sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Morgan Freeman denuncia: “racismo segue vivo nos EUA, mas vai passar” 
O renomado ator norte-americano Morgan Free-man afirmou em entrevista a AFP que a discriminação racial é aspecto “segue vivo” nos EUA, mas confia que que vai acabar.

Não por acaso, o ator negro de 74 anos escolheu viver no Mississipi - um dos estados que viveu de forma mais brutal a segregação racial norte-americana - apesar de sua projeção no cinema ter lhe garantido condições de viver em uma mansão em Beverly Hills. O ator já foi indicado cinco vezes ao Oscar e ganhou o troféu em 2005.

Como na maioria dos estados do Sul, onde a questão tem contornos mais fortes, no Mississipi esse triste quadro da história norte-americana ainda não saiu de cena.

“O racismo segue vivo neste país, não somente no sul”, denuncia o ator. E justifica que no bairro onde vive, Charleston, as crianças e jovens “ainda não estão autorizadas a se socializarem entre negros e brancos”.

Freeman conta que não faz muito tempo os estudantes secundaristas não podiam fazer uma festa de graduação da qual participassem negros e brancos. “Já não é mais assim, mas não quer dizer que as crianças, os adolescentes estejam autorizados a misturarem-se, a jogar, a sair juntos entre eles”, afirmou.

Em 2008, conta, ofereceu aos alunos de uma escola secundária de Charleston pagar o baile de formatura, com a condição de que houvesse integração inter-racial. A maioria aceitou pela primeira vez na história do campus. Mas um pequeno grupo de garotos brancos, a maioria pressionada pelos pais, não aceitou e fez uma festa particular, sem a presença de afro-americanos. O episódio inspirou o filme “Prom Night in Mississippi”, em 2009.

“É um aprendizado de gerações”, sustenta Morgan, mas o racismo vai passar”, afirma o ator que em 2009 interpretou o líder negro sul-africano Nelson Mandela no filme “Invictus’, dirigido pelo amigo Clint Eastwood.

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