terça-feira, 6 de março de 2012

Presidente do Clube Militar diz que não sofreu pressão

 



O presidente do Clube Militar, general de exército Renato Cesar Tibau da Costa, divulgou nota oficial para esclarecer que, sobre a retirada do site do Clube de um texto dos presidentes de clubes de oficiais, reclamando de declarações de duas ministras e de uma resolução política do PT, “estão sendo veiculadas opiniões, sentimentos e declarações que não retratam a realidade dos fatos, tentado criar a desarmonia e a divisão. Não é verdadeiro que o presidente do Clube Militar tenha recebido ordens do Comandante do Exército para retirar a matéria do ‘site’”.

O general Tibau da Costa informa que “houve uma conversa sobre o assunto, sem pressões, como acontece entre camaradas unidos pelo mesmo ideal. A decisão [de retirar o texto do site] foi pessoal do presidente [do Clube Militar], por entender ser o procedimento mais adequado naquele momento, uma vez que a discussão do assunto já tomara corpo na sociedade”.

No texto retirado, os presidentes do Clube Militar, Clube Naval e Clube da Aeronáutica queixavam-se de uma entrevista concedida pela ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, que “asseverava a possibilidade de as partes que se considerassem ofendidas por fatos ocorridos nos governos militares pudessem ingressar com ações na justiça, buscando a responsabilização criminal de agentes repressores (…). esta autoridade da República sobrepunha sua opinião à recente decisão do STF, instado a opinar sobre a validade da Lei da Anistia”.

Até aí, era admissível que os presidentes dos clubes de oficiais reclamassem, pois o objetivo da recém-aprovada “Comissão da Verdade” não é responsabilizar criminalmente os repressores, autores de delitos durante a ditadura - que estão cobertos, realmente, pela Lei de Anistia -, mas apenas, como indica o nome da comissão, conhecer a verdade sobre fatos que até hoje permanecem sigilosos – e que o Brasil, especialmente a família das vítimas, tem direito de conhecer.

No entanto, quanto às outras reclamações – em relação ao discurso de posse da ministra Eleonora Menicucci e às resoluções políticas divulgadas nos 32 anos do PT, ambos ressaltando, corretamente, o caráter democrático da luta contra a ditadura - não lhes assistia razão.

Além disso, o texto não tratava a presidenta da República com a lhaneza de trato que merece a comandante-em-chefe das Forças Armadas, exigindo que desautorizasse as três manifestações – o que não é justo, mesmo no primeiro caso, pois é conhecida a posição do governo de respeitar a Lei de Anistia.

Por isso, o general Tibau agiu bem quando retirou o texto do site. A tentativa posterior de distorcer o acontecido, como se o governo, inclusive o Comandante do Exército, tivesse censurado o texto dos presidentes de clubes de oficiais, como se pode ver pela nota do presidente do Clube Militar, não procede.
C.L.

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