quinta-feira, 30 de junho de 2011

Suprema Corte dá imunidade a torturadores terceirizados pelo Pentágono em Abu Graib

A Suprema Corte dos EUA acaba de oficializar a imunidade aos torturadores de Abu Graib, ao negar a apelação apresentada pelos advogados de 250 iraquianos que ali foram seviciados, ou seus parentes, contra as terceirizadas da CIA - a CACI (“interrogadores”), e a L-3, da Titan Corporation (tradutores).

O processo foi aberto em 2004, após a eclosão do escândalo das torturas, assassinatos e crimes sexuais cometidos pelo Pentágono e CIA no seu campo de concentração em Abu Graib, fartamente documentado por fotos e vídeos, além do conhecido relatório Taguba, do general norte-americano que investigou e botou o dedo na ferida. A CIA operava ali através das, mas não exclusivamente, CACI e L-3.
Cinco anos depois, em 2009, o processo contra os torturadores foi negado por tribunal federal, sob a alegação de que as empresas tinham imunidade como terceirizadas do governo norte-americano.

As vítimas recorreram, apontando que tortura não poderia fazer parte do contrato e, portanto, execução de tortura não teria imunidade. Sem apresentar argumentação própria, a Suprema Corte confirmou a imunidade das terceirizadas, isto é, da tortura. O governo Obama apoiou a alegação de “imunidade” das empreiteiras da CIA.

Para uma Suprema Corte que, entre outras coisas, legalizou o apartheid no sul contra milhões de negros, que perdurou por décadas, até Martin Luther King, não chega a ser uma notável surpresa a coonestação da tortura. A CACI tem mais de 13 mil “funcionários” e auferiu no ano passado uma receita de mais de US$ 3 bilhões.
HP

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