sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

EIKE USA DINHEIRO PÚBLICO PARA SE ASSOCIAR À MULTINACIONAL ALEMÃ


A MPX, empresa de energia do grupo EBX de Eike Batista, e a multinacional alemã E.ON, anunciaram na quarta-feira (11/1) um acordo para criação de uma joint venture, com 50% de participação cada uma. Como parte do acordo, a MPX vai levantar R$ 1 bilhão através de aumento de capital, sendo que a E.ON vai entrar com cerca de R$ 850 milhões, ficando com 10% de participação na MPX.

Segundo a MPX, a joint venture "será o único veículo de investimento para novos projetos de energia de ambas as companhias no Brasil e no Chile e será responsável pelo desenvolvimento, execução e operação de empreendimentos de energia térmica e renovável nestes países, além de todas as atividades de suprimento e comercialização".

Dentre os projetos da MPX, estão os complexos termelétricos de Açu (Rio de Janeiro) e de Parnaíba (Maranhão), além de térmicas no Chile e no Sul do país. A MPX entregará à joint-venture 50% de sua carteira de empreendimentos térmicos sem contrato de compra e venda de energia, com a empresa tendo opção de comprar participação adicional no projeto de energia no Porto de Açu.

A empresa de energia de Eike Batista recebeu a injeção de R$ 600 milhões do BNDES no ano passado, através de uma operação de capitalização de R$ 1,3 bilhão comandada pelo BNDESPAR e Gávea Investimentos, do ex-presidente do BC Armínio Fraga.

Já a OSX, empresa de estaleiros do grupo EBX, teve aprovado nesta terça-feira (10) um empréstimo-ponte de US$ 227,9 milhões do BNDES, destinado à construção da Unidade de Construção Naval do Açu (UCN Açu), no Complexo Industrial do Açu. Esse desembolso é uma antecipação de parte do financiamento de R$ 2,7 bilhões, que serão destinados à UCN Açu.

Segundo o jornal inglês Financial Times, “o acordo é o primeiro caso de sucesso para a E.ON na tentativa que já durava um ano de reduzir sua exposição a uma Europa em fase de baixo crescimento, investimento em mercados de forte expansão, como o Brasil”.

Conforme a Bloomberg, o lucro da E.ON na Alemanha teve uma queda de 64% em nove meses encerrados em novembro de 2011, em relação ao mesmo período do ano anterior. Agora, viu na empresa do arrivista Eike Batista uma saída para turbinar o seu lucro. É nisso que dá a política do BNDES de dar preferência a multinacionais e grandes grupos brasileiros nos seus financiamentos.


Nenhum comentário: