quarta-feira, 9 de maio de 2012

Brizola Neto assume o Ministério: “avançar na valorização do trabalho”

Cerimônia de posse reuniu autoridades políticas, entidades sociais e lideranças das centrais sindicais 


O deputado federal Brizola Neto foi empossado como ministro do Trabalho e Emprego, pela presidenta Dilma Rousseff, na quinta-feira (3), em cerimônia no Palácio do Planalto. O evento contou com a presença de ministros, parlamentares, empresários e dos presidentes das centrais sindicais, Artur Henrique (CUT); Ubiraci Dantas (CGTB), Paulo Pereira da Silva (Força Sindical), Wagner Gomes (CTB) e José Calixto Ramos (NCST).

“Nomear como ministro do Trabalho e Emprego Carlos Daudt Brizola Neto reforça, em meu governo, o reconhecimento da importância histórica do Trabalhismo na formação do nosso país”, afirmou a presidenta Dilma, lembrando que “em 1953, também aos 34 anos, também jovem e determinado, Jango foi empossado ministro do Trabalho do governo democrático de Vargas. Foi Jango quem deu à pasta do Trabalho grande peso político e grande dimensão”. “Brizola Neto ocupa, a partir de hoje, o Ministério que Vargas criou com visão de estadista e que Jango comandou com grande visão social”, ressaltou a presidenta (ver mais na matéria ao lado).

Em seu discurso, Brizola Neto, ressalta que “em nove anos, o Brasil conseguiu praticamente extirpar um desemprego que, mais do que um problema, já passara a ser visto como uma fatalidade, como um componente ‘necessário’ a uma economia em desenvolvimento. Porque o pleno emprego seria um privilégio reservado às nações desenvolvidas, aos países ricos, àqueles que nos eram apresentados como fonte de lições e modelos a seguir”.

“Que o desenvolvimento antecedia à justiça, senhora Presidenta, era uma ideia tão óbvia que parecia estar no rol daquelas que Darcy Ribeiro cita no seu genial livro ‘Sobre o Óbvio’. Uma daquelas muito tolas, mas acreditadas por muita gente durante muitos anos, como a de que é o Sol, todos os dias, quem dá volta em torno da Terra.

Ainda hoje um grande jornal escreve que a presença do Estado como elemento na obtenção deste equilíbrio seria um anacronismo. E que o mercado tudo seria capaz de resolver sozinho, certamente como estamos vendo, lançando à fogueira uma geração de jovens em países onde se seguiu a risca o receituário neoliberal”, prosseguiu.

“Necessitamos que a presença do Estado nessas funções reguladoras se atualize, que se agilize, e que se simplifique. Mas também que avance no caminho da valorização do trabalho, da dignificação do trabalhador e no entendimento de que é ele, o ser humano, o princípio e o fim de toda atividade econômica”.

“Essa visão não é, absolutamente, um óbice à liberdade empresarial. As empresas mais modernas e mais eficientes são aquelas que entendem seus trabalhadores como parte – e parte preciosa – do seu capital. Eles são as mãos e o cérebro da produção, da eficiência e da competitividade que geram o movimento e a riqueza e com eles o avanço e o progresso”.

“O sobrenome que possuo integra a linhagem de brasileiros ilustres que se inicia com Vargas, prossegue com João Goulart e flui para figura querida e saudosa de meu avô Leonel Brizola. Este sobrenome está – e não pela minha humilde presença – indissoluvelmente ligado a essa trajetória que agora se redesenha com Luiz Inácio Lula da Silva e hoje com Dilma Rousseff”. “Em cada brasileiro e em cada brasileira, em cada um de milhões e milhões de irmãos de pátria, formou-se a ideia de que é possível uma nova vida, de que o nosso país tem um destino, um destino próprio e soberano. Que este gigante não nasceu para ser colônia ou caudatário, e que este povo não está fadado a ser pobre e ser infeliz”, concluiu. 

Dilma resgata Trabalhismo de Getúlio e Jango durante cerimônia de posse 

Durante a cerimônia de posse de Brizola Neto, a presidenta Dilma as entidades e às autoridades: o ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi, que ocupou o cargo até dezembro o ano passado e ao ex-ministro interino Paulo Roberto dos Santos.

Dilma apontou que o Brasil tem “três grandes problemas a solucionar”. “Queremos um país com taxas de juros compatíveis com aquelas praticadas no mercado internacional. Queremos que o nosso câmbio não seja objeto de políticas expansionistas, monetárias expansionistas, que, de forma artificial, sobrevalorizem a moeda brasileira e, tornem também, de forma artificial, os nossos produtos pouco competitivos. É a chamada amarra do câmbio. E queremos que o país tenha impostos mais baixos para segurar a produtividade dos seus produtos, dos seus processos de trabalho”.

“Ao invés de tirar direitos sociais e de precarizar as relações de trabalho, nós queremos um país estável e que possa crescer através de um caminho, que é o caminho da educação e da capacitação do nosso trabalhador”.

“É assim, muito significativa, a circunstância que traz ao cargo de ministro um jovem que representa, inclusive, no sobrenome Brizola, uma história de mais de meio século de lutas sociais, de defesa do interesse nacional e de conquistas de direitos por parte dos trabalhadores brasileiros. Não bastasse levar o sobrenome Brizola, o novo ministro do Trabalho carrega consigo a história do seu tio-avô João Goulart, ex-presidente da República”.

“Em 1953, também aos 34 anos, também jovem e determinado, Jango foi empossado ministro do Trabalho do governo democrático de Vargas. Foi Jango quem deu à pasta do Trabalho grande peso político e grande dimensão. Assim, nomear como ministro do Trabalho e Emprego Carlos Daudt Brizola Neto reforça, em meu governo, o reconhecimento da importância histórica do Trabalhismo na formação do nosso país”.

“Reforça, também, nossa parceria com o PDT, aqui presidido pelo Carlos Roberto Lupi. O PDT, repito, de Leonel Brizola, de Darcy Ribeiro e de tantos outros líderes históricos e atuais. O Brizola Neto ocupa, a partir de hoje, o Ministério que Vargas criou com visão de estadista e que Jango comandou com grande visão social”.

“O Trabalhismo está na memória dos brasileiros porque está gravado numa longa trajetória de conquistas. A jornada de oito horas, o salário mínimo, o direito à organização sindical, a adoção de uma legislação de proteção ao trabalhador. É esse passado, junto com o presente marcado pela expansão do emprego e da renda e, sobretudo, o futuro, que construiremos ainda mais próspero para o povo brasileiro, para o trabalhador brasileiro, para os empresários brasileiros, para a juventude brasileira, que contarão, a partir de agora, com a força simbólica, com a capacidade de trabalho, com a qualidade e com a liderança do nosso novo ministro do Trabalho e Emprego”, concluiu.

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