quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

LUTA IDEOLÓGICA


O establishment norte-americano, se não fosse - e cada vez mais é - uma repugnante trupe de espoliadores e assassinos em massa, seria cômico. Não há país do mundo em que tudo, ou quase tudo, seja mais esmagadoramente ideológico do que os EUA – o que, evidentemente, é extensivo, em boa parte, a países, como o nosso, que ainda não se livraram completamente da órbita em torno de Washington.

Se o leitor quiser uma experiência, basta ficar algum tempo diante de um desses canais a cabo norte-americanos que chacinam diariamente a massa cinzenta dos espectadores (ou seja, quase qualquer um, por exemplo, o "Universal" ou "AXN" ou "Warner", ou canais "infantis" do tipo "Nickelodeon").

São centenas, dezenas de milhares de seriados, filmes e programas cuja única função é fazer propaganda da marinha, do exército, da força aérea dos EUA, do FBI, da CIA, da NSA (todos assassinando pela liberdade...), das polícias de Nova Iorque, Los Angeles ou de qualquer outra biboca americana (com seus policiais sempre civilizados, inteligentes, incorruptíveis e infalivelmente competentes...) – ao mesmo tempo em que difamam, sem nenhuma preocupação ou laço, mesmo que discretamente tênue, com a verdade, chefes de Estado, personalidades, movimentos e qualquer um que se oponha ao poder dos monopólios financeiros norte-americanos.

Para completar, há sempre uma tentativa de poluição cerebral maciça, através de maravilhosos valores, como aqueles que dividem as pessoas em "ganhadoras" e "perdedoras", ou que pregam a ganância como o único sentido da vida, e nem vamos nos referir a aspectos sexuais que deixariam corados os patrícios romanos da decadência.

Isso é assim há décadas – quando não existia TV a cabo, eram as histórias em quadrinhos, onde, por exemplo, o "Falcão Negro" combatia os "espiões", cuja atividade de espionagem se resumia a fazer manifestações contra o belicismo dos cartéis norte-americanos (nós temos uma dessas preciosas revistas, amigo leitor, publicada no Brasil na década de 50, em tradução da "Rio Gráfica", isto é, da Globo - não estamos falando por falar).
E, repare o leitor, não mencionamos os "noticiosos" estilo "Fox News"...

Porém, quando as forças nacionais, populares e democráticas, para contrarrestar essa ideologia mentirosa e desumana por atacado – e, sobretudo, para construir um novo país – empreende sua luta ideológica, exatamente para libertar a mente das pessoas e dar a elas a possibilidade de serem independentes, aí é um Deus nos acuda na propaganda americana: não pode, onde já se viu?; arte engajada?; isso não é arte; etc., etc., etc, e sempre aparecem alguns bobocas (sempre os há, e muito bem remunerados, mas nem por isso menos bobocas) para repetir essa venenosa xaropada imperialista.

Kim Zong Il tem o mérito imperecível de ter, na Coreia, a partir da História do seu povo, apontado qual é - e onde está - a questão verdadeira. A citação é algo longa, mas, leitor, a verdade exige sempre algum esforço:

"A consciência é, em si, a propriedade suprema do ser humano, o qual, graças a ela, é um ente superior, o mais poderoso do mundo. (…) A consciência ideológica, por refletir as exigências e os interesses dos seres humanos, exerce o mais dinâmico papel em suas atividades. À margem da função determinante e reguladora da consciência ideológica, não se podem conceber as atividades independentes e criadoras dos seres humanos. Para ser independente e criador, o homem deve possuir uma consciência ideológica independente. Esta implica na compreensão de sua posição como dono do seu próprio destino, e na vontade de forjá-lo por si mesmo. (…) As atividades dos homens que compreendem de modo científico o mundo e o transformam ativamente não são mais que a manifestação de sua consciência. O papel que desempenham na transformação da natureza e da sociedade é, afinal, o papel de sua consciência ideológica. (…) Na sociedade de classes não podem existir ideias acima das classes e o principal na consciência ideológica dos homens é a consciência de classe, que lhes determina a atitude e a posição na luta de classes. Certamente, sua própria situação social de classe condiciona e restringe suas atividades. Mas exerce essa influência, sempre, segundo a sua consciência ideológica. Na sociedade de classes, o problema de que interesses de classe defendem os homens se decide pela ideologia de classe que professam. (…) As massas possuem uma inesgotável capacidade para a luta revolucionária, mas, se não despertam no plano ideológico, não podem demonstrar em alto grau essa capacidade. Quando lhes falta disposição ideológica, não podem alçar-se na luta revolucionária, ainda que estejam exploradas e oprimidas, nem tampouco podem transformar com êxito a natureza e a sociedade segundo suas necessidades. (…) é preciso que na luta revolucionária e no trabalho de construção sempre se conceda primordial importância à ideologia dos homens. (…) a revolução não se desencadeia por si só porque foram criadas as condições materiais para ela. A tarefa de como aproveitar estas condições depende das atividades conscientes dos homens. (…) Na sua origem, a luta revolucionária não se inicia somente depois que estejam criadas todas as condições, nem se efetua somente em circunstâncias favoráveis. Esperar sentados pelo amadurecimento de todas as condições é a mesma coisa que renunciar à revolução. Por isso, na luta revolucionária e no trabalho de construção deve-se conceder primordial importância ao fator ideológico..." (Kim Zong Il, "Sobre La Idea Zuche", Pyongyang, 1982, págs. 32 a 37 – para verter estes trechos do castelhano, cotejamos com as traduções em inglês e francês).

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