segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Parlamentares brasileiros denunciam na Tunísia que os bombardeios dos EUA/Otan impedem que entrem na Líbia 


EM nota divulgada nesta quarta-feira (17), diretamente de Tunis, na Tunísia, os deputados Brizola Neto (PDT-RJ), Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) e outros integrantes da missão brasileira naquela região denunciaram os intensos bombardeios realizados por EUA/Otan contra vilarejos de Zhaltan e a estrada que liga a Tunísia à Líbia. Segundo os parlamentares, as bombas estão “impedindo a entrada de ajuda humanitária àquele país, assim como o simples direito de ir e vir dos cidadãos”. Os deputados foram à Líbia com a missão de conhecer de perto a situação do país.
“Nós, integrantes da delegação brasileira que tem como missão ir à Líbia conhecer de perto a situação no país do Norte da África, que está sendo vítima de bombardeios diários, queremos manifestar nosso repúdio às recentes ações aéreas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a vilarejos da cidade de Zhaltan. A ação está interrompendo a estrada que liga a Tunísia à Líbia e impedindo a entrada de ajuda humanitária àquele país, assim como o simples direito de ir e vir dos cidadãos”, diz a nota.

“Na noite de segunda feira (16), tivemos a informação de que o médico líbio Heghan Abudeihna, ao atravessar a fronteira, foi atingido pelos bombardeios e integrantes da sua família foram vitimados”, prosseguiram os parlamentares. “Esses bombardeios estão impedindo, por hora, o ingresso da nossa delegação, que aguarda em Túnis a informação de que a região mencionada esteja sob controle das autoridades líbias. Somente com essas condições de segurança seremos autorizados a ingressar no país para realizarmos o nosso trabalho”, afirmam.

“De antemão, fica possível atestar que a Otan está extrapolando os princípios e objetivos da sua atuação em território Líbio, posto que na região atingida não se encontravam, até o início dos ataques da Otan na segunda-feira, forças militares governamentais ou quaisquer milícias que pudessem representar perigo às forças rebeldes”, completa a nota.

Os dois parlamentares desmentiram informações falsas, divulgadas no Brasil, de que o governo Líbio tivesse proibido a sua entrada no país norte-africano. Eles disseram que, diante do intenso bombardeio da Otan, as autoridades líbias informaram que não tinham condições de garantir a segurança da delegação brasileira. “Assim que tivermos condições de segurança, vamos em frente”, informaram os deputados.

A missão é formada por nove pessoas, entre as quais os dois parlamentares mais o jornalista e escritor Mário Augusto Jakobskind, o advogado Felipe Boni de Castro, Alzimara Bacellar, presidente da Federação de Mulheres do Paraná (FMP) e Juliana Castro, jornalista.

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