quinta-feira, 28 de abril de 2011

Putin repudia ataques ao líder líbio: “quem deu mandato à Otan para assassinar Kadafi?”


O primeiro-ministro russo, Wladimir Putin, repudiou as ações dos EUA/Otan para assassinar o líder líbio, questionando “quem lhes deu mandato para justiçar Kadafi?” A afirmação foi feita na quarta-feira dia 27, durante visita à Suécia. “Falou-se de zona de exclusão aérea, mas não cessam os bombardeios dos palácios... Primeiro diziam que não desejavam a morte de Kadafi e agora dizem que sim. Mas, quem os autorizou? Por acaso houve um julgamento?”, acrescentou o dirigente russo.

Anteriormente, Putin já havia chamado a resolução da zona de exclusão aérea de “convocação para uma cruzada medieval”. O dirigente russo apontou que na Líbia “surgiram contradições externas que desembocaram em um conflito armado”. Mas – acrescentou – “por que se tem de intervir de fora no conflito?”.

Ele registrou o quadro da Somália, em conflito interno há anos, e nada se passa, e o mesmo ocorre em outros países. “Então, o quê? Vamos bombardeá-los a todos?”, indagou. “O melhor seria deixar que eles mesmos resolvam seus conflitos”, ressaltou.

Na véspera, na visita à Dinamarca, Putin já havia destacado que o petróleo da Líbia era “o principal objetivo” da operação de guerra. Ele advertiu que a Líbia estava sendo ilegalmente destruída pela “assim chamada sociedade civilizada”.

O primeiro-ministro russo disse, ainda, que a coalizão ocidental tinha ido além do mandato da ONU quando lançou bombas teleguiadas contra Kadafi. “Que espécie de zona de exclusão aérea é essa, se eles estão bombardeando palácios toda a noite?” “Para que eles precisam bombardear palácios? Para eliminar camundongos?”

“Tudo isso acontece apesar das preocupações humanitárias e dos direitos humanos que o mundo civilizado diz advogar”, ele registrou, sobre as mortes de civis sob as bombas da Otan e EUA. “Vocês não acham que existe uma séria contradição entre as palavras e a prática nas relações internacionais?”, concluiu Putin.

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