quarta-feira, 18 de maio de 2011

ONU, EUA e mídia abafam crimes da tirania no Bahrein

Sob o cínico silêncio da mídia européia e norte-americana, tão estridente quando se trata de atacar a Líbia e a Síria, prossegue no Bahrein, com os tanques sauditas e sob cobertura da 5ª Frota dos EUA – que ali tem sede -, a tortura e assassinato de civis que exigiram nas ruas o fim do regime feudal dos Al Khalifa. A ONU deu carta branca ao conselho do Golfo que invadiu a pequena ilha.

O jornalista Patrick Cockburn, que denunciou os “pogroms anti-xiitas no Bahrein”, dirigiu-se à secretária de Estado dos EUA: “nem mesmo um pio, senhora Clinton?”

Incursões são feitas diariamente, durante a madrugada, contra os bairros da periferia da capital, Manama, com casas invadidas e moradores arrastados para os interrogatórios, tortura e possível morte.

Mesquitas foram postas abaixo.

Apesar de todo esforço para separar a população por linhas sectárias, entre “xiitas” – 70% da população – e “sunitas”, as manifestações que lotaram a Praça da Pérola tinham como mote “nem sunitas, nem xiitas, apenas bahreinitas”.

 Antes da invasão, o secretário do Pentágono, Robert Gates, esteve na região, acertando os ponteiros. A praça símbolo das manifestações no centro da capital, foi destruída por buldozzzer.

Possivelmente por serem testemunhas das atrocidades cometidas pela polícia do reizinho e pelas tropas sauditas - como feridos atingidos a queima roupa -, 24 médicos e 23 enfermeiros foram presos e serão levados a tribunais militares por “incitação à derrubada do regime”.

Quatro homens foram condenados à morte supostamente por matar dois policiais do Bahrein, após julgamento fechado e confissões arrancadas. 21 pessoas levadas a esse tipo de “corte”, só tiveram acesso a advogados 24 horas antes de o julgamento começar, afirmou Nabeel Rajab, do Centro do Bahrein pelos Direitos Humanos.

Uma semana após ser preso, em abril, o fundador do jornal de oposição, “Al Wasat”, Karim Fakharawi, apareceu morto, denunciou Robert Fisk, do “Independent”, da Inglaterra. 
HP

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