sábado, 23 de julho de 2011

BC torra bilhões das reservas com títulos podres dos EUA

O Tesouro dos Estados Unidos informou que, entre maio de 2010 e maio de 2011, o Brasil foi o segundo país que mais comprou títulos do governo norte-americano, saltando de US$ 161,5 bilhões para US$ 211,4 bilhões, um crescimento de 30,89%. Apenas em maio, o Brasil investiu US$ 4,5 bilhões nesse tipo de aplicação. No mesmo período, a China aumentou em 33,6% sua compra de papéis do Tesouro dos EUA, totalizando US$ 1,16 trilhão.

O Brasil é o quinto maior credor externo dos Estados Unidos, sendo superado por China, Japão, Grã-Bretanha e um grupo de países exportadores de petróleo. O valor aplicado pelo Brasil nos papéis da dívida pública norte-americana - os Treasury Bonds (T-Bonds) e outros títulos - representa quase dois terços das suas reservas internacionais, na ordem de US$ 340,563 bilhões.

Grande parte das reservas internacionais é resultante da compra pelo BC de dólares que entram no país atraídos pelos juros altos. Para adquirir esses dólares o BC emite títulos da dívida pública brasileira, pagando os juros mais altos do mundo (12,50% a partir desta quarta-feira). Ao aplicar nos títulos do tesouro norte-americano, que pagam na melhor das hipóteses 2% nominais, o BC aumenta a dívida pública do Brasil e causa um enorme prejuízo.

A política nada prudencial do BC, de ampliar as compras de papéis do Tesouro norte-americano, se dá em um momento de risco de calote por parte dos EUA – expressado pelo governo e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) -, caso o Congresso não aprove a elevação do teto da dívida pública para além dos atuais US$ 14,3 trilhões, até o próximo dia 2 de agosto.

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