quarta-feira, 29 de junho de 2011

Grécia faz greve geral contra aprovação de pacote do FMI

A Grécia amanheceu na terça-feira sob greve geral de 48 horas, convocada pelas centrais sindicais e apoiada pelos partidos de oposição e movimentos de indignados, contra a tentativa do governo Papandreau de aprovar no parlamento o plano do FMI/BC Europeu para deixar o país de joelhos por mais anos, entregar estatais e território, e arrochar ainda mais os trabalhadores e aposentados. Com faixas e bandeiras, manifestantes se dirigiram desde cedo até a praça Syntagma, diante do parlamento, cercado por 5 mil policiais de choque. Na parte da manhã, ocorreram confrontos.

Na capital, em Tessalônica, a segunda maior cidade, e em dezenas de cidades por todo o país, manifestantes repelem o plano de salvar bancos franceses, alemães e norte-americanos, que especularam com papéis da dívida grega, e estão pendurados no colapso econômico que causaram. O pacote anterior já faliu, mas Papandreau insiste em que “não há” outra saída, mesmo não faltando numerosos exemplos, como a Argentina, de que é muito melhor decretar moratória e forçar os bancos a negociar.

O FMI, a União Europeia e os governos Sarkozy e Merkel já disseram que a última parcela do primeiro pacote, de US$ 12 bilhões, só virá com a aprovação no parlamento grego da privatização e assalto aos direitos.

Serviços públicos, bancos, comércio, fábricas, escolas e o transporte público estão parados, com exceção do metrô, para garantir a participação nas marchas à Praça Syntagma. Também parou o porto de Pireus. Um grego em cada seis está desempregado e entre os jovens a porcentagem ultrapassa 40%.

150 mil servidores serão demitidos, e a recessão já entra pelo terceiro. Para cumprir as exigências, diz um jornal grego, teriam de fazer uma privatização “de 15 em 15 dias”. O imposto sobre consumo praticamente dobrou. A idade mínima de aposentadoria vai subir de 61 anos para 65.

Calcula-se que a exposição dos bancos alemães e franceses à divida grega chegue respectivamente a 22,7 e 15 bilhões de euros. A dos bancos e fundos norte-americanos, bem feita a conta, deve estar na mesma proporção. 
HP

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