sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

ARGENTINA ATUA COM JURO REKA DE 0,5% E CRESCE 9,2% EM 2011


País acelera crescimento e consolida economia nacional ao elevar salários e investimentos públicos, após reduzir pagamento da dívida, estancar entrada de dinheiro estrangeiro predatório e rebaixar os juros básicos

"Diante do quadro adverso que apresenta a economia internacional, a chave que nos permitiu crescer a uma taxa de 9,2%, reduzir o desemprego a 6,7% e obter uma balança comercial com um superávit de mais de 10 bilhões de dólares, foi concentrar no desenvolvimento do mercado interno", afirmou o vice-presidente Amado Boudou, anunciando o aumento do PIB da Argentina em 2011, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (INDEC), na terça-feira (24).

A Argentina tem crescido desde a posse de Nestor Kirchner e se afirmado com o trabalho de Cristina Kirchner. Uma política de desenvolvimento voltado ao fortalecimento da atividade econômica do país.

ELEVAÇÃO DOS SALÁRIOS

Tem sido o consumo dos argentinos, a partir de um crescimento dos salários, o que nos permitiu enfrentar a fortíssima crise dos países centrais. Em outros momentos, havia crise e nos pediam que ajustássemos o cinto e se perdiam empregos e fechavam empresas", acrescentou, sublinhando que hoje essa receita não entra mais no país. A taxa real de juros vigente na Argentina é de - 0,5%.

Amado Boudou ainda destacou que a Taxa de Investimento atingiu 24% do PIB em 2011, "o que representa um enorme sinal de confiança, já que é um dos pontos que mais consolida a certeza da política econômica". No Brasil, o índice que mede o volume de investimentos sobre o total do Produto Interno Bruto (PIB) chegou a 17,8% no segundo trimestre do ano passado.
O vice-presidente, que até a quarta-feira se encontrava a cargo do Poder Executivo devido à licença médica de Cristina Kirchner, convocou a todos para que a apresentação dessas cifras não se limite a "uma discussão de acadêmicos, mas (que sirva) para que se entenda o sentido e a direção dos investimentos".

Junto ao ministro de Economia, Hernán Lorenzino; o secretário de Fazenda, Juan Carlos Pezoa, e o subsecretário de Orçamento, Raúl Rigo, Boudou lembrou que a Argentina "tem maior inserção nos blocos menos afetados pela crise, já que 8,5% das exportações se destinam a China e 35% a Unasul, entre outros".

Em matéria social destacou o aumento na taxa de cobertura da Previdência, a implementação da Atribuição Universal por Filho, e seu impacto favorável na distribuição da renda; e a Lei de financiamento educativo que permitiu alcançar um investimento no setor de 6,5% do PIB.

O superávit fiscal, junto com o comercial - que o ano passado superou os 10 bilhões de dólares -, "continuará se mantendo, como ferramentas, não como meta. O objetivo é que a Argentina siga crescendo, que os argentinos sigam obtendo cada vez mais salários e melhores empregos. Que os aposentados tenham aumentos. Que a obra pública siga sendo uma das chaves da melhora da competitividade da economia", frisou.
ATIVIDADE INDUSTRIAL

A atividade industrial cresceu 6,5%. A indústria metal-mecânica aumentou 18,2%; a produção de aço cru subiu 7,4%; a elaboração de cimento, 11,7; outros materiais para a produção, 9,8%; produtos farmacêuticos, 10,1%. A fabricação de materiais para a construção melhorou 9,1% no ano. A produção de alimentos teve uma melhora de 4,8% no ano e 9,7% em dezembro.

Um informe elaborado pela Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (CEPAL), revelou que o Investimento Estrangeiro Direto (IED) caiu 30% na Argentina, durante o primeiro semestre deste ano, em relação ao ano anterior.

Assim, a Argentina é hoje um dos países que registrou maior contração da IED em toda a região latino-americana. Durante a primeira metade de 2011, o país recebeu IED por 2,4 bilhões de dólares contra os 3,5 bilhões de dólares do primeiro semestre de 2010.
SUSANA SANTOS

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