamente, 37% são dependentes.

O índice de dependência surpreendeu o especialista. “Algo muito sério em termo de saúde pública, já que faltam programas e centros de tratamentos para usuários de droga no país”, apontou Laranjeira.

Ao perguntar aos entrevistados que se dizem a favor da legalização da droga no país, eles não sabiam responder como tratar os viciados.

Apesar do espantoso número com relação à dependência, no Brasil, o consumo não é algo estrondoso como nos Estados Unidos, Canadá e alguns países europeus, avalia o psiquiatra. Enquanto no Brasil 3% admitem ter usado a droga no último ano, nos EUA o percentual é de 10% , no Canadá, 14% e na Itália, 11%.

Ainda de acordo com a pesquisa, o consumo entre adolescentes cresceu 40%, principalmente no sexo masculino, entre 2006 e 2012. “E eles experimentam a droga cada vez mais cedo, antes dos 18 anos. Isso pode levar a ter surtos psicóticos na vida adulta”, afirma o especialista.

Para Laranjeira é necessário coibir o consumo da substância com mais rigor, em especial, com o tráfico. “A solução não é colocar os usuários na prisão, mas tornar mais intolerante o consumo”, avaliou.

Hoje no Brasil, é considerado usuário e não é submetido a penas restritivas de direitos ou liberdade àquele que for pego com uma quantidade para ser consumida em cinco dias.

Os dados do 2° Levantamento Nacional de Álcool e Drogas – Uso de Maconha no Brasil, foram coletados a partir de entrevistas com 4.607 pessoas em 149 diferentes municípios do Brasil.

PRISCILA CASALE


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