sábado, 14 de maio de 2011

Petrobras: lucro e papel social não têm contradição


O lucro recorde da Petrobras, divulgado ontem  é completamente  diferente do lucro recorde da Vale, anunciado dias atrás.

Por que?

Porque fica claro quando se analisa os números. A Petrobrás que explora petróleo, deu lucro.

Produziu, no trimestre janeiro-março,  3% a mais que em 201o, com média diária de 2,627 milhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás natural). Essa área de produção e exploração foi responsável por um lucro de 9,3 bilhões de reais no primeiro trimestre, por conta também do aumento do preço do petróleo.

Mas a Petrobras também teve prejuízo. Onde? Na área de abastecimento, onde segurou a “onda” deste mesmo aumento do petróleo.  Essa área  teve prejuízo de 95 milhões de reais no primeiro trimestre, contra o lucro de 1,1 bilhão de reais há um ano.

Ano passado, o preço médio internacional do barril de petróleo era de US$ 81,29. Este ano, de US$ 104.

Se a Petrobras fosse uma empresa privada teria mantido os preços internos, na distribuição e no abastecimento?

Ao contrário, ela manteve os investimentos e não saímos entregando o petróleo rápido, como fez a Vale, aproveitando os preços também recordes do minério de ferro.

Curiooso é que, para o pessoal que culpa a Petrobras pelo aumento do preço dos combustíveis, essa área é a que deveria ter lucrado, em lugar de amargar prejuízos.

A entrada em operação dos poços do pré-sal, a partir de agora, vai permitir a Petrobras aumentar esse poder de arbitragem.

De um lado, embora tendo um preço inicial mais alto, em razão das exigências tecnológicas para sua produção, o volume de produção das novas descobertas é várias vezes maior e, com isso, reduz o custo da produção.

De outro, com suprimento para as plantas de refino de mais petróleo próprio, a rentabilidade desta atividade cresce.

É por isso que a nossa direita odeia tanto a Petrobras e tenta fazer dela a vilã das pressões inflacionárias.

A Petrobras é o sucesso que o Brasil não pode mostrar que tem tudo para ser. Precisam que continuemos a nos considerar incapazes, para que a tutela internacional de nossas riquezas possa justificar-se por nossa incapacidade de explorá-la.

Quando ela mostra que é capaz, mostra que o Brasil e os brasileiros somos capazes.

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