terça-feira, 18 de outubro de 2011

A operação derruba ministro da mídia

 
Por José Dirceu, em seu blog:

Com um editorial e seis matérias pelo menos na Folha; com manchete enorme de 1ª página no O Globo e cinco páginas pelo menos de matérias; sem falar no Estadão, com chamada de capa e pelo menos seis matérias.

Esse é o quadro e o resumo só dos nossos maiores jornalões hoje na continuidade da cobertura, melhor seria dizer campanha, sobre as denúncias contra o ministro do Esporte, Orlando Silva. A Operação Derruba Ministro está a mil.

Nossa mídia, fantasiada de objetiva e neutra, mas na prática transformada em partido político de oposição, opera no sentido de desmantelar a base do governo e criar um clima de mar de lama. Faz e aceita a denúncia, preside o inquérito, e condena. É ao mesmo tempo ministério público, delegado e juiz, uma espécie de corpo de jurado sumário, que se alça acima da justiça e da Constituição.

Operam, agora - de novo - para criar um clima de oposição a um governo que tem aprovação recorde, já que mantém um rumo aprovado três vezes pela cidadania em eleições democráticas em 2002, 2006 e 2010. É só conferir, também, as últimas pesquisas de opinião pública. Por elas, mais de 70% dos brasileiros aprovam o governo e apóiam a presidenta Dilma Rousseff.

Situação criada é uma violação das normas democráticas

Beira a uma violação das normas de convivência democrática o uso descarado e aberto da imprensa com fins políticos, sem meios termos, por seus donos e proprietários. O que querem é derrubar ministros, mesmo quando as acusações e ou denúncias sejam infundadas.

Não estou dizendo que não se deva apurar e as providências nesse sentido já foram tomadas. Mas, mídia, oposição e cia não aguardam a mais leve, sequer o início de investigações ou decisões da justiça.

São taxativos. Fulminantes. Não querem sequer esperar a tramitação normal de um processo dessa natureza. Vide o título do principal editorial do Estadão hoje "Ministro tem que sair"... e do da Folha "Mais um"... Nunca vi coisa igual.

Sabem os interesses que o Minstério dos Esportes desperta hoje com suas verbas para obras da Copa e das Olimpíadas. Sabem o caráter de quem fez as denúncias, também já mostrado à exaustão pelo miistro acusado.

Mini-gestapos promovem uma ditadura
Mas, sobre isto, calam, não querem saber. São ao mesmo tempo, acusação e autoridade judiciária. Fazem e aceitam a denúncia, presidem o inquérito, e condenam. São ao mesmo tempo ministério público, delegado e juiz, uma espécie de corpo de jurado sumário, que se alça acima da justiça e da Constituição.

Uma ditadura! Ou, pior, ovos de serpentes, filhotes de pequenas milícias e mini-gestapos que vão sendo inoculados nas redações, acima do bem e do mal. Portam-se qual anjos vingadores, numa caricatura dos seriados norte-americanos onde se faz justiça com as próprias mãos.

Ditadura! Isso mesmo! Este é o nome de todas as formas não democráticas de justiça, que não respeitam o devido processo legal, o contraditório, a presunção da inocência e o princípio elementar de que o ônus da prova cabe ao acusador.

É preciso dar um basta a essa escalada golpista que se assoma acima da lei e da Constituição. Com a palavra o Judiciário e o Legislativo, como deve ser numa democracia.

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