quarta-feira, 13 de julho de 2011

Teles lideram as queixas nos Procons: cobranças abusivas e/ou indevidas
 


Operadoras de telefone são as primeiras na lista de queixas do Procon em 14 dos 23 estados e do Distrito Federal. As informações são do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça.

As teles são campeãs em reclamação no primeiro semestre deste ano. No caso de telefonia móvel e fixa mais da metade são por cobranças abusivas ou indevidas, diz o DPDC. A Oi lidera o ranking em nove estados, a Claro em quatro, mais o Distrito Federal. A TIM/Intelig está em segundo lugar em três estados e a Telefónica/Vivo em quatro.

Segundo Juliana Pereira, diretora do departamento de Defesa do Consumidor, “se a gente somar telefonia, TV paga e os aparelhos celulares, o setor de telecomunicações é hoje o mais demandado nos Procons brasileiros”.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) mostra que entre os primeiros trimestres de 2010 e 2011, o número de reclamações contra cobranças cresceu de 36% para 43%, o que significa que passaram de 64 mil para 87 mil.

A versão das teles é de que o crescimento da base de clientes trouxe muitas pessoas que não compreendem o sistema. A versão é constestada pela advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Veridiana Alimonti. “Cobrança em duplicidade ou depois que o cliente cancelou o serviço não é falta de entendimento da parte do cliente, é falha da empresa”, diz.

LUCROS

Sem investimentos e com lucros enormes, as teles - a maioria estrangeiras - abusam das tarifas e de cobranças indevidas para aumentarem ainda mais seus ganhos e de quebra enviarem boa parte dos seus lucros para suas falidas matrizes no exterior. A TIM encerrou o primeiro trimestre de 2011 com lucro líquido de 213,5 milhões de reais, contra 54,6 milhões de reais no primeiro mesmo período do ano passado.

Telefónica registrou um lucro líquido de 418,3 milhões de reais no primeiro trimestre de 2011. Depois das inúmeras panes no Speedy e de ser impedida de comercializar o serviço para novos clientes, a operadora fechou 2010 com um lucro fabuloso de nada menos que R$ 2,4 bilhões.

Já a Vivo, operadora de celular que também pertence ao grupo espanhol Telefónica, apresentou lucro líquido no primeiro trimestre de 2011 de 710,2 milhões de reais. O resultado representa um avanço de 270,1% ante o ganho de 192 milhões de reais registrado um ano antes.

“INTERATIVIDADE”

Um dos “serviços” que vem proporcionado lucros fabulosos à operadora Vivo, por exemplo, é o chamado “interatividade”. São mensagens, as mais diversas - ecologia, horóscopo... - que você recebe, sem ter feito a opção pelo mesmo, não aciona o serviço e paga por eles.

Segundo a consumidora Márcia, ao fazer um plano na Vivo a R$ 200,00 por mês, a primeira fatura chegou no valor de mais de R$ 600,00 por conta das “interatividades”. Ao questionar a operadora sobre a cobrança indevida, a Vivo asseverou que não tinha nada a ver com a cobrança e se recusou a emitir nova fatura com o valor acordado na compra do celular. Só depois de muitas ligações - de madrugada, porque durante o dia é impossível falar com a operadora - e de reclamações junto aos órgão de fiscalização, Márcia conseguiu estornar os valores cobrados pela operadora que dizia não ter nada a ver com o serviço cobrado pela própria operadora.

2 comentários:

Anônimo disse...

As montadoras também tem lucros exorbitantes, também são estrangeiras e remetem seus lucros para o exterior, também não investem nada em tecnologia, vendem um produto de baixíssima qualidade no mercado interno, mas são defendidos pelos senhores da base governista com impostos para diminuir sua concorrência.
Eu nunca vi indústria nenhuma melhorar qualidade e abaixar preço por causa da restrição à concorrência... Muito pelo contrário, carros nacionais estão com ágio nas concessionárias por que a concorrência diminuiu...

Anônimo disse...

inocentemente imaginei que o blog teria os comentários isentos de moderação... o blog de um político... muita inocência...