sábado, 21 de maio de 2011

Espanhóis enfrentam proibição policial e ampliam protesto contra o arrocho

Apesar da proibição da Junta Eleitoral (prefeitura) de Madri, dezenas de milhares de pessoas deram prosseguimento às manifestações que reuniram mais de 150 mil pessoas em mais de 50 cidades espanholas no domingo (15). A proibição também se estendeu às cidades de Oviedo, Girona, Granada, Almeria e Sevilha, onde foram convocados protestos.

Concentrados na praça Porto del Sol no centro da capital desde a madrugada de segunda-feira e sob forte aparato policial, os manifestantes protestam contra o desemprego, as privatizações, a política de arrocho salarial, os cortes nos programas sociais e contra a dinheirama despejada nos bancos.

Com a participação majoritária de jovens , as manifestações que estão sendo chamadas de “Movimento 15 de Maio” por terem sido deflagradas nesta data. Reúnem também desempregados, subempregados e trabalhadores mal remunerados.

“Porque um piso tão pequeno e uma hipoteca tão grande?”, ou “Mãos ao alto, isto é um assalto”, diziam cartazes portados pelos manifestantes.

A enfermeira María José declarou que “para mim o que preocupa é o futuro dos meus filhos”. Ela, assim como os demais trabalhadores espanhóis tiveram os salários reduzidos em 5%.

Em assembléia na tarde de ontem, os manifestantes decidiram continuar na praça até o dia 22. A Companhia do Metrô afixou painéis em suas instalações advertindo à população a não se deslocar ao centro dos protestos.

O movimento organizado pelo grupo “Democracia Real Já” ganhou apoio da Esquerda Unida, frente que reúne partidos de esquerda no país. “Apoiamos este movimento de rebeldia e indignação porque somos parte dele”, afirmou Cayo Lara, coordenador nacional da frente. Lara convocou os jovens a votarem nas eleições municipais e regionais do dia 22 para “castigar o poder” e “toda robalheira” do sistema financeiro. Ele criticou a prisão de 21 manifestantes até agora e responsabilizou o PSOE e o PP pela situação.
HP

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