sexta-feira, 27 de julho de 2012

Dilma rejeita agressão à Síria e apoia as Malvinas argentinas

 

Presidenta expôs a posição brasileira durante encontro com o primeiro-ministro britânico
  
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Na reunião, Cameron também citou a situação do Irã e tentou obter apoio do Brasil para mais sanções contra Teerã. Uma vez mais, porém, Dilma rejeitou qualquer intervenção, alertando que o risco de um conflito regional teria um profundo impacto sobre os preços do petróleo e agravaria a crise econômica global. De acordo com Dilma, uma intervenção militar internacional na Síria ou no Irã prejudicaria os próprios esforços dos europeus para resgatar suas economias. A presidente defende o diálogo com Teerã e insiste que seu governo não apóia o uso de energia nuclear para fins que não sejam pacíficos.

A posição do Brasil, segundo Dilma, reflete a tentativa do país de seguir mediando uma negociação com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, sobre o enriquecimento de urânio, feita em parceria com a Turquia, em 2010. Ela reiterou que o diálogo é a única maneira de lidar com a situação do Irã. Segundo o ministro Antônio Patriota (Relações Exteriores), Dilma afirmou ainda a Cameron que o Brasil é solidário à Argentina na questão das Malvinas.

As Ilhas Malvinas estão ocupadas pela Inglaterra, mas a presidente Cristina Kirchner não aceita essa situação e reivindica a soberania de seu país sobre o arquipélago.

Os britânicos, sob orientação de Washington, estão pressionando o Conselho de Segurança da ONU para aprovar uma resolução que determine sanções contra o presidente sírio, Bashar al-Assad. Londres vem alardeando sua campanha de agressão e assumindo o papel que tradicionalmente é cumprido pelos EUA. Em campanha presidencial, o presidente americano, Barack Obama, tem evitado informar a verdade ao país sobre seus planos de intervenções militares, inclusive contra a Síria. No entanto, China e Rússia já disseram que não aceitam qualquer iniciativa nesse sentido e vêm minando as ações belicistas dos britânicos e dos americanos.

"A presidente disse que uma intervenção militar não vai solucionar a questão na Síria", explicou o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. "A militarização não funciona", acrescentou o chanceler brasileiro, após o encontro. O governo do Brasil também pediu um "cessar fogo urgente" e apoio ao plano de paz proposto pelo enviado especial da ONU à Síria, Kofi Annan.

Dilma chegou a Londres nesta quarta e não falou com a imprensa. A presidente veio para cidade inglesa participar da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2012 na sexta-feira, promover os Jogos de 2016 no Rio, e ter encontros políticos. Nesta sexta-feira (27) ela terá um encontro com o líder do Partido Trabalhista e da oposição, Ed Milliband.

A presidente ainda vai participar de um coquetel que a rainha Elizabeth 2ª oferecerá a chefes de Estado na sexta à tarde, antes da cerimônia de abertura dos jogos. Dilma também vai visitar o Museu de Ciências de Londres. Pelo menos seis ministros foram na comitiva da presidente, além do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS).

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presidente Dilma Rousseff disse ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, nesta quarta-feira (25), que o Brasil é contra uma intervenção militar estrangeira na Síria. A afirmação foi feita em uma reunião entre os dois chefes de governo, realizada em Londres. Dilma condenou a insistência dos ingleses e americanos em atacar militarmente a Síria. "O Brasil se preocupa que uma intervenção possa colocar a Síria em situações semelhantes às de Iraque e Afeganistão", destacou a presidenta.

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