quarta-feira, 28 de março de 2012

Montado em 5 mil ogivas, Obama diz que outros é que são "ameaça"


Único país que já jogou bomba atômica contra a população civil de outro, governo dos EUA realiza cúpula na Coreia do Sul - território ocupado por tropas ianques - para tratar de “segurança nuclear”

Maior ameaça de terrorismo nuclear do planeta, com seus milhares de ogivas, e sua costumeira política de chantagem atômica inaugurada em Hiroxima e Nagazaki, os EUA encabeçam nesta segunda-feira e terça-feira em Seul uma cúpula sobre “segurança nuclear” a qual atendem 53 países.

Apesar de a pauta ser supostas medidas para evitar que materiais nucleares caiam em mãos de “terroristas”, à imagem do que já foi mostrado em vários filmes catástrofes de Hollywood, Washington usa a cúpula para provocações contra a Coreia Popular e o Irã, tentando embaralhar as questões. O próprio Obama se dirigiu até a zona desmilitarizada para declarações hostis a Pyongyang.

Com mais de cinco mil ogivas prontas para uso, os EUA são o único país do mundo que já usou bomba atômica contra outro povo, e que repetidas vezes ameaçou voltar a fazê-lo, sempre que estava perdendo alguma guerra, como na Coreia e no Vietnã. Com W. Bush voltou a ameaçar de guerra nuclear aos países do “eixo do mal” e, agora, com Obama, colocou a Coreia Popular e Irã como alvos nucleares.

Foram os EUA que introduziram bombas nucleares no sul da Coreia no final da década de 50 e que décadas depois, quando anunciaram sua remoção, jamais permitiram que fosse feita a inspeção dos seus arsenais nas bases que ocupa. Então, não há como comprovar a retirada, se é que houve.

Washington mantém inalterada sua política hostil diante da Coreia Popular, e continua, mais de meio século após a Guerra da Coreia terminar, se negando a assinar um tratado de paz. W. Bush incluiu em 2002 a Coreia no “eixo do mal”, ameaçando-a de ataque nuclear. Assim, as bombas atômicas que a Coreia Popular precisou desenvolver são uma força de dissuasão, diante do agressor que não esconde seus desígnios.

Quanto ao Irã, a própria CIA revelou que o país não tem bombas atômicas e que sequer há indícios de que foi tomada a decisão de fazê-las. O governo de Teerã repetidamente afirmou que não tem um programa nuclear com fins militares, apenas um programa para fins pacíficos de geração de energia e fins medicinais.

MONOPÓLIO


Os EUA não escondem que querem estender seu monopólio nuclear. Assim, foram os EUA que esvaziaram o Tratado de Não Proliferação, ao violarem um dos seus conceitos básicos, o de que países não nucleares não seriam ameaçados com armas nucleares. Para não falar da negativa em dar fim às armas nucleares, isto é, proceder ao desarmamento nuclear, como previsto no tratado.

A primeira conferência sobre segurança nuclear ocorreu há dois anos nos EUA. Em paralelo à cúpula de Seul, Obama também tentou atrair os russos na questão do escudo antimíssil - que Moscou denuncia ter a Rússia como alvo -, acenando com concessões no seu segundo mandato.


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