sexta-feira, 29 de junho de 2012

Tibete: CIA, Dalai Lama e a sombra espessa do profano



“O Dalai Lama apesar de seus discursos a favor da paz sabia muito mais do que dizia quanto ao apoio da Agência Central de Inteligência (CIA) dos EUA aos separatistas tibetanos nas décadas de 1950 e 1960 do século XX”, informou recentemente o diário alemão Sueddeutsche Zeitung.

A matéria jornalística intitulada “Aparentemente sagrado” que ilustra a relação entre o Dalai Lama e a CIA diz que “uma sombra de violência cobre o rei divino”.

De acordo com o diário alemão, cuja matéria foi divulgada pela Xinhua, um emissário do Dalai Lama contatou pela primeira vez os EUA através da embaixada americana em Nova Délhi e de seu consulado em Calcutá em 1951 e que em reuniões as partes discutiram a assistência militar e financeira dos EUA para os separatistas tibetanos. No mesmo ano o Departamento de Defesa americano entregou ao Dali Lama uma carta através da qual prometiam entregar “armas leves” e “ajuda financeira” ao movimento separatista tibetano.

O Dalai Lama também recebeu 180 mil dólares por ano da CIA, soma que foi descrita em documentos confidenciais como “assistência monetária para o Dalai Lama”.

O jornal alemão acrescenta que a CIA lançou a “Operação St. Circus” em 1956 na qual foram treinados guerrilheiros tibetanos em uma ilha do Pacífico Sul para matar, disparar, colocar minas e fabricar bombas. Os treinandos aprenderam também técnicas de envenenamento. Além disso a CIA jogou do ar metralhadoras, munições, medicamentos e materiais de propaganda entre outras coisas para os guerrilheiros e o Dalai Lama, a partir de então se aproximou cada vez mais da CIA.

O diário alemão afirmou também que “uma diretora de cinema dos EUA, Lisa Cathei, realizou mais de 30 entrevistas para filmar seu documentário “A CIA no Tibete” e que um dos entrevistados foi um agente aposentado da CIA, John Kennetth Knaus, encarregado das operações da CIA no Tibete e que preservou documentos que registravam o treinamento. O Dalai Lama se reuniu duas vezes com Knaus, uma vez em 1964 e outra nos anos 90. O jornal concluiu sua matéria dizendo que “o Dalai Lama foi uma peça de xadrez da CIA durante a guerra fria e que sua relação direta com a CIA não corresponde a sua suposta autoridade moral”.

É sabido que o Dalai Lama além de ser entusiasticamente apoiado pelos EUA, até hoje faz parte da folha de pagamentos da CIA e continua sendo usado para fomentar possíveis desentendimentos de tibetanos com o governo chinês. Não por acaso ele foi um forte apoiador de rebeliões contra o governo da China acontecidas em regiões próximas do Tibete no ano passado.

R.C.


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