sábado, 3 de setembro de 2011

Número dos sem-teto na Inglaterra aumenta 13,2%


Atoleiro da economia inglesa faz o número dos sem-moradia chegar a 233.160, afirma Universidade Heriot-Watt


Estudo promovido pelas universidades de York e Heriot-Watt conclui que o número de ingleses sem-teto chega a 233.160, um aumento de 13,2% com relação a quantidade de desafortunados do ano passado.

O estudo foi apresentado no dia 29 de agosto pela organização de apoio aos ingleses carentes de moradia denominada de Crisis destacando que há 44.160 pessoas vivendo em abrigos por toda a Inglaterra e mais 189.000 em pensões pagas por prefeituras municipais.

Além disso, foram localizados cerca de 3.600 londrinos que dormem nas ruas da capital (o que também é um número maior do que o registrado no ano passado; um crescimento de 8%).

A entidade ressaltou que a situação vai se agravar muito se passar no parlamento uma lei determinando que os sem-teto – tanto os pais como as crianças - só podem permanecer por no máximo um ano nas pensões sustentadas pelas prefeituras. Atualmente não há tempo determinado de permanência.

CORTES

A declaração da organização que acompanha o estudo destaca que “sem nenhum sinal de recuperação econômica, o número de moradores de rua já mostra aumento significativo”.

Para a entidade, no entanto, se os setores mais pobres da sociedade são evidentemente os mais afetados, “a redução do sistema de proteção social inglês preconizado pelo governo vai trazer um cenário no qual o fenômeno dos sem-teto vai se alastrar para elementos da classe média”.

“É preciso que o governo reverta os cortes e invista de forma urgente em moradia”, acrescentam.

Há também outra situação que apresenta “tendência alarmante de crescimento” que é o que eles chamam de “os sem-teto fora das estatísticas oficiais” que são os familiares forçados a se espremerem em um cômodo ou uma quitinete. O estudo aponta que há 630.000 pessoas nessa condição em Londres.

O estudo rompe com as estimativas oficiais em geral. Em matéria realizada pela TV Canal 4 tais estatísticas são contestadas. Por exemplo: uma entidade que fornece abrigos em Crawley, denominada Open House, informa que recusou leito em 2.000 ocasiões durante o último ano uma vez que suas instalações estão superlotadas, mas que a prefeitura da conta de apenas 7 pessoas sem-teto na mesma cidade. A mesma reportagem informa que houve aumento do número de pessoas dormindo nas ruas por todo o país.

A presidente a organização Crisis, Leslie Morphy declarou ao jornal britânico The Guardian: “estamos extremamente preocupados. Os sem-teto, tanto na forma aberta como na não aparente já está apresentando crescimento dramático como resultado nos cortes e na recessão econômica que está causando desemprego e portanto pobreza e falta de moradia”.

Além disso, acrescenta Leslie, os programas sociais que aliviavam a situação das pessoas com dificuldades financeiras no que se refere a habitação “estão sendo radicalmente desmontadas pelo governo”.

ESCÂNDALO

“Diante da crise econômica, o governo, ao invés de redobrar os esforços para impedir o escândalo da falta de moradias, está tornando impossível para os de baixa renda pagar seus aluguéis”, afirma o documento que alerta ainda que com a redução da capacidade das prefeituras de estender amplamente os benefícios de moradia aos mais carentes, os que acabaram tendo acesso a qualquer tipo de apoio são os que tiverem relações pessoais com os integrantes dos poderes locais.

Estas e outras tensões causadas pelo arrocho generalizado – com o governo prevendo cortes de 130 bilhões no orçamento para fazer sobrar dinheiro para pagar bancos - fizeram explodir a revolta no bairro londrino de Tottenham, onde o índice de desemprego é o mais elevado, com carros, casas e lojas incendiados.

O levante se espraiou para cidades como Liverpool e Manchester.

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