sábado, 9 de julho de 2011

Encenação não surte efeito e dólar derrete


O dólar continua derretendo e fechou na quarta-feira (6) vendido a R$ 1,570. Na segunda-feira (4) a moeda norte-americana havia despencado para R$ 1,544, a menor cotação em 12 anos, o que mostra mais uma vez que as perfumarias macroprudenciais da equipe econômica não surtiram efeito algum.

Mas, para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sem as medidas o dólar estaria mais barato ainda. Em outubro de 2010, ele anunciou a elevação de 2% para 4% do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) para aplicações de capital estrangeiro em renda fixa. No mesmo mês, subiu de novo a alíquota para 6%, e estendeu sua cobrança às operações no mercado futuro (derivativos).

No início de 2011, o Banco Central anunciou um depósito compulsório de 60% sobre a posição dos bancos que exceder US$ 3 bilhões ou o patrimônio de referência da instituição e informou que voltaria a atuar com contratos de “swap cambial reverso” - operação que equivale à compra de divisas no mercado futuro.

Contudo, os dólares continuam a ingressar no país, atraídos pelos juros mais altos do mundo, jogando por terra as “medidas macroprudenciais”.

Em entrevista ao jornal britânico “Financial Times”, Mantega declarou que o Brasil está preparando uma série de medidas adicionais para conter a alta do real ante ao dólar e avaliou que a guerra cambial ainda não terminou. “O governo continuará adotando medidas para conter a sobrevalorização. Tomamos medidas sobre o depósito compulsório e podemos tomar medidas sobre os futuros e os derivativos”, afirmou em Londres.

Mas, no Brasil, o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, asseverou que a inflação estará no centro da meta em 2012, que é o mesmo que dizer que os juros continuarão subindo e, como consequência, o dólar continuará ladeira abaixo.
VALDO ALBUQUERQUE

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